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“Nós acreditamos no trabalho deles. Como não há apoio governamental, tivemos a ideia de proporcionar isso. Fiquei muito feliz e tenho certeza que eles ficaram também”, justificou Tony, ao ser perguntado a respeito da iniciativa.
Ao acompanhar o projeto, Tony, pai de duas filhas gêmeas de quatro anos, comentou que a aceitação dos colegas ocorreu por unanimidade. “Tenho duas filhas e imagino como seja o sofrimento dos pais ter que lidar com essa doença. Esse câncer é uma coisa bem difícil. Quando chegamos com a ideia, o pessoal aceitou na hora. Esse grupo é bem bacana, um dos melhores que já trabalhei. Foi muito legal reunir o pessoal”.
A manhã foi de muita animação no Lanna Drumond. A CAPE, que atende mais de 60 pessoas, levou 11 crianças ao CT alviverde. Com direito a lanche reforçado (salgadinhos, sucos e doces), apresentação teatral e bate-bola com os jogadores dentro de campo, os meninos se divertiram muito. Manoel Lucas, de 10 anos, sonha em ser jogador de futebol quando crescer. “Quero entrar e fazer gols”, disse o garotinho, que mostrou muita intimidade com a bola ao fazer várias embaixadinhas.
O “parceiro de ataque” de Manoel foi o armador Mancini. Depois do treino, o experiente jogador, ainda calçado, correu para o gramado e trocou passes com os pequenos. “São crianças que precisam de atenção e carinho. Muita gente tem tudo, uma saúde de ferro, e ainda reclama. E essas crianças lutam diariamente pela vida e estão aqui sorrindo. O que pudermos fazer por isso, nós vamos fazer”, frisou o veterano de 35 anos.
A instituição
Há dois anos em funcionamento, a Casa de Acolhida Padre Eustáquio vive de donativos de pessoas comuns e empresas. De acordo com Simone Souza, coordenadora do projeto, os custos mensais chegam a R$ 100 mil (Clique aqui e saiba mais sobre a organização).
“A maior parte dos recursos vem da Associação Dona Lucinha, que é a mantenedora, de pessoas e empresários. Nós recebemos doações de alimentos e materiais. Nós ainda não temos isenção fiscal e pagamos impostos. É um custo muito alto”, revelou Simone.
Segundo a coordenadora, a visita ao CT Lanna Drumond pode contribuir de maneira significativa para elevar a autoestima das crianças que enfrentam diariamente uma difícil batalha contra o câncer. “Eles têm uma rotina diária de tratamento médico. Então quando têm a oportunidade de sair, ficam felizes. São fanáticos por futebol, tanto as meninas quanto os meninos”.
Exemplos recentes
A atitude dos jogadores americanos é mais uma prova de que o futebol pode ser utilizado para disseminar o bem. No domingo, o garoto Matheus Teodoro, de 6 anos, entrou em campo com a equipe do Cruzeiro na partida contra o Fluminense, no Mineirão. Nos braços do atacante Willian, o pequeno torcedor, que sofre de displasia neuronal intestinal – doença rara que lhe impede de se alimentar por vias naturais –, teve o nome gritado pela torcida celeste e foi “pé quente”, já que a Raposa venceu por 2 a 0. Agora, há uma mobilização na internet em prol de arrecadação de fundos para Matheus conseguir realizar tratamento em Miami, nos Estados Unidos.
Há alguns dias, o atacante Rubens, do Coelho, visitou o setor de Oncologia Pediátrica da Santa Casa e, junto da namorada, Isabela, distribuiu vários presentes às crianças.
Idealizador da ação solidária desta quinta-feira, Tony espera que o exemplo se espalhe por todo o Brasil. “Eu gosto de ajudar, mas não para aparecer. Se pudesse, nem precisaria de fotos e repercussões. Mas entendo o trabalho da imprensa, sei que vocês precisam mostrar isso. Tenho certeza que há muitas pessoas que não aparecem e ajudam. E o futebol, por ser um esporte influente no país, pode ser uma arma do bem para ocorrer outras situações do tipo”, encerra o jogador.
