Em entrevista exclusiva ao Superesportes, Marcus Salum, presidente do América, detalhou as receitas de TV e previsões com premiações do América em 2021. O clube, que terá eleição presidencial no próximo dia 22, não divulgou oficialmente o orçamento para a próxima temporada.
Salum, que ocupa a direção do América até o dia 28, especificou os valores na mira do time mineiro. Segundo ele, o clube espera arrecadar cerca de R$60 milhões em cotas de televisão, eventuais premiações e patrocinadores.
“A premiação para o 16º colocado está na faixa de R$13 milhões. Sem esse valor, a televisão vai bater de R$36 a R$37 milhões para o América. Ainda teremos a arrecadação no Mineiro, na Copa do Brasil, de patrocínio e tudo mais. Vamos esbarrar nos R$60 milhões”, afirmou Salum à reportagem.
“Quando falo de R$60 a R$70 milhões, estou contando passar de duas ou três fases na Copa do Brasil e ganhar a premiação. Também preciso ter ciência do valor do pay-per-view, porque como estávamos na Série B não era avaliado. O valor de R$60 milhões é o básico para o América na Série A. De R$10 a R$15 milhões são possibilidades de ganho. Pode até passar de R$15 milhões, chegar a R$80 milhões, mas dependerá da nossa competência”, completou.
Campeonato Mineiro
Salum também falou sobre as receitas advindas do Mineiro. Apesar de não ter detalhado valores, caracterizou a quantia como 'expressiva, mas não alta'.
“O Campeonato Mineiro é um contrato que termina este ano. É o último ano de contrato, não sei se vai renovar. O valor do América eu não vou revelar, porque é desagradável, mas é um valor que sustenta o Campeonato Mineiro. Não é um valor grande. Atlético e Cruzeiro têm valor maior. O América tem o segundo valor e depois divide o restante dos clubes do interior. Não é um valor alto, mas também não é pequenininho não. É expressivo”.
Direitos de televisão
Ao Superesportes, Salum também falou sobre os recursos provenientes dos direitos de TV. O mandatário americano ainda ressaltou a desigualdade na divisão da cota dos contratos da emissora com os clubes.
“No Campeonato Brasileiro são R$1,1 bilhão de 2019 corrigidos, dos quais 40% são divididos igualmente para cada clube, o que daria R$ 26 milhões brutos. São 30% por exposição na mídia do SporTV e da TV aberta - cada jogo na TV aberta custa uma fortuna, mas os clubes nem todos têm jogos na TV aberta durante o campeonato. A média de um time de meio de tabela é de R$ 8 a R$ 10 milhões na exposição. Então você tem R$ 26 milhões, com mais R$ 9 milhões, são R$ 35 milhões. Se você ganhar a premiação de 16º, vai no mínimo para R$ 50 milhões. E cada passo que você dá (na classificação do Brasileirão), ganha bem mais, sobe R$ 4 ou R$ 5 milhões por colocação, você tem uma variável. A Copa do Brasil todo mundo conhece as fases. Ainda tem um percentual de pay-per-view”, disse.
“Todo mundo acha que a televisão no Brasil é equilibrada. Ela não é equilibrada. Equilibrada é o contrato da fechada com a TV aberta, que é o 40-30-30. Eu tenho um dedo nisso, porque fiz um trabalho bem feito em 2015 com a Globo e a CBF. Mas, o pay-per-view tem uma diferença muito grande, porque Corinthians e Flamengo, para assinarem o contrato, garantiram um mínimo na ordem de R$ 100 milhões. E os clubes médios ganham de R$ 20 milhões a R$ 25 milhões no pay-per-view. Eu acho que o número do América não vai passar de R$ 2 a R$ 3 milhões no pay-per-view, ainda mais que estou vindo da Série B. Não posso afirmar, ainda não negociamos o pay-per-view, essa pandemia dificulta tudo. Vamos ao Rio para discutir com calma e ver esses números lá”, completou.
“Trabalhei muito neste contrato, tenho conhecimento grande sobre isso, então já falei para o Dower acionar a Globo e ver qual o valor deste contrato. Vamos variar de R$ 35 a R$ 50 milhões na Série A, R$ 3 milhões e alguma coisa no Mineiro e aí temos a Copa do Brasil, que tem a primeira fase garantida, cada fase que você avança ganha mais, nos tiraram a possibilidade de começar na terceira fase, mas não é o fim do mundo, se Deus quiser vamos passar pelas duas primeiras e ganhar até mais. Dentro desse universo você trabalha com R$ 40 milhões a R$ 60 milhões de televisão. O resto é patrocínio, temos o shopping, temos outras coisas também”, concluiu.