“O maior desafio orçamentário é que o Planeta América não fique atrelado à posição do clube na Série A ou na Série B. Vamos tentar buscar o recurso sem impactar no orçamento do clube, independentemente de subir para a Série A ou permanecer na Série B. Precisamos trabalhar de forma racional, pois é um projeto que não pode ser vinculado a uma situação. É unanimidade no conselho”, diz o dirigente, em entrevista exclusiva ao Superesportes.
Conforme Batista, as obras do Planeta América devem ser concretizadas em “dois a três anos”. Num primeiro momento, o clube priorizará a construção de quatro campos já para 2020, em um espaço que não afetará a logística atual do Lanna Drumond.
“Vamos priorizar os quatro campos que estão localizados em uma área sem interferência de funcionamento do atual CT. O recurso que temos disponível agora não é suficiente para fazer os seis campos. Depois, vêm as estruturas de apoio, os vestiários, a parte logística e, por último, o hotel, que é importante no projeto, porém não é vital para começar”.
Projetado pelo arquiteto Bernardo Farkasvölgyi, o Planeta América compreenderá uma área de 160 mil m², sendo 20 mil m² de área construída. A parte burocrática, que envolve licenças junto à prefeitura de Contagem, já está em processo de resolução. E há ainda a preocupação em sustentabilidade, área na qual Marco Antônio Batista é especialista na condição de engenheiro ambiental.
CT Lanna Drumond, que passará a ser chamado 'Planeta América', terá nove campos - Foto: América/Divulgação
“Vamos fazer reaproveitamento de água, teremos energia alternativa, participaremos de programas ambientais dentro da bacia da Pampulha. Estamos trabalhando para certificar o nosso projeto. Será o primeiro CT do Brasil com esse projeto de certificação, o que acho louvável e necessário. Com esses mecanismos, quem sabe a gente consiga uma fonte de financiamento com uma taxa muito menor, sem ter que tirar recurso do futebol para construir o CT”, afirma.
“Fizemos ajustes no projeto, até atendendo a uma solicitação da Secretaria de Meio Ambiente da Prefeitura de Contagem, de preservar árvores mais imunes. Vamos tentar fazer uma compensação na nossa terraplenagem, de modo que não tenha ‘bota-fora’ para não impactar as áreas. Faremos uma drenagem bem intercalada para não impactar no córrego que está a jusante do nosso terreno. Na gestão de resíduos sólidos, há um projeto que queremos fazer sobre educação ambiental com os nossos funcionários. O projeto paisagístico propõe uma recomposição florestal e vegetal bem bacana. Vamos usar carrinhos elétricos no dia a dia do clube. É um projeto que pensa todas as questões ambientais e que, com certeza, também trará benefícios econômicos e sociais”, complementa Batista.
A ampliação do Lanna Drumond será possível em função da aquisição de um terreno vizinho, por R$ 4 milhões. Paralelamente, houve permuta com MRV por uma propriedade adjacente. O América cedeu à construtora 40 mil m² de sua área, recebendo de volta 30 mil m², mais R$ 6 milhões. Esse dinheiro será empregado nas obras do Planeta América. Por sua vez, a MRV fará um empreendimento imobiliário ao lado do CT.
Futebol
Existe, inclusive, a possibilidade de a sede administrativa do Coelho, no piso G1 do Boulevard Shopping, no Bairro Santa Efigênia, ser transferida para o ‘Planeta América’. Assim, o espaço no shopping, atraente no ponto de vista comercial, seria alugado. Na opinião de Marco Antônio Batista, o último passo para o clube fechar o ciclo de infraestrutura é qualificar suas instalações de formação profissional.
“O América muda de patamar. Temos áreas para empreendimentos, uma linda sede, um espaço alugado para o Carrefour, um belo estádio (Independência). Agora só falta potencializar o centro de treinamento para fechar todo o ciclo possível de infraestrutura. Assim, o América terá ganho em quantidade e qualidade na formação de atletas”.
Entre os principais jogadores revelados pelo América, destaques para o lateral-direito Danilo, da Juventus, e o atacante Richarlison, do Everton. Este último foi o que rendeu mais dinheiro aos cofres alviverdes: R$ 19 milhões - R$ 10 milhões na venda direta ao Fluminense, em dezembro de 2015, e R$ 9 milhões de participação na transferência do atleta do clube carioca para o Watford. O elenco de 2019 também tem vários jovens formados no clube, casos do goleiro Jori, do zagueiro João Cubas, dos volantes Flávio e Zé Ricardo e do meia Matheusinho.
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