America-MG

Patrocínio, empréstimo bancário e patrimônios: presidente comenta saúde financeira do América

Marco Antônio Batista atendeu à imprensa e disse que, apesar das dificuldades no futebol, Coelho está com as contas em dia e pode conseguir recursos milionários

Rafael Arruda

Em entrevista no CT Lanna Drumond, presidente Marco Antônio Batista comentou saúde financeira do Coelho

Marco Antônio Batista concedeu entrevista no CT Lanna Drumond para anunciar uma parceria que viabiliza a redução dos preços de ingressos para o jogo entre América e Atlético-GO, sábado, às 16h30, no Independência (leia aqui). Depois de divulgar a promoção, o integrante do conselho de administração foi questionado pela imprensa sobre outros assuntos. Entre os mais importantes, a saúde financeira do Coelho, a possibilidade de conseguir um patrocínio master para esta temporada e as receitas que os patrimônios do clube devem render nos próximos meses e anos.


Durante o bate-papo com os jornalistas, Batista garantiu que o América está com as contas equilibradas e defendeu o discurso de outros conselheiros ao ser perguntado se o grupo de jogadores seria reforçado. “Temos que agir de acordo com as nossas condições. Não podemos fazer loucuras e nem vamos contratar 30 e tantos jogadores como já foi feito antes”, disse o dirigente, mais ligado à área administrativa, mas que sempre participa de reuniões com os gestores do futebol (Euler Araújo, Francisco Santiago e Alencar da Silveira Júnior).

A respeito dos patrimônios do América, o dirigente afirmou que o cenário é bastante positivo para a arrecadação de pelo menos R$ 60 milhões, valor quase três vezes maior ao orçamento da atual temporada. "Se considerarmos a área da Direcional (CLAM), a área dos Três Barras, e a área anexa ao nosso ex-clube da Pampulha (estacionamento em frente ao CLAM), estamos falando em receita de R$ 60 milhões baseada nos valores de 2012, que pode ter correção. É uma coisa a longo prazo, mas que gerará grande receita ao clube", pontuou Batista.

Leia, na íntegra, as declarações de Marco Antônio Batista

Possibilidade de conseguir um patrocinador master em 2015

A gente tem alguns flancos abertos, algumas negociações em andamento. Boa parte delas nós não conseguimos concretizar. O patrocínio master que estava trabalhado desde o ano passado, da Caixa Econômica Federal, não conseguimos viabilizar, mesmo tendo trabalhado três meses em cima disso, tanto tecnicamente quanto politicamente. Ainda há uma chance, mas já estamos virando o primeiro semestre do ano. A gente tem uma possibilidade de patrocínio sim, mas ainda estamos numa fase de discussão, então nem podemos delinear qual tipo de parceiro é. É um grupo mineiro, mas com o investimento a nível nacional. Então esperamos ainda para o segundo semestre fechar um patrocínio master para o clube. De fato, não é uma situação fácil.

Enfrentamos um cenário econômico difícil. O país passa por uma situação instável. Investir no futebol com cada potencial parceiro que você vai conversar, as restrições estão aumentando. Automaticamente, a falta de dinheiro (prejudica). Então é um problema muito grande. Mas, apesar disso, temos esperança em fechar um patrocínio na virada do primeiro semestre.

Empréstimo de R$ 5 milhões feito no Banco Semear

Fizemos esse empréstimo. Já havia uma necessidade para equilíbrio de fluxo de caixa. Viemos, até por uma necessidade de custo do ano passado, fazer quitação de folhas de pagamentos, rescisões de atletas, um valor expressivo de recursos. Além disso, não estamos conseguindo uma entrada de recursos através de patrocínios. Não é só uma realidade do América, mas também de outros times. Então a gente teve de buscar uma forma de equalizar a parte financeira por meio de um empréstimo que negociamos durante quase três meses. Conseguimos uma operação muito salutar que comporta perfeitamente o fluxo de caixa. Temos um vasto patrimônio e parte dele está colocado como garantia para pagamento da dívida. Mas, obviamente temos segurança em relação ao fluxo de caixa. É claro que não deixamos de ter a preocupação com a entrada de dinheiro por meio de patrocínio. De modo geral, se não tiver receita de patrocínio, o time não consegue fechar o ano. Mas até aqui estamos honrando todos os nossos compromissos.

