“O que vocês da imprensa mineira estão vendo aí de perto a gente já conhecia aqui no Espírito Santo. O Richarlison sempre foi um jogador aguerrido, de muita luta, que não teme nenhum zagueiro. Para ele, não há jogada perdida. Ele vai mesmo. Dá carrinho, briga pela bola, atrapalha o adversário. Imagino que seja uma tarefa muito complicada tentar marcá-lo”, diz o ex-jogador, que, aos 42 anos, é diretor do Departamento de Esportes da Secretaria de Esportes da prefeitura de Nova Venécia.
Com a experiência de ter atuado profissionalmente por Flamengo, Kashima Antlers (JAP), Bragantino, União da Madeira (POR), Al-Arabi (CAT), Mogi Mirim e CFZ, Régis aconselha Richarlison a ter um pouco de calma neste início de carreira.
“Na minha visão, acho que ainda está cedo para ele sair do Brasil. Deveria jogar aqui ao menos mais um ou dois anos, para ganhar mais reconhecimento. De repente, com esse possível acesso do América à Série A, disputar um Campeonato Brasileiro contra equipes de alto nível. Vai ser bom para o Richarlison. Sempre que conversamos, ressalto isso para ele”, frisa.
No bate-papo, Régis também fala da trajetória do jogador no Espírito Santo e da chegada ao América. Ele torce para que o Coelho consiga o acesso à elite do futebol brasileiro – o clube ocupa a vice-liderança da Série B, com 60 pontos – e que Richarlison se firme de vez no cenário nacional do futebol. Confira abaixo:
Como foram os primeiros passos do Richarlison no futebol?
"O Richarlison ingressou no projeto da prefeitura da cidade em 2008, quando tinha 11 anos. Comecei a trabalhar com ele em 2010. Desde então, vi que havia algo diferente nele. Consegui contato com alguns amigos da época do Flamengo, caso do Sávio, e levei o Richarlison para fazer testes no Figueirense. Na ocasião, ele foi bem avaliado pela comissão técnica do clube, porém havia um atleta da Seleção Brasileira (de base) na mesma posição e a comissão achou por bem não continuar"
"Depois, o Richarlison voltou para o Espírito Santo, onde passou pelo Real Noroeste. Ficou lá por uns dois anos, e de repente quis sair. Felizmente conseguimos convencê-lo a continuar jogando. Daí, o Nivaldo Ramalho, amigo meu, conseguiu um teste para ele no América. O Richarlison foi sem pretensão alguma, mas conseguiu impressionar em três treinos. O Célio Costa aprovou na hora e pediu para ele voltar. Foi aí que começou a dar certo. O Richarlison disputou o Mineiro, sagrou-se campeão, fez gols e depois subiu para o time de juniores antes de seguir ao profissional."
“Sempre foi retraído, de poucas palavras. É uma coisa que tem que mudar aos pouquinhos. Brinquei com ele numa conversa: ‘agora é profissional, rapaz! A imprensa toda vai querer te entrevistar! TV, rádio, jornal. Acostume-se!’. É questão de tempo para ir pegando o ritmo”.
Quais eram as características do jogador?
“O que vocês da imprensa mineira estão vendo aí de perto a gente já conhecia aqui no Espírito Santo. O Richarlison sempre foi um jogador aguerrido, de muita luta, que não teme nenhum zagueiro. Para ele, não há jogada perdida. Ele vai mesmo. Dá carrinho, briga pela bola, atrapalha o adversário. Imagino que seja uma tarefa muito complicada tentar marcá-lo”
O Richarlison sempre mostrou faro de gol apurado?
“Na época que trabalhou comigo, o Richarlison costumava dar mais assistências do que fazer gols. No profissional está invertendo. E isso é bom. Um jogador da posição dele tem que se destacar pelos gols. E no América ele está fazendo isso”
O que ele precisa melhorar?
“Uma coisa que acho que ele precisa melhorar é a questão de ficar se jogando. Às vezes o Richarlison tem a oportunidade de seguir uma jogada, mas prefere cair pedindo falta. Isso pode causar marcação de árbitros, que, num eventual lance de contato, podem ignorar e não assinalar falta. Mas ele é novo e ainda está amadurecendo. Com o tempo, vai parar de fazer isso também”
Qual o conselho que você dá ao atleta sobre uma possível saída do América?
“Na minha visão, acho que ainda está cedo para ele sair do Brasil. Deveria jogar aqui ao menos mais um ou dois anos, para ganhar mais reconhecimento. De repente, com esse possível acesso do América à Série A, disputar um Campeonato Brasileiro contra equipes de alto nível. Vai ser bom para o Richarlison. Sempre que conversamos, ressalto isso para ele”