Superesportes

AMÉRICA

América: Lisca pode iniciar Série A como técnico mais longevo; veja ranking

Há mais de um ano no América, Lisca conduz o terceiro trabalho mais longevo de sua carreira profissional

Lucas Bretas
Após grande desempenho na temporada 2020/21, Lisca buscará conduzir o América à estabilidade na Série A - Foto: Marina Almeida/América
O técnico Lisca, do América, pode iniciar a disputa da Série A do Campeonato Brasileiro de 2021 com o trabalho mais longevo da elite nacional. Isso porque existe grande possibilidade de que Renato Gaúcho, especulado no Atlético, não siga no Grêmio. Na sequência desta matéria, veja o ranking de duração dos projetos da próxima Primeira Divisão.



Ranking: tempo de trabalho dos técnicos da Série A de 2021

22. Cuiabá (sem técnico) - o clube mato-grossense, 4° colocado da última Série B, ainda está em busca de um novo treinador para a disputa da próxima edição da Série A. - AssCom/Dourado
21. Hernán Crespo (São Paulo) - na última sexta-feira (12), o Tricolor paulista anunciou a contratação do argentino para a temporada 2021. - Divulgação/São Paulo
20. Marquinhos Santos (Juventude) - no dia 4 de fevereiro, o Juventude, 3° colocado da última edição da Série B, anunciou a contratação de seu novo comandante. - Arthur Dallegrave/Juventude
19. Enderson Moreira (Fortaleza) - em 7 de janeiro, o comandante ex-América e Cruzeiro foi anunciado pelo clube cearense, que briga contra o rebaixamento na Série A. - Bruno Oliveira/Fortaleza
18. Vanderlei Luxemburgo (Vasco) - após se recuperar de internação pela COVID-19, Luxa foi anunciado pelo clube carioca no dia 31 de dezembro de 2020. O experiente treinador comanda o Vasco na luta contra o rebaixamento. - Rafael Ribeiro/Vasco da Gama
17. Dado Cavalcanti (Bahia) - sucessor de Mano Menezes, o técnico trabalha pela permanência do Tricolor baiano na Primeira Divisão. Ele comanda a equipe desde 21 de dezembro de 2020. - Divulgação/Bahia
16. Marcão (Fluminense) - à frente do Tricolor carioca desde 7 de dezembro de 2020, Marcão conduz um ótimo trabalho. A equipe ocupa a 5ª posição do Campeonato Brasileiro e briga por uma vaga direta na fase de grupos da próxima edição da Copa Libertadores. - Mailson Santana/Fluminense
15. Glauber Ramos e Augusto César (Goiás) - sucessores de Enderson Moreira, os treinadores comandam o Esmeraldino desde 18 de novembro de 2020. Eles buscam livrar a equipe do rebaixamento. O Goiás, que já ocupou a lanterna do Brasileirão, está a 2 pontos do Bahia (primeiro clube fora da zona) e vem de três partidas de invencibilidade. - Divulgação/Goiás
14. Marcelo Cabo (Atlético-GO) - sucessor de Vagner Mancini, Cabo comanda o Dragão desde 10 de novembro de 2020. A equipe goiana já garantiu a permanência na próxima edição da Série A e briga por uma vaga na próxima Copa Sul-Americana. - Divulgação/Atlético-GO
13. Rogério Ceni (Flamengo) - após grande trabalho no Fortaleza e passagem conturbada pelo Cruzeiro, o ex-goleiro do São Paulo foi anunciado pelo clube carioca em 10 de novembro de 2020. Atualmente, briga com o Internacional pelo título brasileiro. - Alexandre Vidal/Flamengo
12. Abel Braga (Inter) - sucessor de Eduardo Coudet, o treinador de 68 anos 'driblou' desconfianças e conduz um excelente trabalho à frente do Internacional. Desde 10 de novembro de 2020 no comando do Colorado, Abel briga por aquele que pode se tornar seu segundo título brasileiro. - Divulgação/Internacional
