O troféu, que já havia passado pela capital pouco depois do título, chegou no fim da tarde de domingo. Os jogadores aguardavam no saguão do aeroporto ao lado de funcionários do banco, diretores dos clubes de BH e do interior, do prefeito Sousa Lima e da charanga do Galo. De lá, seguiu em desfile em carro aberto pela avenida Antônio Carlos até o centro, quando foi entregue ao governador Israel Pinheiro, que a colocou em um pedestal para exposição pública. No dia seguinte, a taça continuou em exposição – “sob severa vigilância policial”, ressaltava o EM – e à noite foi levada ao programa Bola na Área, da TV Itacolomi, dos Diários Associados.
Criada para premiar os campeões mundiais desde a primeira edição, no Uruguai, a taça levava o nome do ex-presidente da Fifa (1921-1954), responsável por idealizar a Copa do Mundo. O Brasil ficou em posse definitiva do troféu ao vencer a Itália, no México, e conquistar o tricampeonato.
A taça – de 35 centímetros e aproximadamente 3,8 quilos de ouro –, foi roubada duas vezes. Em 1966, na Inglaterra, foi encontrada por um cachorro, Pickles, que farejou um pacote em meio a arbustos, em Londres. Em 19 de dezembro de 1983, foi levada por dois ladrões da sala do gabinete do presidente da CBF, Giullite Coutinho, na sede da confederação, no centro do Rio. A taça, segundo a Polícia Federal, foi vendida e derretida no dia seguinte ao roubo.
Ironicamente, o troféu ficava exposto sem muita segurança, enquanto uma réplica ficava em cofre. Quatro pessoas foram sentenciadas, mas ficaram foragidos. Três foram presos ao longo da década de 1990, mas passaram pouco tempo presos, e um morreu assassinado a tiros, em 1989. Muitos detalhes não foram esclarecidos. Desde 1974, os campeões mundiais recebem a Taça Fifa, criada pelo italiano Silvio Gazzaniga, de 36,5 cm e cinco quilos de ouro.