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Adilson Batista reencontra Felipão e busca primeira vitória sobre seu mestre no futebol

Histórico mostra três duelos, com pequena vantagem para Scolari

Rodrigo Melo Redação
Adilson Batista e Luiz Felipe Scolari construíram amizade no Grêmio, no Japão e no Cruzeiro - Foto: Juarez Rodrigues/EM/D.A Press e CESAR GRECO/FOTOARENA/AE
O jogo de domingo, às 16h, no Independência, entre América e Palmeiras, pela 17ª rodada do Campeonato Brasileiro, colocará frente a frente, pela quarta vez, o pupilo, Adilson Batista, de 50 anos, e seu mestre, Luiz Felipe Scolari, de 69. Enquanto o comandante americano buscará a terceira vitória seguida desde que assumiu, Felipão fará sua reestreia no clube paulista, onde teve duas passagens anteriores: 1997/2000 e 2010/2012.

Os dois construíram amizade profunda desde os anos 1990, quando, no Grêmio, conquistaram Campeonato Gaúcho (1995/96), Copa Libertadores (1995), Brasileirão (1996) e Recopa (1996). O então zagueiro Adilson era o homem de confiança de Felipão, tanto que foi escolhido para ser o capitão do título continental. Até hoje, é chamado de ‘Capitão América’ pelos gremistas. A parceria entre atleta e treinador foi reeditada no Jubilo Iwata do Japão, em 1997, ano em que conquistaram a J-League.

Foi pelas mãos de Felipão, inclusive, que Adilson deu seus primeiros passos para se tornar treinador. Na passagem de Scolari pelo Cruzeiro, entre 2000 e 2001, Batista fez um estágio na Toca da Raposa I e, logo em seguida, assumiu o Mogi Mirim.

”Olha, o Felipe é como se fosse um segundo pai. Hoje, o meu pai está fazendo 80 anos. Então, (ele) é o meu pai no futebol.
Tem muito carinho, muito respeito, uma consideração enorme, foi um aprendizado enorme, a convivência dois anos no Grêmio e mais os seis meses no Jubilo Iwata no Japão. É amizade de família, dos filhos, de orientação, de trabalho, de comandar, depois de ensinar, então é com muito orgulho, prazer, satisfação. Quero até agradecer, ele me mandou uma mensagem no dia que eu assumi aqui, no Twitter, eu não tenho essas coisas, ele já tem, é moderno (risos). Então, será um prazer revê-lo e quero dar um grande abraço nele”, disse Adilson sobre o reencontro de domingo.

Retrospecto

O duelo no Independência será o quarto entre os treinadores. O primeiro embate foi num clássico paulista. Em 1º de agosto de 2010, Adilson estreava no comando do Corinthians contra o Palmeiras de Felipão. Houve empate por 1 a 1 no Pacaembu.

Adilson estreou no Corinthians, em 2010, diante do Palmeiras de Luiz Felipe Scolari - Foto: 29/07/2010. Foto: Fernando Santos/Folhapress
O ano de 2011 reservou outros dois encontros. No primeiro, em 4 de junho, o Palmeiras de Scolari derrotou o Atlético-PR de Adilson por 1 a 0, no Canindé, em São Paulo, pelo Brasileiro. Quando já estava à frente do São Paulo, em 21 de agosto, Batista empatou novo clássico paulista com Felipão, por 1 a 1, pela Série A.

Adilson espera que a primeira vitória sobre o mestre venha defendendo o América. “Ali entra o América versus o Palmeiras, então, vamos atrás dos nossos objetivos, respeitando um grande adversário, tradicional, com ótimos jogadores, com grande elenco, que pode existir uma variação (jogadores poupados) em função do jogo deles, nesta quinta, contra o Bahia. Então, estamos nos preparando para enfrentar as dificuldades, mas com ambição de vencê-los”.

O “aluno” adotou discurso humilde quando foi indagado se teria vantagem em relação ao estreante Felipão por já ter dois jogos no comando do América, com vitórias importantes sobre Internacional (2 a 1, no Horto) e Santos (1 a 0, na Vila Belmiro). “A vantagem é dele, a experiência, o currículo, a história, os anos, é um treinador multicampeão, conhece o Palmeiras, os atletas, o Paulo Turra (auxiliar) já está trabalhando com eles. A vantagem é dele pela experiência que ele tem no mundo do futebol”, disse Adilson Batista.

Estratégia

Diante do poderio ofensivo do Palmeiras, Adilson Batista admitiu que o América adotará postura mais reativa.
“Sem a bola, é você tentar reduzir esses espaços, que a bola não entre nas linhas, que você obrigue a jogar pelo lado que não é o lado forte, neutralizar determinados jogadores, estar próximo, usar os espaços que existem. Às vezes você pode até criar induzindo. E às vezes você tem que sair um pouquinho, mesmo fechado, e tentar encontrá-los. A intenção é esta. É um jogo duro, difícil, para eles também”.

ADILSON BATISTA x LUIZ FELIPE SCOLARI

2 empates (Adilson por Corinhians e São Paulo; Felipão por Palmeiras)
1 vitória de Felipão, pelo Palmeiras, sobre o Atlético-PR

OS DUELOS

1º de agosto de 2010 - Palmeiras (Felipão) 1 x 1 Corinthians (Adilson)
4 de junho de 2011 - Palmeiras (Felipão) 1 x 0 Atlético-PR (Adilson)
21 de agosto de 2011 – São Paulo (Adilson) 1 x 1 Palmeiras (Felipão)
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