Em uma decisão repentina, Wanderley Paiva, conselheiro nato do Cruzeiro, resolveu subir ao palco para representar o ex-camisa 10 celeste. Ele disse que fez isso pensando muito mais no clube do que no jogador.
“Falei com o presidente do Cruzeiro. Ficava chato se eu não viesse representar. Ele (Arrascaeta) deixou a sua marca indelével no Cruzeiro. A saída não foi tão bem, mas será entregue. Vou ao Rio de Janeiro entregar a ele, eu como conselheiro nato do Cruzeiro”, disse o conselheiro. “Foi espontâneo.
A forma com que Arrascaeta saiu do Cruzeiro deixou grande parte da torcida celeste magoada com o uruguaio. Ele não se apresentou para treinar no início da temporada e entrou em litígio com o clube. A situação só foi resolvida com a venda do jogador para o Flamengo. O clube carioca pagará ao todo 18 milhões de euros (R$ 76,5 milhões) por 70% dos direitos econômicos de Arrascaeta.
Desse valor, o Cruzeiro receberá 13 milhões de euros (R$ 55,2 milhões), já que detém 50% em parceria com a rede varejista Supermercados BH. Uma parcela desse valor já está nos cofres celestes. Os outros 20% custarão 5 milhões de euros (R$ 21,25 milhões) e correspondem à fatia do Defensor-URU. O tempo de contrato de Arrascaeta com o rubro-negro será de cinco temporadas, até dezembro de 2023.
Paiva criticou Arrascaeta, mas disse entender a cabeça do jovem uruguaio. “Coisa da juventude, coisa de empresário e dinheiro. Flamengo ofereceu mais, um jovem de 23 anos pensa no futuro, a carreira do jogador é curta. Futebol é dinheiro. Tardelli declarou amor pelo Atlético e hoje está declarando amor pelo Grêmio”, disse.
O conselheiro mandou um recado ao armador.
Trajetória
Wanderley Salgado de Paiva é natural de Abre Campo, no interior de Minas Gerais. Estudou no interior do estado, formando em Direito na Faculdade do Oeste de Minas, em Divinópolis. Depois, fez mestrado em Direito Público pela Universidade Gama Filho, no Rio de Janeiro.
Entrou para a magistratura como juiz de direito titular da Comarca de Ribeirão das Neves em 1993. Depois, trabalhou em Nanuque, Barbacena e Contagem, antes de chegar à Justiça de Belo Horizonte.
Wanderley conta como passou a participar da vida política do clube. “Eu entrei no Cruzeiro pelos braços do Osvaldo Faria, que era comentarista da Rádio Itatiaia. Comprei uma cota na época do Felício Brandi, e o Osvaldo falou para Felício que tinha um candidato. Era eu. Aí o Osvaldo ligou para o Felício, e eu entrei na chapa. Depois, virei conselheiro nato e presidente do Conselho na gestão Zezé Perrella”, disse..