O América entrou com pedido de efeito suspensivo para o técnico Lisca, que pegou dois jogos de gancho em razão da expulsão na partida contra a Ponte Preta, dia 7 de novembro, no Independência, pela 20ª rodada da Série B. Na ocasião, o treinador se revoltou em razão de um gol anulado do atacante Rodolfo, após finalização de cabeça de Felipe Azevedo. O árbitro Eduardo Tomaz de Aquino Valadão viu toque de mão na conclusão da jogada, embora as imagens de televisão tenham indicado que a bola desviou no peito do camisa 9.
Em contato com o Superesportes, o diretor jurídico do Coelho, Henrique Saliba, disse que espera a resposta do STJD até esta terça-feira, quando o time enfrentará o Brasil de Pelotas, a partir das 16h, pela 36ª rodada da Série B. Se houver a liberação, o treinador ficará à beira do gramado do estádio Bento Freitas. Caso contrário, a equipe será dirigida pelos auxiliares Cauan de Almeida e Márcio Hahn.
Lisca, inclusive, acompanhou o julgamento realizado em sessão virtual pela 1ª Comissão Disciplinar do STJD. O treinador se encontrava no ônibus que transportava a delegação em Pelotas, no Rio Grande do Sul, quando deu a sua versão dos fatos.
“Um gol totalmente legal e a minha dúvida que ainda não consegui entender é quem anulou o gol. Quem interferiu e anulou o gol. Não ofendi ninguém. Só disse que meu time estava sendo prejudicado e falei que (os árbitros) depois são promovidos. Já participei de vários campeonatos que os juízes erram e acabam crescendo na competição e sendo promovidos”, disse.
“Nossos árbitros precisam ter melhores condições...Foi só uma constatação do que fiz ao longo da minha carreira. Acho que a profissionalização acabaria com isso e não promoveriam mais quem tanto erra. Fui perguntar e fazer uma reclamação de um erro grotesco que nos custou dois pontos na briga pelo título. Ofensas eu realmente controlo muito para não ter uma pena agravada nos julgamentos”, complementou.
Na súmula de América 1x1 Ponte Preta, Eduardo Valadão relatou as seguintes palavras de Lisca. “Meteu o ferro no meu time, meteram a mão na cara dura, péssima arbitragem, fudeu meu time, papagaiada, vergonha, faz essa bosta, que vergonha, não tem vergonha na cara, safadeza e com certeza será promovido por isso”.
O procurador Giovani Marot, responsável pela denúncia, destacou que houve perda de controle de Lisca. “A situação dos autos se revela bem clara. Em que pese tratar do segundo amarelo é de se destacar que a motivação foi a perda de controle por parte do denunciado. Ele mesmo lamentou a perda de controle, apesar de negar as ofensas. O treinador é a pessoa que deveria transmitir calma e equilíbrio ao seu plantel. A súmula não foi afastada e vai além da pura e simples reclamação. Uma reclamação desrespeitosa e por muito pouco não chegou a uma ofensa. A procuradoria insiste e clama pela procedência da denúncia”.
O relator do processo, Fernando Cabral Filho, e os auditores Sérgio Furtado Coelho e João Rafael Soares votaram pela punição ao treinador americano com base no artigo 258, II do CBJD: “desrespeitar os membros da equipe de arbitragem, ou reclamar desrespeitosamente contra suas decisões”. Por outro lado, Ramon Rocha divergiu e solicitou a absolvição de Lisca. Já o presidente da 1ª Comissão, Alcino Guedes, sugeriu a manutenção da pena de um jogo - já cumprida no empate por 0 a 0 com o Cuiabá, em 14 de novembro, na Arena Pantanal, no Mato Grosso.
Com o acesso à primeira divisão garantido, o América almeja o terceiro título da Série B, da qual é líder isolado, com 68 pontos - um a mais que a segunda colocada Chapecoense. Depois de enfrentar o Brasil de Pelotas, o alviverde pegará Confiança (sábado, 23/1, às 16h, em Aracaju) e Avaí (sábado, 30/1, às 16h30, em Belo Horizonte). A probabilidade de título, de acordo com o Departamento de Matemática da UFMG, é de 67,2%.