O mês de fevereiro será marcado pela definição do novo Conselho de Administração do América. Dos quatro atuais integrantes, três estão no segundo mandato e não poderão se reeleger: Marco Antônio Batista, Fabiano Jardim e Anderson Racilan. O atual presidente, Marcus Salum, é o único apto a continuar, porém ele mesmo descartou a permanência em entrevista à Rádio Itatiaia na última sexta-feira.
“É uma coisa histórica estar na Série A e, se Deus quiser, teremos um ano muito bom, mas sem mim porque eu não aguento mais, preciso descansar porque preciso tirar um pouco essa sensação de asco que estou tendo”.
As queixas de Salum se devem aos erros de arbitragem que prejudicaram o América na Série B. Em razão dos gols mal anulados e de pênaltis não marcados, o time não conseguiu disparar na liderança e viu a Chapecoense ser campeã com vantagem no saldo de gols: 21 a 20. Ambos contabilizaram 73 pontos e 20 vitórias.
Alguns conselheiros ainda tentam convencer Salum a mudar de ideia. Se isso não ocorrer, uma chapa está para ser formada. A Rádio Itatiaia noticiou os integrantes em sua programação do início da tarde: Alencar da Silveira Júnior, Euler de Almeida Araújo, Ricardo Raso (filho do ex-presidente Afonso Celso Raso), Glauco Xavier e Américo Gasparini Filho (membro do Conselho Fiscal).
O Superesportes confirmou os nomes em contato com José Flávio Lanna Drumond, ex-vice-presidente do clube no início dos anos 2000 e membro do grupo gestor de 2012 a 2014. Zé Flávio, como é conhecido, explicou que a ideia para os próximos anos é sempre ter dois novatos em cada mandato, de modo que eles adquiram experiência com os remanescentes. Em 2021, os “estreantes” serão Américo Gasparini Filho e Ricardo Raso.
A reportagem também conversou com Alencar da Silveira Júnior, deputado estadual pelo PDT. Ele explicou que consultará familiares antes de tomar a decisão de retornar ao futebol, além de tentar interceder pela continuidade de Salum. O político presidiu o Conselho de Administração do Coelho de 2015 a 2017.
“Estou conversando com minha família. Antes de qualquer coisa, vou conversar com minha esposa. Acho que posso ajudar, mas entenderia que o melhor para o América seria o Salum continuar como presidente. Estou tentando convencer ele a voltar”.
O Superesportes ainda procurou Euler Araújo, que está fora de Belo Horizonte e, por isso, não chegou a conversar com os correligionários sobre a composição da chapa.
“Estou fora de BH. Após a decisão do Salum, teve início o processo natural dos nomes para o Conselho de Administração. O Alencar é, sem dúvida, um grande nome, um grande americano, que recentemente foi presidente com grandes conquistas”.
“Não conversei ainda com ele sobre a composição do Conselho de Administração. Como disse, estou fora de BH e retornarei somente na próxima semana. Salum e Alencar com toda certeza têm competência para conduzir o processo de transição de forma tranquila, como sempre fizeram”.
Euler Araújo foi o membro do Conselho responsável pelo departamento de futebol do América entre janeiro de 2015 e março de 2017. Ele renunciou ao mandato após o clube fechar acordo de patrocínio com a Caixa Econômica Federal, na qual fez carreira como gerente. O banco estatal não permitia a conciliação das funções em razão de conflitos de interesse.
O desafio da diretoria do América em 2021 é fazer um bom planejamento para que a equipe se mantenha na Série A do Campeonato Brasileiro. Um importante passo já foi dado com a renovação de contrato do técnico Lisca até dezembro.
O clube agora busca um novo diretor de futebol (Fred Cascardo, das categorias de base, é o interino na função) e, claro, atletas que deixem o grupo competitivo em todas as disputas.