Lima citou, ao Superesportes, alguns motivos para o rebaixamento do Atlético à Série B do Campeonato Brasileiro, em 2005. Em participação no Por Onde Anda?, o ex-zagueiro relembrou a campanha do clube alvinegro naquela temporada e, depois, o acesso em 2006.
Aos 37 anos, Lima é auxiliar-técnico do time Sub-17 do Galo. No ano da queda, o então defensor participou de 24 jogos na competição e fez parte do time que terminou na 20ª colocação - o campeonato contava com 22 equipes.
Para o ex-jogador, um fator decisivo para a campanha ruim foi o extracampo, com problemas políticos. Apesar de não citar explicitamente a qual situação se referiu, ele acredita que o bastidor influenciou negativamente dentro das quatro linhas.
"Acho que o clube passava por uma reestruturação extracampo muito grande, problemas políticos. Acredito que aquilo interferiu muito dentro de campo. Em tantos anos de futebol, eu fico atento a essas questões. Se fora de campo as coisas não estão organizadas, ou caminhando para alguma situação de mudança do clube, isso reflete dentro de campo", disse.
Ainda assim, Lima não tirou a culpa dos atletas e lamentou o rebaixamento, em seu primeiro ano como profissional. 'Uma situação muito pesada', afirmou o ex-jogador.
"Claro que nós, atletas, também temos nossa parcela de culpa. O grupo poderia ter tido mais compromisso com o clube, com o torcedor. Foi um ano muito difícil, principalmente para nós meninos, que estávamos subindo, no contexto de cobrança, em que as coisas não estavam acontecendo. Foi muito difícil, uma situação muito pesada", lamentou.
Atlético de volta à Série A
Um dos remanescentes para a temporada seguinte à do rebaixamento, Lima foi titular absoluto e disputou 33 jogos na Série B. Em sua visão, a chegada do técnico Levir Culpi foi fundamental para o retorno imediato à elite do futebol brasileiro, com direito a título da Segunda Divisão.
O treinador assumiu o comando do Atlético na 10ª rodada, última antes da pausa para a Copa do Mundo de 2006. Ele ocupou a vaga de Lori Sandri, que deixou o time em sétimo lugar, com 14 pontos - um a menos que o Coritiba, primeira equipe do G4.
"A chegada do Levir foi fundamental para o processo que vivemos depois. Na apresentação nossa em Itu ele já deixou bem claro, 'vamos nos preparar para voltar uma outra equipe, esquecer o que aconteceu e voltar com outra identidade'. Aquilo foi fundamental. Nós realmente trabalhamos muito para darmos a volta por cima. Sabíamos da responsabilidade de colocar o Atlético na Série A, principalmente pela exigência do torcedor e da camisa", explicou Lima.
Além de Lima, o Atlético contava com vários jogadores que surgiram nas categorias de base do clube, como goleiro Diego Alves, o lateral-esquerdo Thiago Feltri, o volante Rafael Miranda, o meia Tchô e o atacante Éder Luís. Para o ex-zagueiro, a parceria entre esses atletas também ajudou o clube naquele ano.
"Outra coisa fundamental foi a gente ter bastante atletas da base. Essa junção do trabalho do Levir com essa identidade nossa, dos meninos, de sabe o que é o clube, a torcida, casou demais. Nossa volta foi espetacular", relembrou Lima, que também comemorou o título do Campeonato Mineiro de 2007.
"Foi um momento muito marcante, especial. Quem realmente viveu aqueles anos de 2006 e 2007 foram os meninos da base. Pudemos recuperar a imagem do torcedor, desse gigante, de respeito e paixão. Foi mágico para quem viveu aquilo", completou.