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'Não vi para tanto', diz Vampeta sobre reação de Gerson contra Ramirez

Jogador flamenguista acusou o atacante do Bahia de ter cometido um ato racista durante a partida desse domingo

Redação
Vampeta deu a declaração no programa Mesa Redonda, da TV Gazeta - Foto: Reprodução  
Após a denúncia de racismo feita por Gerson, volante do Flamengo, contra Índio Ramirez, atacante do Bahia, na partida desse domingo, no Maracanã, pela 26ª rodada do Campeonato Brasileiro, Vampeta minimizou o caso. No programa 'Mesa Redonda', da TV Gazeta, o ex-jogador de futebol entendeu a revolta do atleta rubro-negro como exagerada. 


 
 
"Esse final de semana, eu estava em Sorocaba em um evento com o Amaral, a gente estava no mesmo carro e ele falou: 'Vampeta, está muito chato este negócio na bola de qualquer coisinha (ser racismo)... pô, a gente se chama de negão, chama de macaco...'. Eu estava vendo o jogo e o Gerson estava muito esquentadinho com tudo. Joga muito, merece uma oportunidade na seleção, mas eu não vi o caso para tanto", disse Vampeta.
 
 
 
Após escutarem a opinião do ex-jogador, o apresentador Flávio Prado e os convidados à bancada tentaram convencê-lo de que a reação de Gerson diante do fato foi correta.

“A ofensa é uma coisa que você recebe cada um de um jeito, é uma coisa muito pessoal. Uma vez falei com uma amiga negra sobre isso e ela falou: ‘cara, você só sabe o que dói se você sentir’”, declarou Flávio Prado. 



O ex-volante tentou se justificar ao falar de suas experiências dentro de campo, quando ainda atuava profissionalmente.

“Eu não estou defendendo essas coisas não, pelo amor de Deus, mas no futebol... Por exemplo, eu jogo na Vila Maria e lá tem de tudo: coreano, boliviano... ‘Toca a bola, Bolívia’. ‘Ô alemão, toca a bola’. ‘Ô chinês’, e aí? Então se todo mundo for para a televisão...”, continuou Vampeta. 

O ex-apresentador dos canais Fox Sports e convidado do Mesa Redonda, Benjamin Back, tentou explicar à Vampeta a diferença entre esses tipos de tratamento. 

"É diferente quando você tem uma liberdade com a pessoa. Eu sou judeu, e quando amigos brincam com alguma coisa é lógico que você não vai melindrar. Você falar negão para o amigo, (ele) sabe que não tem nada. Agora você virar para um cara no meio do jogo e falar: 'ô, seu macaco'. Tá maluco, cara?”, disse Benja. 

O caso

 
Tudo aconteceu após um gol do Bahia. O atacante colombiano teria ‘provocado’ o flamenguista e usado injúria racial. Na hora do ocorrido, Gerson ficou indignado e foi tirar satisfação com o jogador, o que gerou um dos tantos atritos da partida. A bronca de Gerson acabou ocasionando um bate-boca com o técnico Mano Menezes. O treinador defendeu seu jogador. Os microfones da transmissão de TV o captaram dizendo que o colombiano era "novo e ia aprender" e que a atitude do flamenguista era "malandragem".



Após a partida, o jogador rubro-negro tornou sua indignação pública. "Quero falar uma coisa: tenho muitos jogos como profissional e nunca vim falar nada na imprensa porque nunca sofri esse preconceito. Quando tomamos um gol, o Bruno Henrique ia chutar uma bola, o Ramirez reclamou e fui falar com ele, que disse: "Cala a boca, negro", relatou.

Mais tarde, nas redes sociais, o jogador desabafou. "Não vou 'calar a minha boca'. A minha luta, a luta dos negros, não vai parar. E repito: é chato sempre termos que falar sobre racismo e nada ser feito pelas autoridades. Racismo é crime. E deve ser tratado desta maneira em todos os ambientes, inclusive no futebol", escreveu.