Depois da polêmica pela ausência no jogo contra o Treze-PB, pela Copa do Brasil, vencida pelo América por 1 a 0, no Estádio Amigão, em Campina Grande, o atacante Ademir se posicionou sobre o caso e justificou o fato de ter ficado fora até do banco de reservas. Em post no Instagram, ele disse que foi informado pelo próprio clube mineiro, na véspera partida, que seria negociado. No dia do confronto, segundo ele, foi avisado que não havia proposta e que deveria entrar em campo, o que foi recusado pelo jogador.
A reação de Ademir em não ir para o estádio com a delegação irritou o presidente do América, Alencar da Silveira Júnior. O dirigente chamou o caso de 'molecagem', criticou o jogador e o empresário dele e antecipou que o atacante será multado pelo clube. O jogador até participou de treino em Campina Grande, nesta sexta-feira, antes do retorno a BH.
Ademir fez um longo texto no Instagram para dar a versão sobre o pedido para não atuar contra o Treze. Ele disse que os ataques de torcedores nas redes sociais ocorreram antes de uma explicação a respeito do caso. O atacante agradeceu ao clube e já se colocou à disposição do técnico Lisca para o clássico contra o Cruzeiro, neste domingo, pela quinta rodada do Campeonato Mineiro.
Um dos principais jogadores do América no vice-campeonato da Série B de 2020, que culminou com a volta do clube à elite do Brasileiro, Ademir teve o nome especulado em equipes como Athletico e Palmeiras. Outro destaque do Coelho, o zagueiro Messias, que interessa a Ceará, Bahia e Grêmio, passa pela mesma expectativa, mas entrou em campo normalmente diante do Treze.
Confira o texto postado por Ademir
Gostaria de tornar público a minha versão dos fatos acontecidos no dia de ontem (quarta-feira), antes da partida contra o Treze-PB. Em respeito ao América FC e sua torcida, que sempre me apoiou nestes quase três anos vestindo essa camisa, seja em momentos difíceis, de muita luta e trabalho, ou de muita alegria também. Antes de qualquer coisa, quero expressar minha gratidão ao clube que me proporcionou realizar grandes sonhos e me concedeu oportunidades, mas, naturalmente, o torcedor me atacou sem escutar o outro lado da história.
Na quarta-feira à tarde fui informado, pelo clube, pouco antes do treino, que não iria entrar em campo no dia seguinte, pois o América teria aceitado uma proposta e iria me negociar. A partir desse momento, fui colocado para treinar no time reserva e automaticamente já não mais me preparei para o jogo no dia seguinte.
Ontem (quarta-feira), por volta das 11 horas, fui informado também por pessoas do clube, de que não havia proposta e que eu teria que jogar. Entendo o lado do clube, mas e o meu lado?
Se teve alguma mudança relacionada a liberar ou não, poderia ter sido avisado no mesmo dia que fui informado que não iria jogar, automaticamente iria me recompor de toda a situação, buscaria entender o porque da mudança e me prepararia para a partida. Mas com poucas horas de antecedência isso me foi passado, não achei viável e honesto da minha parte entrar em campo sem ter me preparado, principalmente psicologicamente, pois senti que não iria render o que eu posso render, por toda a situação que foi criada e poderia prejudicar a equipe ao invés de ajudar.
Honestamente, estou sendo rotulado de ingrato, de desonesto, de mercenário, e de muitas outras coisas. Entendo que quando se escuta somente uma parte da história, as emoções vem à flor da pele.
Peço, novamente, desculpas a todos, à instituição América Futebol Clube, sua torcida apaixonada que é, que sempre me apoiou, mas espero que entendam toda a situação.
O que a torcida até agora não sabe e é um exemplo do meu compromisso com o clube, foi a renovacao de contrato que fiz no final do ano 2020, faltando dois meses para o termino. Poderia muito bem ter saído de graça e prejudicado a instituição.