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Com reação no fim e competência nos clássicos, América é pela 16ª vez o campeão mineiro

Coelho arrancou empate nos minutos final da decisão contra o Atlético

postado em 09/05/2016 11:00 / atualizado em 09/05/2016 09:30

EM DA PRESS
O 8 de maio de 2016 ficará marcado para sempre na memória dos torcedores e jogadores do América como o dia em que o espírito de luta e a obediência tática foram determinantes para calar mais de 40 mil vozes no Mineirão. Mesmo com qualidade técnica inferior, o Coelho conseguiu superar os próprios problemas e o favoritismo adversário para conquistar pela 16ª vez o título mineiro, no empate por 1 a 1 com o Atlético, encerrando jejum de 15 anos e festejando sua primeira conquista no novo Gigante da Pampulha.

De quase desclassificado na primeira fase a campeão com méritos, sobretudo por saber se comportar diante dos gigantes do estado. Assim o time de Givanildo Oliveira venceu cada obstáculo com humildade e entrega. Em quatro clássicos com o Galo em 2016, foram três empates e uma vitória – a equipe não perde do rival há dois anos. Diante do Cruzeiro, conseguiu empatar no Mineirão na fase de classificação e passou de forma eficiente nas semifinais, também com triunfo no primeiro jogo e igualdade no segundo.

O sucesso do Coelho não é por acaso. Mesmo com problemas financeiros, o clube se agigantou na última Série B do Brasileiro e obteve o acesso à elite, em trabalho com os pés no chão, mirando sempre cada passo por vez. No próximo fim de semana, crescem as expectativas pelo êxito no retorno à Primeira Divisão nacional, domingo, às16h, contra o Fluminense, no Independência. A meta, por enquanto, é modesta: manter-se na competição para 2017, procurando solucionar pontualmente as carências no grupo.

“Eu me sinto privilegiado por ajudar o América a ser campeão mineiro depois de 15 anos. Estou muito feliz aqui. O time é humilde, procura fazer seu melhor, e estou bastante satisfeito. Há um mês e meio, estava em casa, quase fechando com outro clube, mas com saudade de Belo Horizonte. Não pensei duas vezes quando recebi a proposta do América”, comemorava o atacante Borges, que teve participação fundamental no gol de Danilo, que assegurou o empate e o título. Último reforço do Coelho, ele volta a conquistar o Mineiro depois de festejar com o Cruzeiro em 2014.

Para o goleiro atleticano Victor, o adversário foi campeão merecidamente. Ele garante que a equipe alvinegra não vai se abater. “O América fez uma boa campanha, teve seus méritos e cresceu na reta final. Ficamos muito tristes porque não levamos o título, mas satisfeitos com a entrega e a vontade da equipe. Não temos nada a lamentar. O ano segue, temos nossos objetivos, como a Libertadores.” Na quarta-feira, o Galo já enfrenta o São Paulo, no Morumbi, no primeiro jogo das quartas de final.

MUDANÇAS PROVIDENCIAIS Muitos são os candidatos a herói alviverde. Para começar, o experiente técnico Givanildo Oliveira, que soube trabalhar o lado emocional do grupo antes de cada desafio. Depois, o Coelho teve o goleiro João Ricardo como o jogador mais regular em toda a competição, chamando a atenção de todo o país. Na finalíssima de ontem, ele mais uma vez impressionou os torcedores com atuação segura e defesas de muita elasticidade. E o lateral-esquerdo Danilo brilhou nas duas partidas finais, com gols importantes que definiram a taça – havia marcada dois na vitória por 2 a 1, no Independência, na semana passada.

A partida decisiva foi tensa e eletrizante do início ao fim. O América tentou se segurar ao máximo na defesa. O técnico atleticano, Diego Aguirre, inovou na escalação com Marcos Rocha no meio-campo, com o intuito de segurar os avanços de Danilo e Bryan. Outra mudança foi a troca do capitão Leonardo Silva por Tiago. Apoiado pela maioria da torcida, o Galo atacou na maior parte do tempo. A expulsão de Tiago no primeiro tempo, depois de duas faltas infantis, complicou muito a estratégia do treinador uruguaio.

O América quase se complicou ao se segurar demais na defesa. O zagueiro Alison também levou o cartão vermelho, e a conquista parecia ficar mais distante. O gol de Clayton para o Galo levou Givanildo Oliveira a ousar, com Tiago Luís e Borges. Mais criativo, o Coelho explodiu de alegria quando o chute de Danilo estufou as redes de Victor. Faltava só o apito final para o Coelho renascer na galeria dos campeões. Era o início de uma comemoração que iria colorir de verde a madrugada belo-horizontina.

Atlético 1 x 1 América

Atlético
Victor; Carlos César (Edcarlos 19 do 2º), Tiago, Erazo e Douglas Santos; Rafael Carioca, Júnior Urso e Marcos Rocha; Hyuri (Robinho, intervalo), Carlos (Clayton 40 do 1º) e Lucas Pratto
Técnico: Diego Aguirre

América
João Ricardo; Artur (Jonas 10 do 2º), Suéliton, Alison e Bryan; Leandro Guerreiro, Claudinei (Borges 32 do 2º), Osman, Rafael Bastos (Tiago Luís 23 do 2º) e Danilo; Victor Rangel
Técnico: Givanildo Oliveira

Estádio: Mineirão
Gols: Clayton 12 e Danilo 38 do 2º
Árbitro: Wilton Pereira Sampaio (GO)
Assistentes: Alessandro Rocha de Matos (BA) e Carlos Berkenbrock (SC)
Cartão amarelo: Osman e Suéliton
Cartão vermelho: Tiago e Alison
Pagantes: 47.928
Renda: R$ 1.228,935

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