Superesportes

AMÉRICA

Alencar dispara contra LuArenas e chama arquibancada de 'poleiro' e 'gambiarra'

Presidente do América criticou de maneira veemente a empresa gestora do Independência e disse que não há nenhum laudo que aprove a ampliação

Redação
Arquibancadas modulares instaladas pela LuArenas foram chamadas de "poleiro" por Alencar da Silveira - Foto:
O presidente do América, Alencar da Silveira Júnior, disparou contra a LuArenas – concessionária do Estádio Independência – pela instalação das arquibancadas modulares no entorno dos vestiários do estádio. Além de citar que a empresa não obteve autorização do governo de Minas Gerais, do próprio América (dono do imóvel), da Polícia Militar, do Corpo de Bombeiros e da Prefeitura de Belo Horizonte, o dirigente classificou a estrutura como “poleiro”, “gambiarra” e longe do que merecem os torcedores de Belo Horizonte.
“Sobre o que veio do estado, estamos tranquilos, a gente sabia. Justiça é para ser seguida e lei para ser cumprida. Começou errada a maneira como isso tudo foi feito pelos representantes da antiga BWA (atual LuArenas). Não foi correta a atitude do senhor Bruno (Balsimelli) desde a primeira hora, quando ele não apresentou nenhum projeto ao América e já impôs uma situação. Não estamos vendo uma arquibancada à altura do que merece o torcedor de Belo Horizonte, o torcedor do Independência, mas sim um poleiro que está sendo feito lá. Tenho certeza absoluta e, por conta de laudo do Corpo de Bombeiros, quero noticiar que até o exato momento não existe nenhum projeto sendo aprovado dentro dos Bombeiros. E falo isso não só como presidente do América, mas como pessoa de lei, faço leis hoje como deputado, e leis devem ser seguidas”, disse Alencar, em entrevista coletiva nesta terça-feira, no Lanna Drumond.

“O Brasil mudou, lei foi feita para ser seguida A BWA (LuArenas) precisa entender isso. Uma empresa que em menos de dois anos trocou de nome duas vezes não pode ser tão séria dessa maneira. Não sou contra nenhuma ampliação de um estádio na medida da necessidade que tem o estádio, mas para fazer qualquer coisa dentro da nossa casa, o América tem que dar autorização e participar de todos os projetos ali aprovados. Nós temos um departamento jurídico que está de olho, pode ter certeza que o que foi feito, da maneira que foi feita, é coisa de pessoa que não é séria. Agora está chegando numa reta final, e tem o impacto ambiental. Quero lembrar que quando o Independência foi construído, nós olhamos todo o impacto ambiental, o impacto no trânsito, foi feito naquela capacidade pela necessidade daquele momento e o que era permitido pela lei naquele momento”, acrescentou o presidente.

Com capacidade para 23.018 torcedores, o Independência passaria a comportar mais de 28 mil espectadores caso as arquibancadas no entorno do vestiário fossem liberadas. A LuArenas ainda tinha a intenção de modificar parte do setor Minas (cadeiras vermelhas atrás de um dos gols) e estender o espaço para 30 mil lugares. No entanto, nada foi apresentado às autoridades, segundo ressaltou Alencar da Silveira Júnior.

“Não temos nenhum projeto de ampliação no Corpo de Bombeiros, que precisa de 30 dias para ser analisado – seja provisório ou permanente. Temos arena de primeiro mundo, que é referência no Brasil inteiro, de gramado, de conforto. Não é qualquer coisa que tem que ser colocada a bel prazer, a toque de caixa. Tem lei no Brasil, lei a ser cumprida. E se estivermos em país sério, com certeza absoluta nós não teremos torcedores naquela gambiarra que está sendo feita ali nos próximos jogos”.

Por conta das manobras realizadas pela LuArenas, o América só se mostra disposto a conversar com a empresa mediante intermédio do Ministério Público, sobretudo pela inadimplência da administradora da arena (dívida estimada em R$ 3 milhões) com o clube alviverde.

“O América quer o que cabe a ela. Primeiro, respeito à sua administração, aos seus presidentes e ao presidente Alencar. A partir do momento que qualquer coisa que é feita em sua casa, você precisa ser consultado. Posso fazer reforma? Uma adaptação dentro da sua propriedade? E isso, em hora nenhuma foi colocado (ao América). O América exige que o equipamento colocado ali tem que ser analisado e aprovado pelo conselho do América, temos que aprovar. Em segundo lugar, tudo o que é devido ao estado e ao América tem de ser cumprido e pago. Quem não paga um centavo, não paga um milhão. Meu pai falava isso. Qualquer conversa tem de ser com acompanhamento do Ministério Público, da Polícia Civil, da Polícia Militar, de todo um colegiado, pois, quando se escreve e faz algo diferente do que escreve (em contrato), nós não vamos aceitar. O América é dirigido por gente séria, pessoas corretas”, frisou Alencar. “A conversa entre América e LuArenas tem de ser acompanhada pelo MP, pela PM, pela Polícia Civil e até a Polícia Federal, homens da lei. Com o senhor Bruno o América não conversa mais. Troque o interlocutor da empresa. Nem mesmo o estado tem condições de conversar com uma pessoa que fala uma coisa na sua frente e faz outra completamente diferente”, concluiu.

Depois de o América acionar o Ministério Público Estadual e enviar ofícios ao promotor do consumidor, Fernando Ferreira Abreu, e ao promotor do patrimônio público, Leonardo Barbabela, o juiz Armando Ghedini Neto, da 2ª Vara da Fazenda Pública e Autarquias da Comarca de Belo Horizonte, concedeu nesta terça-feira antecipação parcial de tutela ao clube e determinou a paralisação imediata das obras de ampliação do Estádio Independência, tocadas pela concessionária LuArenas/BWA.

Atualizada às 21h56