A primeira passagem de Todinho pelo Galo durou de 1992 a 1994, período em que conquistou o respeito da torcida e o título da Copa Conmebol (1992). Depois, jogou no Kashiwa Reysol, do Japão, entre 1995 e 1997 - ano em que começou a negociar com o Cruzeiro, muito graças à influência do ex-treinador Levir Culpi, com quem tinha trabalhado no clube alvinegro anos antes.
"O Cruzeiro foi jogar o Mundial lá (no Japão, em 1997). Conversei um pouco com o Zezé (Perrella), com o Alvimar (Perrela, ambos ex-dirigentes do Cruzeiro). Na época, meu sogro estava aqui (em Belo Horizonte) e foi procurar o Atlético (para negociar um retorno). O técnico era o (Emerson) Leão, em 1997, mas ele não ficou muito interessado na minha volta", conta, em entrevista ao quadro Por Onde Anda?, do Superesportes.
"Depois, o Levir assumiu o Cruzeiro e me ligou: 'Gostaria de contar com você aqui no Cruzeiro'. Levir teve um peso muito grande para me trazer para o Cruzeiro. Como eu já morava aqui em BH, falei: 'Vou para o Cruzeiro' Mas fui bem respeitado. A torcida do Atlético entendeu, a do próprio Cruzeiro também", relembrou o ex-atleta, de 56 anos.
Saída do Cruzeiro para o Atlético
Todinho jogou apenas uma temporada pelo clube celeste. Em 1998, foi campeão mineiro e vice do Campeonato Brasileiro, da Copa do Brasil e da Copa Mercosul. Depois daquele ano, a diretoria do Cruzeiro decidiu não mantê-lo no elenco. De acordo com o ex-volante, um fator pesou: a identificação com o arquirrival Atlético.
"O Levir me queria, mas o Alvimar e o Zezé falaram que 'não': 'Não, não vamos ficar com ele, porque ele é atleticano'. Falaram para o Levir, depois fiquei sabendo", diz Todinho. Dispensado, Valdir acertou o retorno ao Atlético.
"Foi a oportunidade, quando o Nélio Brant era presidente (do Galo): 'Ah, vocês não vão aproveitar o Valdir, então vamos trazer para o Atlético de novo'. Eles (dirigentes do Cruzeiro) sabiam (da identificação com o Atlético), porque eu tinha três anos de Atlético, gostava muito da torcida, fui ídolo aqui", relembra.
"Se eu tivesse ficado mais um ano no Cruzeiro, talvez teria mudado. Mas não tinha identificação (com o Cruzeiro), tinha mais com o Atlético. E eles (dirigentes do Cruzeiro) tinham razão. Eles tinham razão, porque eu gostava muito do Atlético. Não tinha como não gostar, fui ídolo", prosseguiu.
"Tive que baixar o salário para ir para o Atlético"
Segundo Todinho, a identificação com o Atlético não o atrapalhava em campo durante a passagem pelo Cruzeiro. "De jeito nenhum. Não fiquei chateado (com a dispensa), porque depois fui para o Atlético, chegamos à final do Brasileiro, montamos um excelente time", disse.
"Na época, para ir para o Atlético, tive que baixar bastante o salário, porque no Cruzeiro ganhava mais. Na época, o Nélio Brant, que era o presidente, o Sérgio Coelho (atual presidente) era diretor, o (Alexandre) Kalil (ex-presidente) era diretor. Eles estavam começando a montar o time, não tinha dinheiro, baixei o salário. Mas não fiquei chateado. Fiquei muito contente, porque chegamos às finais, joguei mais um ano, em 2000. Hoje, sou atleticano de coração", finalizou.
De volta ao Atlético, Valdir foi campeão mineiro em 1999 e 2000 e vice-campeão brasileiro em 1999, em final perdida para o Corinthians. Em 2002, chegou a defender outro clube mineiro: o América, em rápida passagem que durou apenas seis jogos.