O clássico entre Atlético e América, às 16h do próximo domingo, no Mineirão, colocará frente a frente dois grandes amigos. Givanildo Oliveira, técnico do Coelho, e Levir Culpi, comandante do Galo, jogaram juntos pelo Santa Cruz na década de 1970. Givanildo era um volante rápido, técnico e de passe refinado. O zagueiro Levir se destacava como líder do elenco e já carregava a braçadeira de capitão aos 21 anos. Juntos, eles fizeram parte de um time histórico que chegou às semifinais do Campeonato Brasileiro de 1975 (perdeu para o Cruzeiro por 3 a 2).
A amizade de mais de quatro décadas dará lugar à briga pela liderança do Campeonato Mineiro. Segundo colocado, com 21 pontos, o América precisa de simples vitória para ultrapassar o líder Atlético, que soma 22. “Joguei seis anos com Levir. Joguei com ele no Santa Cruz não foi por um ou dois anos, mas por seis anos. Então é uma amizade que continua. Normalmente, quando me perguntam de outro treinador, eu não posso dizer que sou amigo. Mas do Levir sim, sou amigo dele, isso eu posso dizer. Quando chegar a partir de hoje, acabou a amizade. Ele cuida do time dele, eu cuido do meu. Tem que ser por aí”, disse Givanildo Oliveira.
“No futebol você tem as amizades, graças a Deus eu tenho bastante. Mas na hora do jogo tem que ser o seu lado, sem olhar para outra situação. Nós vamos começar a semana pensando assim e querendo ganhar deles para poder ser o primeiro lugar. É difícil? É. A qualidade do Atlético é grande. Mas nosso time está evoluindo. Em nove jogos na competição, não perdemos nenhum. Estamos invictos até agora”, acrescentou o técnico americano.
O América manteve a invencibilidade no Campeonato Mineiro ao vencer o Tupynambás na noite de sábado, por 2 a 0, no Independência. Agora, são seis vitórias e três empates na competição. Alguns jogadores têm se destacado individualmente, como o centroavante Júnior Viçosa, com quatro gols, e o meia Matheusinho, autor de quatro assistências na competição. A defesa também é digna de elogios, já que o goleiro Fernando Leal foi vazado apenas quatro vezes.
Para Givanildo Oliveira, o América só não é líder porque deixou escapar pontos em partidas específicas. O time empatou com Caldense, na estreia (1 a 1); Patrocinense, na quinta rodada (0 a 0); e Cruzeiro, na sétima rodada (0 a 0). O único revés em 2019 foi pela segunda fase da Copa do Brasil, contra o Juventude, em Caxias do Sul-RS (2 a 1). “Não somos os primeiros colocados porque empatamos alguns jogos. Mas mesmo assim o time está bom, está evoluindo. Não vou nem falar de Copa do Brasil, tem que esquecer. O pensamento é na competição que estamos disputando. Ganhamos bem e agora temos uma semana para trabalhar”, encerrou o técnico.
Segundo os cálculos do Departamento de Matemática da UFMG, o Atlético tem 72,9% de probabilidade de encerrar a fase de pontos corridos na liderança do Campeonato Mineiro. O América aparece com 26%, enquanto o Cruzeiro tem apenas 1,1%. O dono da melhor campanha da etapa classificatória fará a partida única das quartas de final como mandante. Caso vença, terá a vantagem de jogar por dois empates ou vitória e derrota pela mesma diferença de gols tanto na semifinal quanto na final.
Enquanto o América terá uma semana inteira de preparação, o Atlético jogará pela Copa Libertadores nesta terça-feira, às 21h30, contra o Nacional do Uruguai, em Montevidéu. A partida valerá pela segunda rodada do Grupo E. Na estreia, o Galo foi derrotado pelo Cerro Porteño do Paraguai por 1 a 0, no Mineirão.