11. Abel Ferreira (Palmeiras) - campeão da Libertadores, o português conseguiu sucesso rapidamente no Brasil. Contratado pelo Verdão no dia 30 de outubro de 2020, conduziu a eficiente equipe paulista ao título de maior expressão no continente. - Divulgação/Palmeiras
10. Paulo Autuori (Athletico Paranaense) - conciliando as funções de diretor e treinador, o experiente Autuori está à frente do Furacão desde 22 de outubro de 2020. O time paranaense ocupa a 8ª posição do Brasileirão. - Divulgação/Athletico Paranaense
9. Vagner Mancini (Corinthians) - desde 12 de outubro de 2020 no Timão, Mancini trabalha para conduzir o clube de volta à Copa Libertadores. Atualmente, a equipe ocupa a 10ª posição da Série A. - Rodrigo Coca/Corinthians
8. Maurício Barbieri (RB Bragantino) - à frente do organizado projeto do clube do interior paulista, o treinador comanda o RB desde 4 de setembro de 2020. A equipe briga por uma vaga na Copa Libertadores de 2021. - Ari Ferreira/RB Bragantino
7. Jair Ventura (Sport) - desde 24 de agosto de 2020 no Leão da Ilha, o carioca de 41 anos conduz a equipe pernambucana na briga contra o rebaixamento à Série B. - Divulgação/Sport
6. Cuca (Santos) - desde 7 de agosto de 2020 no Peixe, o treinador de 57 anos deve deixar o clube ao fim da Série A. 'Desgastado emocionalmente', Cuca foi vice-campeão da Libertadores com o Santos e, agora, busca classificar o clube para a próxima edição do torneio continental. - Divulgação/Santos
5. Guto Ferreira (Ceará) - o comandante do Vozão ocupa o cargo desde 18 de março de 2020. Guto conduz um bom trabalho à frente da equipe nordestina, que, atualmente, ocupa a 12ª posição da Série A. - Felipe Santos/Ceará
4. Jorge Sampaoli (Atlético) - envolvido em negociações com o Olympique de Marselha, da França, o argentino é, até o momento, o técnico com o quarto trabalho mais longevo da próxima edição da Série A. Ele comanda o Atlético desde 1° de março de 2020. - Pedro Souza/Atlético
3. Umberto Louzer (Chapecoense) - respaldado em Chapecó, Umberto Louzer comanda o Verdão do Oeste desde 17 de fevereiro de 2020. Ele foi campeão da última edição da Série B. - Divulgação/Chapecoense
2. Lisca (América) - o técnico do Coelho pode iniciar a disputa da Série A com o trabalho mais longevo do país. Desde 30 de janeiro de 2020 no América, Lisca eliminou estereótipos, conduziu uma campanha histórica na Copa do Brasil e foi vice-campeão da Série B. - Fernando Almeida/América
1. Renato Gaúcho (Grêmio) - com futuro incerto no Grêmio, o treinador de 58 anos é quem conduz o trabalho mais longevo do Brasil. Desde 18 de setembro de 2016 no Grêmio, o ex-jogador já conquistou sete títulos nesta passagem (entre eles, a Copa Libertadores e a Copa do Brasil). Renato é o 'plano A' da diretoria do Atlético, caso se confirme a saída de Jorge Sampaoli. - Lucas Uebel/Grêmio
A galeria não aparece para você? 
Clique aqui!
 
*Botafogo e Coritiba, já rebaixados à Série B, não integram o ranking do Superesportes

Lisca, que comanda o América desde 30 de janeiro de 2020, faz história no clube mineiro. O trabalho é o terceiro mais longo da carreira do treinador, e foi coroado com duas excelentes campanhas: na Copa do Brasil, em que foi semifinalista, e na última edição da Série B, em que se sagrou vice-campeão.

 

Até então, os projetos de maior duração comandados por Lisca ocorreram no Juventude (entre 2012 e 2013, um ano e três meses), e no Porto Alegre (entre 2009 e 2010). 


O gaúcho de 48 anos 'driblou' o estereótipo de 'doido' e se firmou com um dos melhores trabalhos da temporada 2020/21 no futebol brasileiro. Com respaldo da diretoria americana, Lisca renovou seu contrato com o clube mineiro até dezembro de 2021.

