O técnico Givanildo Oliveira elogiou a postura do São Raimundo, adversário do América na primeira fase da Copa do Brasil. Com muita disciplina na marcação, a equipe roraimense anulou quase todas as investidas ofensivas dos mineiros e ainda criou boas oportunidades na frente. Por duas vezes, o goleiro Fernando Leal, do Coelho, precisou intervir em tentativas do atacante Marcos Felipe. Conforme previsto no regulamento do torneio em relação às equipes visitantes, o empate por 0 a 0 na Vila Olímpica Roberto Marinho, em Boa Vista, assegurou o passaporte dos mineiros à próxima etapa.
Para Givanildo, o rival teve motivação extra graças à possibilidade de faturar mais R$ 625 mil em premiação (já havia garantido R$ 525 mil), além de maior exposição no cenário nacional do futebol. A postura do São Raimundo foi tema da preleção do treinador americano.
“Eu disse: ‘podem ficar atentos, porque é o jogo do ano deles’. Tem a passagem, tem a parte financeira, tem a chance de aparecer para o Brasil, enfim. Não deu outra. Eles se entregaram de verdade mesmo. Todos (os jogadores), não foram dois ou três. E nós tivemos dificuldades. Mas fomos inteligentes nos 15 minutos finais agora. Foi o trabalho do Fernando, que defendeu aquelas duas bolas muito perigosas. Não fizemos um jogo muito bom, mas jogamos de acordo com o time deles”, disse o técnico, em entrevista transmitida pela Rádio Itatiaia.
O São Raimundo marcou forte durante os 90 minutos. Sem espaço na frente, o atacante Marcelo Toscano por várias vezes precisou voltar ao meio-campo para buscar a bola, enquanto Júnior Viçosa foi bastante acompanhado pelos zagueiros rivais. Já o meia Matheusinho mal apareceu na partida. Na opinião de Givanildo Oliveira, o América deveria ter mostrado “mais força” em seu ataque para jogar melhor.
“Eu falei assim: ‘vocês têm que se acostumar com marcação forte’. Quando eles iam na bola, eles não foram desleais, mas iam na bola com uma força e uma vontade muito grande. Isso nos dificultou. Com a qualidade que nós temos, nós deveríamos ter mais força. Se tivéssemos mais força, jogaríamos melhor”.
Por fim, o comandante voltou a destacar a atuação do ‘Mundão’, porém elogiou a inteligência do América em segurar o placar nos minutos finais. “Viemos pensando nisso. Sabíamos que era difícil. Muita gente falou que é fácil, que o time deles não está ganhando, que teve troca, que não é um time forte. Mas eu avisei na nossa viagem e falei na preleção que íamos encarar um leão, e não um gatinho. Não deu outra. Os caras correram, lutaram, tiveram um bom futebol. Mas nós fomos inteligentes, sabendo que tínhamos dois resultados. Usamos um e nos classificamos”.
Classificado à segunda fase da Copa do Brasil para enfrentar o Juventude fora de casa, o América agora se concentra no clássico contra o Cruzeiro, às 17h de domingo, no Independência, pela sétima rodada do Campeonato Mineiro. Empatadas com 14 pontos, as equipes farão duelo direto na briga pela liderança. O Coelho está em primeiro por ter melhor saldo de gols: 11 a 9.