Crítico ferrenho das arbitragens no Brasil, o técnico Lisca, do América, foi expulso na derrota por 2 a 1 para o Cruzeiro, nesta quarta-feira, pela 25ª rodada da Série B, justamente por duras reclamações. O árbitro paraense Dewson Fernando Freitas da Silva mostrou o cartão vermelho logo aos 16 minutos do primeiro tempo depois de ser contestado pelo treinador por dois lances: um pênalti não marcado para o Coelho e um assinalado para a Raposa.
Como a Série B não tem o árbitro de vídeo (VAR), prevaleceram as decisões de Dewson. O ex-árbitro Paulo César de Oliveira, comentarista de arbitragem da Rede Globo, revisou os lances questionados por Lisca e deu razão ao treinador.
O primeiro lance polêmico ocorreu aos três minutos. Em momento de pressão do América na área do Cruzeiro, a bola tocou no braço do volante cruzeirense Adriano. Dewson Fernando Freitas da Silva mandou a partida prosseguir, o que gerou revolta de Lisca na área técnica. Imagens da TV confirmaram a infração.
A ira de Lisca aumentou aos 13 minutos, quando o árbitro paraense marcou pênalti de Messias sobre William Pottker, do Cruzeiro. O jogador celeste invadiu a área, deu um toque na bola e, na sequência, chocou-se com o defensor do Coelho. Rafael Sobis cobrou a penalidade e abriu o placar para a Raposa no clássico.
Na beira do campo, Lisca não se conteve. Disparou gritos de ‘vergonha’, bateu palmas para a equipe de arbitragem e acabou expulso aos 16 minutos. Na saída do campo, indagou com ironia o auxiliar e o quarto árbitro: ‘Tu dorme? Pior que dorme’.
Lisca assistiu ao restante do jogo das arquibancadas do Independência. No intervalo, ele passou pelo gramado rumo ao vestiário e voltou a ironizar a arbitragem: virou-se para o trio, bateu palmas e gritou ‘parabéns’.
Com a expulsão, Lisca não comandará o América na partida de sábado, às 18h30, em Maceió, contra o CSA, pela 26ª rodada da Série B. O treinador ainda segue 'pendurado' com dois cartões amarelos.
Na semana passada, durante o programa ‘Bem, Amigos’, do SporTV, Lisca cobrou a profissionalização da arbitragem no Brasil. Segundo ele, só assim os árbitros terão uma remuneração digna e poderão ser cobrados por eventuais equívocos.