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Maior 'ladrão' de bolas do Coelho, Thiago Santos revela que teve fase de artilheiro no passado

Quarto colocado no ranking de desarmes certos da Série B do Brasileiro, camisa 5 diz que vive melhor fase da carreira e não descarta ir ao ataque caso haja necessidade

postado em 22/06/2015 11:09 / atualizado em 22/06/2015 17:13

Gladyston Rodrigues/EM/D.A Press

Os números mostram que Thiago Santos é o “cão de guarda” do América nesta Série B. De acordo com o Footstats, site especializado em estatísticas futebolísticas, o camisa 5 do Coelho aparece na quarta posição do ranking de desarmes certos da competição. Ele já fez 30 intervenções em sete partidas – média de 4,2 por jogo – e só fica abaixo de Nininho, lateral-direito do Santa Cruz (32); Jean, volante do Paraná Clube (36); e Juninho, meio-campista do Macaé (40). Assim, Thiago será o protetor do Coelho na partida desta terça-feira, contra o Criciúma, no Estádio Heriberto Hulse, pela nona rodada da Segundona.

“Quanto mais eu desarmar o adversário, menos perigo nós vamos correr. Minha função é essa. É marcar o jogador rival que cria mais”, diz o atleta, em entrevista à reportagem do Superesportes.

O volante americano lidera outra estatística voltada para o lado defensivo: com 25 faltas, é o jogador que cometeu mais infrações nas oito primeiras rodadas. O número poderia ser maior, mas Thiago, em função de problemas familiares, ficou fora da derrota para o Náutico por 2 a 1 na sexta rodada, em Pernambuco.

Consolidado como meio-campista de contenção, Thiago aparece pouco no ataque. Sua média por jogo é de 16,4 passes certos. O colega Leandro Guerreiro, por exemplo, registra o dobro por partida nesse quesito (32). Em compensação, fez apenas 10 desarmes, três vezes menos que Thiago Santos.

“Minha posição é mais de primeiro volante mesmo. O Leandro Guerreiro tem característica parecida com a minha, então às vezes alternamos. Uma vez ele vai, na outra eu vou. Mas minha melhor função é ficar protegendo mesmo (a defesa)”, comenta o camisa 5. Apesar de ser o chamado “cabeça de área”, Thiago contribuiu com uma assistência nesta temporada – deu o passe para o gol de Marcelo Toscano na vitória sobre o Bragantino, por 1 a 0, no interior de São Paulo.

Fase de artilheiro


O que poucos torcedores do América sabem é da característica ofensiva apresentada por Thiago Santos no começo da carreira. No Prudentópolis (antigo Serrano), agremiação paranaense que defendeu entre 2008 e 2011, ele marcou 10 gols.

“Eu era segundo volante e chegava com facilidade ao ataque. Depois, no decorrer da minha carreira, acabei recuando. Mas tive uma fase de artilheiro. Se eu contar, ninguém acredita”, brinca.

Os outros dois clubes pelos quais o meio-campista de 25 anos balançou as redes foram Nacional-MG (2 gols) e o próprio Coelho – marcou um gol na vitória por 2 a 1 sobre o Luverdense, na Série B de 2014. Retomar um dia a fase de artilheiro não está fora dos planos.

 Rodrigo Clemente/EM/D.A Press


“O Givanildo sempre pede para que um dos volantes chegue perto da área. Então tenho que me adaptar em sair jogando para quem sabe chegar à frente e fazer gols também”, frisa Thiago Santos, que ainda afirma estar vivendo o melhor momento da carreira. “Graças a Deus venho tendo uma sequência desde o Mineiro. Espero mantê-la na Série B do Brasileiro e conseguir nosso grande objetivo, que é o acesso”.

Nesta terça-feira, Thiago completará contra o Criciúma a marca de 45 apresentações pelo Coelho, sendo 28 como titular. Ele está no grupo alviverde desde maio de 2014.


Leia a seguir o bate-papo com o volante americano.

O site Footstats diz que você é o quarto jogador que mais desarma na Série B (30 intervenções em sete partidas). Qual o segredo para tantas bolas roubadas?

Quando cheguei ao América, tinha acabado de ficar entre os cinco melhores “ladrões” de bola do Paulistão, pelo Linense. E na minha posição, o que tem que saber fazer é isso: marcar o jogador que mais cria pelo time adversário. Quanto mais eu desarmar o adversário, menos perigo nós vamos correr.

A qual característica você atribui o bom poder de marcação?

No ano passado, o Givanildo sempre falava comigo que eu cometia muitas faltas ao tentar roubar a bola. Ele dizia que não precisava, pois eu tinha força e velocidade para conseguir recuperar. Aí fui diminuindo um pouco das faltas e agora consigo roubar a bola sem fazer tanta falta. Além disso, meus testes de velocidade são bons. Tenho vigor para marcar forte.

No “pé de ferro”, teus companheiros não têm uma missão fácil ao disputar a bola contigo. De onde vem tanta força? Desde a base tem esse perfil?


Nunca gostei de perder em nada. Sempre treino igual eu jogo. Gosto de treinar forte e os outros jogadores sabem que vou dividir forte. Eles também vêm. Mas não quero machucar ninguém, é só o meu jeito mesmo.

Podemos dizer que você vive o melhor momento da carreira?


Sim. Até porque no ano passado era reserva e este ano, graças a Deus, venho tendo uma sequência desde o Campeonato Mineiro. Espero ir até o fim do Campeonato Brasileiro e conseguir o objetivo de todos nós, que é o acesso.

Em relação ao time, o G-4 é o ponto positivo. Mas, levando em consideração as sufocantes vitórias por 1 a 0 em casa, você acha que ainda há algo a ser melhorado? O que precisa ser feito?

Que tem que melhorar, isso é com certeza. O professor sempre nos fala que precisamos melhorar a cada jogo. Nunca podemos achar que está bom. Quanto aos jogos, no segundo tempo estamos tomando um pouco de pressão, então precisamos acertar um pouco mais a marcação para que nos próximos jogos não soframos tanto. Em relação aos resultados por 1 a 0, o importante mesmo é conquistar os três pontos.

Ano passado você fez um gol pelo América. Neste ano, está mais no auxílio à defesa, fazendo o trabalho de proteção. Contudo, fazendo até uma comparação com o time de 2014, que tinha o Andrei Girotto, um volante finalizador, passa pela tua cabeça tentar aprimorar a parte ofensiva e de repente treinar chutes de longa distância? Pensa nisso ou prefere ficar apenas na defesa?

Minha posição é mais de primeiro volante mesmo, protegendo a área. Do meu lado joga o Guerreiro, que tem características próximas. Então nós sempre alternamos: uma vez ele vai, na outra eu vou. Quanto aos chutes, tem que treinar sim de fora da área. O Givanildo pede para que um volante chegue à área também. Então temos que nos adaptar em sair e chegar ao ataque com mais facilidade.

Thiago Santos em ação pelo Prudentópolis. Gol aos 2'25


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