Quando o árbitro João Batista de Arruda apitou o encerramento da partida entre América e Sport, neste sábado, no Independência, o volante Leandro Guerreiro aproveitou seus últimos momentos junto da torcida do Coelho. Ovacionado pelos mais de 2 mil torcedores presentes no estádio e homenageado pelos colegas de clube, o veterano de 38 anos não conteve as emoções. O choro sincero de um profissional exemplar e com condições de romper a barreira dos 40 ainda em atividade profissional deixou no ar a dúvida sobre a continuidade da carreira. Depois de 147 apresentações oficiais com a camisa americana (houve ainda um amistoso), Guerreiro não sabe se dará continuidade à trajetória no futebol ou se encerrará definitivamente um ciclo que já dura quase 20 anos.
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“É difícil falar. Só tenho que agradecer a vocês da imprensa. Foram seis anos em Minas Gerais, numa convivência muito boa tanto no Cruzeiro quanto no América. Me dei bem com todo mundo. Não vou dizer aqui o que farei ainda porque não sei. Não sei se paro, se continuo jogando. O importante é que saio de cabeça erguida”, disse o experiente meio-campista.
Depois de defender o Cruzeiro entre 2011 e 2013, com mais de 100 partidas e quatro gols marcados, Leandro Guerreiro rodou cerca de 4 quilômetros que separam a Toca da Raposa II e o CT Lanna Drumond, ambos na região da Pampulha, em Belo Horizonte. No ano de 2014, o primeiro pelo Coelho, vestiu a camisa 5, já que Andrei Girotto era o habitual número 8. Em 2015 – ano do retorno à elite nacional – e 2016, Guerreiro passou a usar a 8. Neste sábado, porém, houve espaço para três dígitos na camisa do capitão: 147.
Ainda que tenha cometido falha no lance do primeiro gol do Sport, Guerreiro foi mais uma vez o principal responsável para fazer a bola girar no América. Diante do Leão, ele acertou 55 passes e errou somente um. Assim foi durante todo o campeonato. Segundo os dados do Footstats, o atleta mais velho do grupo americano é o 19º atleta do Brasileiro com mais acertos nesse fundamento (1260).
É verdade que o empate por 2 a 2 com os pernambucanos no Horto não era o resultado esperado por Guerreiro em sua despedida de Belo Horizonte, mas o volante ressaltou o empenho de todo o grupo e prestou agradecimento a torcedores, integrantes da diretoria, funcionários do clube e jornalistas que acompanham o dia a dia do Coelho.
“Queria dar uma vitória para o torcedor, mas infelizmente não conquistamos. Brigamos frente a frente com um time que fez investimento grande, que é o Sport. Todos estão de parabéns. Quero agradecer à diretoria, ao grupo e a vocês da imprensa por todo o carinho que recebi em Minas Gerais. Saio triste por não ter conquistado a permanência, mas feliz por ter conquistado amigos verdadeiros e a torcida, que gosta muito da gente”.
No próximo domingo, às 17h, na Vila Belmiro, o América visitará o Santos pela última rodada do Brasileiro. Ao longo da semana, o técnico Enderson Moreira decidirá se manterá a base do duelo com o Sport ou concederá oportunidade a atletas pouco aproveitados.