Para o ex-lateral Gilberto, jogador do Cruzeiro em 1998 e entre 2009 e 2011, o técnico Paulo Pezzolano merece um busto na Toca da Raposa II. Em entrevista ao Superesportes, o ele afirmou que o trabalho do uruguaio é de 'tirar o chapéu'.
"Estamos com essa mania de botar busto de ex-jogadores, (então) acho que tem que colocar um do Pezzolano (na Toca da Raposa), porque o trabalho que ele fez é de se tirar o chapéu. É um baita treinador. Claro que precisa controlar as emoções, vibra ali, é uruguaio. Sabemos dessa questão sentimental que os argentinos e uruguaios têm", disse o ex-defensor.
Gilberto vestiu o uniforme estrelado em 156 jogos e ganhou duas edições do Campeonato Mineiro em suas duas passagens pelo Cruzeiro. Em 2010, enquanto atuava pelo clube mineiro, foi convocado pela Seleção Brasileira para a Copa do Mundo na África do Sul.
"O trabalho do Pezzolano está de parabéns. O Cruzeiro conseguiu entender o momento (que vive) e deu uma recuada, porque era aquela coisa da história do clube, jogando a Série B. O entendimento do atleta que ia para o Cruzeiro jogar a Série B tinha que ser outro", afirmou.
"Muitos jogadores que passaram neste período pelo Cruzeiro não entenderam a história da Série B. Aí vem o trabalho da comissão técnica, do Pezzolano, que está vivendo o dia a dia e passa isso para o atleta, que assimila. Teve a primeira passagem, 'ah, eu sou o Cruzeiro, com uma história enorme,' e quando olhou, não tinha mais chance de subir", complementou.
Edu: a cereja do bolo do Cruzeiro
Na visão de Gilberto, o grande destaque da campanha celeste no título da Série B do Campeonato Brasileiro foi o atacante Edu, autor de 22 gols em 44 partidas nesta temporada.
"A realidade é que o Edu foi a grande cereja do bolo da história do Cruzeiro nesta Série B. Eu acho que o Cruzeiro, neste ano, deve muito ao Edu. É um jogador que eu acompanho desde a Série B, quando ele jogava no Rio de Janeiro, no Gonçalense", pontuou o ex-lateral.
"Você ver a trajetória do Edu é de se tirar o chapéu, porque cresceu demais, se dedicou demais. É polêmico, mas é um cara que, dentro de campo, veste a camisa. Vestiu a do Brusque e veste a do Cruzeiro como ninguém", destacou.
Para Gilberto, um dos fatores decisivos para o sucesso do Cruzeiro em 2022 é o fato de os atletas e a torcida cruzeirense terem encarado "a Série B como Série B".
"Lá atrás cobravam demais uma equipe que estava em transformação, transição, atletas chegando de fora e que foram cobrados muito pesadamente. Neste ano não, a torcida comprou a ideia, vestiu a camisa e fez com o que o Cruzeiro subisse com os pés nas costas", ressaltou.
Campeão da Série B, o Cruzeiro já conquistou 72 pontos no campeonato. A equipe treinada por Pezzolano venceu 21, empatou nove e perdeu quatro jogos até o momento. A vantagem celeste para o segundo colocado, Grêmio, é de 15 pontos.