Destaque do América no vice-campeonato da Série B do Campeonato Brasileiro do ano passado, o atacante Ademir despertou interesse de vários ‘clubes de ponta’ e deve mesmo ser negociado nos próximos dias. Em entrevista exclusiva ao Superesportes, nesta quinta-feira (25), o técnico Lisca revelou que o Palmeiras é o favorito para contratar o jogador do Coelho.
A transferência poderá render entre R$ 3 milhões e R$ 4 milhões aos cofres americanos.
A transferência poderá render entre R$ 3 milhões e R$ 4 milhões aos cofres americanos.
“Realmente, o Ademir fez uma Série B de alto nível, foi considerado um dos melhores jogadores e, sem dúvidas, está entre os melhores jogadores de extrema da competição. Os clubes já têm trabalhado em cima disso, pegando destaques da Série B. Um dos clubes que está interessado nele é o Palmeiras, que já levou o Wesley e o Breno Lopes, dois jogadores que vieram da Série B e deram certo”, pontuou Lisca.
Lisca lembrou que Ademir tem vínculo com o América só até dezembro e, em julho, já poderia assinar um pré-contrato com outro clube. Logo, para o Coelho, a melhor opção é mesmo se desfazer do atleta imediatamente.
“O Ademir, eu acho que estão pensando nessa linha. É um jogador de valor alto, mas, com essa dificuldade do término do contrato, o preço dele baixa um pouco. Daqui a alguns meses, ele poderá assinar um pré-contrato e ficará livre, mas o clube para onde ele for só poderá utilizá-lo no ano que vem. Os gigantes do futebol brasileiro têm urgência, eles já querem os jogadores para ontem. É por isso que os maiores clubes estão querendo investir no Ademir, para não ter que esperar por toda essa situação e poder utilizá-lo só no ano que vem, porque ninguém sabe o que pode acontecer até lá”, completou.
O treinador americano ainda explicou que o jogador havia manifestado o desejo de deixar o Alviverde no início da temporada.
“Ele me ligou e explicou que o interesse dele era aceitar essas propostas que estão chegando, não foram uma ou duas, mas, sim, três ou quatro. Inclusive, elas ainda continuam chegando e fica essa discussão de para onde que vai. Quando a mente está longe, focada em outro objetivo, o coração também vai. Eu acredito muito no coração e na paixão. No futebol, não adianta você segurar um jogador insatisfeito no clube por causa de uma questão financeira, porque as propostas são muito maiores. O América não consegue competir nesse momento com proposta salarial, financeira, luvas e todo esse aspecto”, disse.
Polêmica
Na semana passada, Ademir causou uma polêmica ao se recusar a entrar em campo no duelo contra o Treze, no estádio Amigão, em Campina Grande-PB, pela primeira fase da Copa do Brasil, por estar negociando sua saída do clube. A atitude do jogador revoltou Alencar da Silveira Junior, presidente do Conselho de Administração do Coelho, que até o chamou de “moleque”.
“O que aconteceu hoje é coisa que não pode acontecer no futebol. Primeiro, o empresário ligar para o jogador e dar a notícia que existe time interessado. Ele se recusou a vir para o jogo. O profissional não pode fazer isso. E isso, no América, eu não aceito, e ninguém na diretoria nossa aceita. Ele tem que respeitar o América", disparou Alencar antes da partida.
Entretanto, Lisca afirmou que a diretoria americana já tinha conhecimento de que o atleta não disputaria o jogo decisivo.
“O Ademir, eu sabia desde o início que havia a possibilidade de ele não jogar. Eu conversei isso com o grupo de jogadores, a minha gestão é muito transparente com o grupo e todos os jogadores sabiam. Nós treinamos, na véspera, sem o Ademir e o Messias, mas todos já sabiam que se houvesse um negócio e o clube que estivesse negociando pedisse a não participação deles no jogo, eles não jogariam. Era um jogo decisivo, difícil para o treinador tomar essa decisão”, explicou.
“A decisão da Copa do Brasil tem que ser uma decisão institucional, pela importância do jogo e por ser eliminatório. O Ademir conversou comigo e preferiu não jogar, porque o clube que está negociando com ele solicitou isso”, acrescentou Lisca.
"Eu entendo muito o lado do jogador, mas também entendo muito o lado do clube, que fez um investimento no jogador e está pagando o salário dele. O presidente Alencar tem sua maneira de se expressar e, naquele momento, expressou toda a angústia que o torcedor teve, de não ver o Ademir em um jogo muito importante economicamente. Então, o treinador tem que entender os dois lados e eu entendi a colocação do presidente", concluiu.
Carreira
No América desde 2017, quando se destacou pelo Patrocinense, Ademir vestiu a camisa do clube em 81 oportunidades e marcou 17 gols até aqui.