Com relação ao empréstimo, não há nenhum jogador colocado na condição de garantia. É um valor que eu não considero muito expressivo se comparado com outros clubes. Quando vemos outros clubes, achamos que não fazemos nem cócegas em relação a outras situações. Então estamos tranquilos e a torcida do América pode ficar tranquila também. Estamos muito seguros da operação, que foi debatida tanto no conselho deliberativo quanto no consultivo. E, por outro lado, continuaremos buscando patrocínio para melhorar nossa parte financeira.

Desde 2010, data em que foi tirada a fotografia acima, América já planejava negociar seu clube de lazer

Negociação do Centro de Lazer do América Mineiro (CLAM), no Bairro Ouro Preto, com a construtora Direcional

A pergunta é pertinente. Até adianto, em primeira mão, o sucesso do empreendimento. Eles fizeram os lançamentos das duas primeiras torres e quase 90% das unidades já foram vendidas. Agora, preparam o lançamento da segunda (torre). Já estabelecemos com a Direcional, com acompanhamento do conselho fiscal, o modus operandi do reparte de recursos. Já há recursos a serem repassados e brevemente vamos estabelecer isso. Boa parte desses recursos deve ser para quitar dívidas que o clube já tem com alguns credores que são históricos no América de 20 anos para cá. É um grande empreendimento, assim como nós temos outros empreendimentos com boas expectativas de receitas. Temos cerca de 20% do valor geral de vendas dos imóveis da Direcional. Entram como receita líquida para o América. Estamos falando de R$ 18 milhões a R$ 20 milhões.

Trabalho do técnico Givanildo Oliveira e possibilidade de contratar reforços

Manter o Givanildo já foi um grande esforço que fizemos para continuar o trabalho. Ele é um técnico vitorioso no América. E foi colocado para ele a nossa necessidade de evitar uma folha altíssima. Não havia condições de fazermos isso. A diretoria está satisfeita e deseja que o resultado seja cada vez melhor para se manter no G-4. A questão de reforços tem que ser avaliada, mas não vamos contratar 30 ou 40 jogadores como foi feito no passado. Isso está absolutamente fora de cogitação. Dentro da nossa possibilidade – hoje não existe –, podemos avaliar muito pontualmente a chance de trazer atletas que melhorem a qualidade do nosso clube.

Reforma do CT Lanna Drumond para construção do Planeta América

Esse projeto já vem de gestões passadas e nós estamos no período de fazer estudos de viabilidade no ponto de vista de confirmar a questão de investimento sem tirar recursos de dentro do América. Então estamos negociando com alguns parceiros, sendo que estamos bem adiantados com um parceiro no processo de discussão do projeto. Diria que ainda está muito no papel, pois na prática não há nada em andamento. Mas no arranjo do projeto, já está bem encaminhado. Há um parceiro interessado em uma grande parceria conosco.

É um projeto ousado que envolve aquisição de áreas e negociações de terrenos. Além disso, há os interesses do nosso parceiro. Tudo isso tem de ser levado em consideração. É um projeto que está no radar da comissão de projetos, que toca tudo isso com muito afinco.

SAIBA MAIS SOBRE O PLANETA AMÉRICA


Terreno de Três Barras, em Contagem

Dependendo do tamanho do projeto que estamos aprovando, pode gerar R$ 30 milhões. Lá envolverá uma construção de 1,2 mil unidades residenciais. São prédios. Temos algumas contrapartidas para fazer, mas haverá campo de futebol, equipamentos de lazer e saúde e uma área verde para eles. O projeto está pronto. Está a nível executivo e agora nos encontramos na fase de protocolar na prefeitura. Pelo valor do projeto, há a expectativa de proporcionar R$ 30 milhões. Ou seja, se considerarmos a área da Direcional (CLAM), a área dos Três Barras, e a área anexa ao nosso ex-clube da Pampulha (estacionamento em frente ao CLAM), estamos falando em receita de R$ 60 milhões baseada nos valores de 2012, que pode ter correção. É uma coisa a longo prazo, mas que gerará grande receita ao clube.