Números de Lisca no América


  • Jogos: 60
  • Vitórias: 30
  • Empates: 21
  • Derrotas: 9
  • Gols pró: 70
  • Gols contra: 41

Confiança da diretoria


Marcus Salum, presidente do América até 28 de fevereiro, afirmou, em entrevista exclusiva ao Superesportes, que a permanência do Coelho na Série A passa, entre outros fatores, pela continuidade do trabalho de Lisca. O dirigente espera que o projeto com o treinador não seja interrompido.


“Eu acho que o América errou pouco em 2018, mas o grande problema da Série A é você vir com um trabalho organizado, de um ano anterior, com um treinador, e no meio do caminho você ter que mudar de treinador. Eu espero que o mercado ou o próprio América tenha a tranquilidade de achar o caminho com o Lisca. Quando eu falo mercado, é dele não receber nenhuma proposta no meio do caminho, que aconteceu em 2018. Nós tivemos que bater cabeça”, disse.

“Precisa, se Deus quiser, não perder o Lisca - nem por proposta e nem por problemas internos. Porque o trabalho em continuidade te leva a ter um resultado melhor”, completou.



Conselho e renovação


Ainda em entrevista ao Superesportes, Marcus Salum revelou conselho dado ao treinador gaúcho. O mandatário também disse não ter se surpreendido com sua escolha pela renovação, já que o América é um clube livre de 'turbulências' que assolam outros do Brasil.

“Por que eu acho que ele tem essa gratidão grande? Fora essa afinidade, a forma de trabalhar que nós tivemos. Eu falei com ele: 'Lisca, vou te dar minha opinião sobre a sua carreira. Se você não fizer um trabalho inteiro, do início, e parar de apagar incêndio, a sua carreira vai ficar toda focada nisso, e você não vai se formar como um grande profissional - que eu sei que você é. No América, você não vai ser o 'Lisca Doido'. Para mim, você não é esse. Você é o Lisca profissional, correto, que trabalha bem'. Isso foi o grande diferencial da nossa relação. Ele percebeu a mudança de estágio que ele teve fazendo os bons trabalhos que ele fazia, de uma forma como 'bombeiro'. Ele percebeu que isso precisava acontecer”, revelou Salum.





“Por que eu não me surpreendi que ele ficou aqui? O Lisca é acima da média de compreensão, de estudo, de preparo, do que a maioria do mercado de futebol. Ele é acima da média. Um cara preparado, que lê, que estuda. Inteligente. E o Lisca sabe que ele precisa de um trabalho organizado, onde ele esteja adaptado para que o resultado aconteça. Não adianta ele sair do América e ir para um clube que esteja em turbulência, cheio de problemas, para fazer um trabalho da forma que ele faz aqui. Ele quer fazer um trabalho do jeito dele. Por quê? O Lisca é um perfeccionista. Eu vi poucos treinadores na minha carreira de dirigente com a qualidade técnica dentro e fora de campo do Lisca. Vi poucos. Eles falam que a inteligência e a loucura andam perto (risos). É meio por aí. Ele é muito inteligente, muito preparado. É um treinador de estratégia, que valoriza quem está em torno dele. A nossa equipe gosta de trabalhar com ele porque ele sabe valorizar a equipe. Todos que estão lá com ele”. 

“Eu fico muito orgulhoso de ter feito a participação nessa mudança da carreira do Lisca. O Lisca hoje é um técnico dos mais respeitados no Brasil. Ele virou para mim e falou: 'Salum, eu só saio se for para um top-top do futebol brasileiro. Se não for o top-top, eu prefiro fazer o trabalho com a qualidade que o América me dá. Eu tenho qualidade de vida que eu não tenho em outro lugar. Trabalho da forma que eu quero, com pessoas que eu não preciso ficar preocupado que alguma coisa vai acontecer naquele treino da meia-noite'. Esse é o grande diferencial”, finalizou Salum ao Superesportes.