No caso de Rodriguinho, o Coelho detinha 10% dos direitos econômicos do jogador, vendido pelo Corinthians ao Pyramids, do Egito, por US$ 6 milhões (R$ 22,5 milhões). Para abrir mão de seu principal atleta, o Timão exigiu US$ 4 milhões. O restante foi dividido entre o meio-campista (US$ 200 mil), o América (US$ 300 mil) e o Capivariano Futebol Clube, de São Paulo (US$ 1,5 milhão). O presidente Marcus Salum, em entrevista coletiva nesta terça, no Lanna Drumond, detalhou a operação financeira.

“Eu tive 12 horas para decidir isso. Ocorreu no sábado (21/7), das duas da tarde até as duas da manhã. Tínhamos 50% do Rodriguinho. Compramos ele no dinheiro do Capivariano. Quando houve aquela venda para a Arábia, vendemos 50% dele por um valor muito alto. Quando ele voltou e tivemos aquele problema, vendemos 40% ao Corinthians, em 2013. Mantivemos 10% do Rodriguinho e o Capivariano não vendeu a parte dele. Então era 40% Corinthians, 50% Capivariano e 10% América. Naquele momento em que o Corinthians negou propostas do exterior, o contrato estava vencendo e os direitos (do América) também. Aí a proposta que chegou foi de 6 milhões de dólares brutos, ainda tinha comissão. O Corinthians disse que só faria (a negociação) se 4 milhões fossem deles. Aí isso desenrolou em 12 horas, e com 4 milhões para o Corinthians, conseguimos tirar 10% para o Corinthians pagar, US$ 3,6 milhões. O Corinthians tinha débito com Rodriguinho da diferença da proposta e pagou. Sobraram 2 milhões, menos 10% (US$ 200 mil), US$ 1,8 milhão. Em negociação com o Capivariano, o América ficou com valor livre de 300 mil dólares. Achamos que era justo fazer isso com o Capivariano. Foi um grande ganho, porque esse dinheiro estava perto de ser perdido”.

Rodriguinho jogou pelo América entre abril de 2011 e agosto de 2013. Em 104 jogos, marcou 23 gols. À época, o El Jaish, do Catar, apresentou uma proposta de 4,5 milhões de euros (R$ 13,5 milhões), mas depois parou de responder os contatos da diretoria mineira e a negociação ‘melou’. Eis que o Corinthians surgiu como interessado e pagou ao América R$ 4 milhões parcelados. Após um mau início no Timão, Rodriguinho jogou por empréstimo no Grêmio e no Al Sharjah dos Emirados Árabes. A segunda passagem dele pela equipe paulista foi bastante produtiva, com dois títulos do Campeonato Brasileiro (2015 e 2017) e dois do Campeonato Paulista (2017 e 2018). Com a camisa alvinegra, o meio-campista contabilizou 35 gols em 175 partidas. 

Em relação ao meia Serginho, que estava emprestado pelo Santos, o América tinha a opção de igualar a oferta de 2 milhões de dólares do Kashima Antlers, do Japão, porém optou por não fazê-lo em virtude da alta pedida salarial do atleta. O presidente Marcus Salum também comentou esse assunto na entrevista.

“Infelizmente não temos dinheiro que gostaríamos de ter, se não estaríamos milionários aqui. O Serginho estava encostado no Santos, fizemos contrato e ele jogou todas as partidas. Aí estávamos aqui, recebemos documento dizendo que os árabes fariam a proposta de 2 milhões de dólares. Poderíamos exercer direito (de compra). A proposta não estava confirmada e sabia que não seria concretizada. Mas fomos surpreendidos com a proposta do Japão, semelhante e à vista, de 2 milhões de dólares. É alto (o valor), mas não é impossível de conseguirmos. Difícil é pagar US$ 1,4 milhões por ano para jogador. Pagar isso é inviável. A partir do momento que ele recebeu a proposta, ele limpou o armário e disse que estava indo embora, que por menos desse valor não joga em outro lugar”.

Quando surgiu a notícia da transferência, divulgada pelo jornal Lance!, foi informado que o América teria direito a apenas 1% de taxa de vitrine. Pela resposta de Salum, o clube embolsará um percentual maior – estimado em 4%. “Só decidimos o valor na liberação. Mas é coisa de US$ 100 mil. Um pouquinho menos, US$ 80 mil”.

Serginho era o principal destaque do América em 2018. No Campeonato Brasileiro, ele marcou quatro gols em 12 partidas. Na temporada, balançou a rede sete vezes em 24 jogos. Além dos gols, o habilidoso armador contribuiu com três assistências na Série A.