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Cortado do voo da Chapecoense por lesão, Rafael Lima supera noites em claro, marca gol do título e ergue troféu no América

Salvo pelo acaso, capitão foi herói do título no Independência a poucos dias de tragédia completar um ano

postado em 26/11/2017 15:44 / atualizado em 26/11/2017 15:57

Leandro Couri/EM/D. A Press
Ao erguer o troféu de campeão da Série B do Brasileiro pelo América, o zagueiro Rafael Lima escreveu uma daquelas histórias que só o esporte parece capaz de proporcionar. Há um ano, o jogador era cortado por causa de lesão da delegação da Chapecoense que embarcou para a Colômbia, em 28 de novembro, para enfrentar o Atlético Nacional, na decisão da Sul-Americana. O voo que levava a delegação caiu a poucos minutos do destino final, matando 71 pessoas – praticamente todos os companheiros de clube de Rafael.

Nesse sábado, a cinco dias de completar um ano de uma das maiores tragédias do esporte, foi do ex-zagueiro da Chape e hoje capitão incontestável do Coelho o gol que deu o título ao clube mineiro. Foi o quinto gol dele, o jogador que mais atuou na campanha do título: 36 partidas.

A euforia de Rafael ao erguer a taça, os cumprimentos, abraços e fotos com os torcedores depois da vitória contrastam com um período difícil para superar a perda dos companheiros. Foram noites em claro e dificuldade para se adaptar, depois de cinco anos defendendo a equipe catarinense. “O acidente é inesquecível. Ninguém que convivia com as pessoas vai esquecer. Imagina eu, que estava com essas pessoas todos os dias. Foi um ano de dificuldade para minha cabeça, para minha mente, até para dormir”, contou o capitão ao Superesportes.

Desde que saiu da Chapecoense, no fim de 2016, Rafael não voltou a Chapecó. Em junho, tentou ir ao sepultamento de um amigo, mas por causa da neblina o voo não conseguiu pousar. Ele foi convidado para uma partida beneficente no fim de dezembro, mas ainda não decidiu se irá. Diz ser muito grato à cidade pelo tempo que viveu lá.

Do desastre do ano passado, afirma que tirou um ensinamento. “Foi importante para a gente aprender a valorizar as pessoas ao nosso lado, que nos amam realmente. E procurar ser um ser humano melhor, pois não sabemos o que pode acontecer amanhã ou depois.”



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