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ARBITRAGEM

Comissão de Arbitragem da FMF desqualifica simulações de TV, ainda vê dúvida em lances polêmicos e decide não punir auxiliar do clássico entre América e Atlético

Relatório não especificou lance polêmico do gol do Atlético e concentrou análise em gol do América não marcado pelo auxiliar Guilherme Dias Camilo

postado em 26/02/2018 19:02 / atualizado em 26/02/2018 19:31

Reprodução
O presidente da Comissão de Arbitragem da Federação Mineira de Futebol, Giulliano Bozzano, enviou nesta segunda-feira ao América uma análise acerca dos lances polêmicos do clássico contra o Atlético e da atuação do auxiliar Guilherme Dias Camilo. O duelo foi realizado no dia 18 de fevereiro, no Independência, em Belo Horizonte, pela sétima rodada do Campeonato Mineiro, e terminou com triunfo atleticano por 3 a 0. 

Dias depois à partida, o América formalizou uma reclamação na FMF contra o auxiliar, alegando que Guilherme Dias Camilo interferiu diretamente no resultado final. O presidente Marcus Salum questionou a validação do gol do Atlético, no primeiro tempo, em que a bola não teria cruzado a linha de meta, e a não marcação de um gol do América, no começo da etapa final, num cabeceio de Marquinhos que teria ultrapassado totalmente a linha.

O América se baseou em simulações com vídeo feitas pelo canal Premiere durante a transmissão, já que não havia câmeras instaladas em condições de esclarecer os lances.

O relatório (leia abaixo) emitido pela Comissão de Arbitragem não traz imagens e descrição sobre o gol do Atlético validado por Guilherme Dias Camilo. Segundo a assessoria da FMF, a prova apresentada pelo América sobre o lance é “vulnerável e inconclusiva”. 

Já em relação ao lance ao gol do América, a Comissão de Arbitragem concluiu que as simulações feitas pelo canal Premiere utilizaram o recurso de “cortina virtual” no local errado (no meio da linha de meta) e não em sua borda externa (ponto que deve ser ultrapassado completamente pela bola para que se caracterize o gol). Essa diferença na marcação, segundo a FMF, “aumentou o gol em aproximadamente 8cm".

A Comissão destacou ainda que a imagem da TV foram “retiradas de uma projeção virtual, e não real, feita por um software desconhecido e não aprovado pela IFAB/FIFA”. O documento traz imagens que explicam sua posiçaõ e contestam a simulação da emissora.

Em sua parte final, o relatório da Comissão de Arbitragem diz não ter “elementos incontestáveis para garantir o acerto ou o erro do profissional em questão, mesmo dias após o ocorrido”. Por conta da imprecisão, a entidade julgou por bem manter Guilherme Dias Camilo em atividade no Campeonato Mineiro. “(...) a medida mais correta, equilibrada e prudente que se impõe é a manutenção do profissional em questão nas escalas dos jogos patrocinados por essa entidade”.

Em sua reclamação formal, o América também questionou a forma ríspida como Guilherme Dias Camilo se dirigiu aos jogadores do clube no momento em que foi contestado pelas marcações nos lances polêmicos. A Comissão informou que corrigirá a conduta do profissional de modo que a comunicação seja “o mais cortês possível dentro de uma partida de futebol”.

Após receber o documento assinado por Giulliano Bozzano, o América emitiu nota dizendo que a resposta da Comissão não atendeu às expectativas. “O América recebeu, nesta segunda-feira, um ofício no qual a Federação Mineira de Futebol reconhece que houve erros de arbitragem no clássico contra o Atlético-MG, mas que não pode comprová-los. Foi uma resposta que não atendeu às expectativas do América e o Clube não irá se posicionar mais sobre o assunto”.

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