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Salum questiona denúncia do Joinville, critica FCF e confia em vitória do América no Pleno

Presidente do Coelho se manifestou publicamente em entrevista à Rádio Itatiaia

postado em 24/09/2014 19:14 / atualizado em 24/09/2014 20:14

Redação /Superesportes

Carlos Cruz/América FC

Principal responsável pelo departamento de futebol do América, o presidente Marcus Salum esteve nesta quarta-feira na sede da Federação Mineira de Futebol, no Barro Preto, Região Centro-Sul de Belo Horizonte. Entrevistado pela Rádio Itatiaia, o dirigente se manifestou publicamente sobre a atual situação da equipe, punida pelo STJD com a perda de 21 pontos em virtude da escalação irregular do lateral-esquerdo Eduardo. Depois de um curto período de férias, Salum voltou ao clube com um discurso de confiança no julgamento do Tribunal Pleno, que acontecerá provavelmente no início de outubro.

“Estamos vivendo um momento que não nos agrada. Por isso vim aqui para ter apoio total do presidente da Federação (Castellar Neto). A gente sabe que nessa denúncia feita pelo Joinville alguém vendeu uma informação que colocava uma suposta irregularidade no jogador do América e desenvolveu todo esse processo”, disse o presidente, que, na sequência, teceu críticas à arbitragem e ao fato de Fábio Nogueira, diretor de competições da Federação Catarinense de Futebol (FCF) e vice-presidente da CBF, supostamente ter entrado no vestiário do árbitro Marcos André Gomes da Penha.

“Ontem, no jogo contra o Joinville, tivemos uma arbitragem extremamente desigual. Não diria desonesta, mas sim desigual. Uma expulsão do Obina aos 36 minutos e uma coincidência de um assessor da Federação Catarinense, Sr. Fábio Nogueira, estar no vestiário do árbitro antes e no intervalo do jogo. Ele faz parte da CBF. Nosso pessoal identificou e falou o nome dele. Li a súmula hoje e não constou a presença dele no vestiário. Então vim conversar com o presidente da Federação, em especial pelo problema ocorrido e também pelo que vem acontecendo. Parece que a Federação de Santa Catarina faz pressão demais. Tem quatro times na Série A (na verdade são três: Criciúma, Figueirense e Chapecoense), faz parte da chapa da CBF... então, alguma coisa pode estar ocorrendo e a gente não está percebendo”, reclamou o mandatário.

O América considerou injusta a expulsão de Obina no empate por 1 a 1 com o Joinville, nessa terça-feira. Ao dominar a bola, o centroavante acertou o cotovelo no rosto do zagueiro Bruno Aguiar. Com um a menos, o Coelho foi pressionado no segundo tempo e acabou cedendo igualdade no placar. Mas o questionamento maior ficou por conta da retirada de 21 pontos no Tribunal.

“A partir de agora, vamos tomar pé e seguir o rumo do nosso problema no julgamento. O América não perdeu 21 pontos como todo mundo está falando. Não está resolvido o assunto. Foi uma decisão de primeira instância na qual houve uma decisão de cinco votos, sendo um nos absolvendo. Se um absolveu é porque existe a dúvida. Nós temos julgamento do Pleno onde terão nove juízes votando. Não conheço na história do futebol brasileiro um clube que perdeu 21 pontos. Isso é um absurdo do absurdo. A CBF não se pronunciou. É lógico que o regulamento não é claro. A Fifa manda dizer que é por campeonato ou taça. E eu tenho certeza que qualquer pessoa da CBF sabe disso”, afirma Marcus Salum.

Carlos Cruz/América FC


Regulamento da Fifa é novamente citado

Assim como outros conselheiros, casos de Paulo Lasmar e Francisco Santiago, e o próprio advogado de defesa, Henrique Saliba, Salum menciona os artigos 5.3 e 5.4 do Regulamento de Transferências da Fifa para provar que o América está certo. As redações sinalizam que, na mesma temporada, um atleta não pode ser inscrito por mais de dois clubes em quaisquer campeonatos ou taças. Segundo essa linha, o Coelho estaria certo, pois a presença de Eduardo na Copa do Brasil, pelo São Bernardo, seria desconsiderada, valendo apenas sua escalação na Série B, com a camisa da Portuguesa.

“O presidente da Federação Mineira já nos deu razão. Vamos marcar com o presidente da CBF (José Maria Marin) nesta semana para que ele se posicione. O América está certo. O regulamento da Fifa é claro. Ele fala que não pode jogar por dois clubes desde que seja em campeonato ou taça. E colocar isso na cabeça do juiz infelizmente é um trabalho que não é só no papel. Tem que ser feito com muita ação. Quero dizer publicamente para a torcida do América que não erramos hora nenhuma. Não somos carta fora do baralho para subir à Série A”, declara.

Acontece que, de acordo com o julgamento em primeira instância do STJD, o Coelho não poderia inscrever o lateral-esquerdo na Série B, já que o artigo 49 do Regulamento Geral das Competições da CBF (RGC) impede um atleta de atuar por mais de dois clubes em quaisquer competições nacionais de um ano. Ao mesmo tempo, o texto apresenta uma contradição, pois determina que a lei seja aplicada em consonância com as normas da Fifa.

A punição aplicada ao Coelho concordou com o artigo 214 do Código Brasileiro de Justiça Desportiva (CBJD). O time perdeu 12 pontos pelas quatro partidas que fez constar o nome de Eduardo nas súmulas e nove por conta das vitórias sobre Paraná Clube (1 a 0), Oeste (3 a 0) e ABC (1 a 0). O lateral-esquerdo só participou, de fato, do último duelo. Nos outros três, incluindo uma derrota para o América-RN (1 a 0), ele ficou no banco de reservas.

Dirigente fala em "guerra" para vencer

Para Salum, o América ainda não perdeu 21 pontos. Ele aguarda o julgamento do recurso no Tribunal Pleno para decidir o que o clube fará. Confiante em vitória, o dirigente prefere não falar sobre recurso na Justiça Comum, o que poderia, por exemplo, excluir o Coelho do Campeonato Brasileiro.

“Não sei o que acontecerá no julgamento, portanto não colocarei tal hipótese aqui (Justiça Comum). Mas o América não perdeu o efeito suspensivo. O América hoje tem 37 pontos. Está a 10 pontos do líder e a sete do G-4. Ninguém tirou 21 pontos do América. Perdemos na primeira instância e vamos ser julgados na segunda. Depois que acabar o julgamento na segunda, nós colocaremos. A situação é fácil? Não. É difícil. É um entendimento que teremos de provar que estamos certos. E o trabalho será feito ao meu estilo. De não se esconder, de colocar a cara, de ir para a guerra. Estou na guerra e nós vamos buscar o resultado lá”, finalizou.

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