Guilherme Dias Camilo (3º da direita para a esquerda) e Igor Benevenuto (o 4º) foram muito criticados - Foto: Alexandre Guzanshe/EM/D. A PressSe estivessem em uso, o árbitro de vídeo (VAR) e o chip na bola poderiam ter dado novos rumos ao clássico deste domingo, no Independência, em Belo Horizonte, que terminou com vitória do Atlético por 3 a 0 sobre o América, pela sétima rodada do Campeonato Mineiro. Tudo por conta de decisões equivocadas do trio de arbitragem em dois lances capitais, comprovadas posteriormente por um recurso tecnológico da emissora detentora dos direitos de transmissão do Estadual. No primeiro, aos 45 do primeiro tempo, o Atlético teve um gol de Róger Guedes confirmado mesmo sem a bola cruzar a linha de meta, graças à defesa do goleiro Glauco. No segundo, aos 4 do segundo tempo, o zagueiro atleticano Gabriel cortou, de dentro do gol, aquele que seria o empate do América, em cabeceio de Marquinhos.

Momento em que Benevenuto confirma gol do Atlético baseado em visão do auxiliar Guilherme Camilo - Foto: Alexandre Guzanshe/EM/D. A Press

O Atlético segurou sua vantagem até os minutos finais e só transformou a vitória em goleada aos 40 e 45 do segundo tempo, com um gol contra de Norberto e outro de Ricardo Oliveira. Bastou o apito final para a diretoria do América se pronunciar e fazer duras críticas ao árbitro Igor Júnio Benevenuto (CBF) e ao auxiliar Guilherme Dias Camilo (Fifa), responsável por confirmar o gol atleticano e por não constatar o empate americano.

Bastante nervoso, o presidente do América, Marcus Salum, baseou-se nos imagens da TV para atribuir a derrota à arbitragem. “Hoje o que vi aqui é o velho futebol mineiro, lamentavelmente. Isso eu vi, infelizmente confirmado pela televisão, para um lance duvidoso que a bola não entrou (do Atlético), foi a mesma convicção que ele teve para não validar uma bola que entrou (do América)”.

“Vou falar para a torcida do América: eu vou ser punido, pois xinguei o bandeira na saída de campo. Mas quero que a Federação puna o bandeira se ele estiver errado, porque o tratamento que ele deu aos nossos jogadores e o que ele xingou ali com aquela convicção que não era convicção, o América não vai aceitar. Isso não vai nos desestabilizar. Esse é o velho futebol mineiro, e eu não vou cair nesse truque mais. O América está preparado para ser grande, mas ser grande aqui em Minas Gerais é difícil. É todo mundo olhando para nos derrubar. Mas não vão nos derrubar”, acrescentou o presidente americano.

Na parte final do seu pronunciamento, Salum adiantou que o América fará um protesto formal na Federação Mineira de Futebol contra a arbitragem do clássico. Ele ainda ironizou o resultado final favorável ao Atlético. “Peço a vocês, que é uma imprensa séria, que têm nos apoiado e nos ajudado, que não aceita, como outras imprensas do Brasil, a diferença de critério entre os grandes clubes mineiros. Nós não podemos admitir isso mais. Aí faz 3 a 0 nos últimos minutos de jogo, contra um time desesperado, e fica achando que jogou a melhor partida do mundo. Isso é uma inverdade. O jogo foi decidido pela arbitragem. Que os americanos saibam que isso vai para a Federação. Mas eu prefiro jogar o campeonato nacional do que o Campeonato Mineiro”.

Na próxima sexta-feira, às 20h30, o América tentará se reabilitar jogando contra o Tombense, em Tombos, pela oitava rodada. O próximo compromisso do Atlético no Estadual também será na Zona da Mata. No domingo, às 17h, o time alvinegro encara o Tupi, em Juiz de Fora.