Ex-lateral-direito do Cruzeiro, Balu relembrou,, em participação no podcast Por Onde Anda?, do Superesportes, os atritos que tinha com Éder Aleixo nos clássicos contra o Atlético. Em um deles, disputado em 1990, o atacante do Galo chegou a agredir o então atleta da Raposa e foi expulso.
A partida foi disputada no dia 1º de abril daquele ano e foi vencida por 3 a 1 pelo Cruzeiro, que se sagrou campeão do turno do Campeonato Mineiro com o triunfo. Balu revela que provocou a expulsão de Éder ao irritá-lo com palavras.
"O que o Careca era para o Cruzeiro, o Éder era para o Atlético. Era tudo com ele. Antes desse jogo, encontrei um amigo dele, cruzeirense, da cidade dele: Vespasiano. Não é isso? Ele falou assim: irrita o Éder, fala isso com o Éder. Não posso falar aqui", disse Balu.
"Encostei nele e falei o que o amigo mandou. Mano, esse cara se transformou. Tô ferrado agora. Começou a me agredir. Agora ele vai ser expulso, e eu provocando. Falei graça pra ele. Ele virou e me deu um murro. O Paulo Isidoro (meio-campista do Cruzeiro) falou: 'fica no chão que o bandeira viu'. Eu fiquei, e expulsaram o Éder", complementou.
O Cruzeiro entrou em campo com Paulo César; Balu, Gilson Jáder, Adilson e Jorge Eduardo; Roberson, Paulo Isidoro e Careca; Luiz Gustavo (Hamilton), Heyder e Edson. Técnico: Ênio Andrade.
Já o Atlético utilizou os seguintes jogadores: Maurício; Carlão, Cléber, Paulo Sérgio e Neto; Éder Lopes, Marquinhos e Edu; Nilton (Mauricinho, depois Altivo), Gerson e Éder Aleixo. Técnico: Arthur Bernardes. Os gols foram marcados por Roberson, Careca e Hamilton (CRU) e Roberson (contra - CAM).
Balu x Éder
Apesar dos grandes desentendimentos entre Balu e Éder terem ocorrido nos clássicos entre Atlético e Cruzeiro, os dois já se estranhavam no início da carreira. Em 1985, o ex-lateral da Raposa defendia a Ferroviária, enquanto o ex-atacante estava na Inter de Limeira, ambos de São Paulo.
"Posso falar? Essa treta com o Éder vinha antes do Cruzeiro, cara. Eu estava na Ferroviária e ele estava na Inter de Limeira, e a gente já se pegava. O santo não batia. Tem umas matérias aí, eu e ele, quando jogou Ferroviária x Inter de Limeira, e era de dar risada. Ele era craque de verdade", relembra Balu.
Reencontro na aposentadoria e fim dos atritos
Balu ainda revela que ficou 20 anos sem se encontrar com Éder. Segundo ele, foi o único jogador de sua época com quem não teve nenhuma amizade. "Nunca havia falado com esse cara, desde que saí do Cruzeiro. Ele guardou, levou pro coração, né? E isso me fazia mal", diz.
E foi por isso que, em 2020, o ex-lateral procurou Éder para fazer as pazes. Em um jogo entre Santos e Atlético, na Vila Belmiro, Balu foi ao vestiário do Galo para conversar com o ex-rival, integrante da comissão técnica de Jorge Sampaoli.
"Há dois anos, no Brasileiro, eu estava na minha casa, e tinha Santos e Atlético aqui na Vila. Fiquei sabendo que ele era auxiliar do Atlético. Da minha casa à Vila Belmiro dá dez minutos. Fui lá pra Vila, peguei meus filhos. Fui no vestiário do Atlético, me identifiquei, e pedi para chamar o Éder", conta Balu.
"O Éder chegou e disse: e aí, Balu. Eu disse, posso te falar um negócio, cara. Estão meus filhos aqui, me dá um abraço. Parei de jogar, você parou, irmão. Hoje isso me faz mal e quero ser teu amigo. Ele veio, me abraçou. Foi bacana. Deu camisa para o meu filho. Já liguei para ele, ele me liga e hoje é meu parceiro. Era na época do Sampaoli. Não vi o jogo. Fui depois do jogo. Me fez bem demais isso daí", complementa.
Trajetórias por Cruzeiro e Atlético
Ambos tiveram passagens marcantes no futebol mineiro. Entre 1986 e 1991, Balu disputou 322 jogos pelo Cruzeiro, fez cinco gols e conquistou dois Campeonatos Mineiros (1987 e 1990), além de ser vice-campeão da Supercopa dos Campeões da Libertadores em 1988.
Éder Aleixo teve três passagens como jogador do Atlético - de 1980 a 1985, de 1989 a 1990 e de 1994 a 1995. Ele tem sete títulos mineiros conquistados pelo Galo. Pelo clube alvinegro, foram 122 gols em 368 jogos disputados.