Aos 32 anos, a líbero Camila Brait vive momento especial com a chance de conquistar o ouro olímpico em Tóquio com a Seleção Brasileira de Vôlei. Peça fundamental na equipe comandanda pelo técnico José Roberto Guimarães, a mineira nascida em Frutal, na região do Triângulo, manteve o nível de atuações pelo Osasco e contribuiu para o bom desempenho do sistema defensivo do Brasil na Olimpíada no Japão.
Eleita a melhor líbero da Superliga 2020/21, Camila Brait é um dos destaques do Brasil que buscará o tricampeonato olímpico. A final, diante dos Estados Unidos, será na madrugada deste domingo, à 01h30 (horário de Brasília), na Ariake Arena, em Tóquio. O ouro terá um sabor especial para a mineira, que superou a frustração de não ter participado dos Jogos do Rio de Janeiro, em 2016. Na ocasião, ela foi preterida por José Roberto Guimarães, que optou por levar Léia, do Minas.
Desapontada com a decisão do treinador, Camila Brait expôs publicamente a decepção e chegou a declarar que não defenderia mais a Seleção Brasileira. "Se o final é triste, não significa que a caminhada não valeu a pena", desabafou a mineira, na ocasião, por meio das redes sociais. Ela já vivera sensação semelhante antes dos Jogos de Londres, em 2012, quando foi cortada a um mês do inicio da competição.
Camila Brait se afastou das quadras para realizar o sonho de ser mãe, entre 2017 e 2018. Ela voltou em 2019 e retomou o bom desempenho pelo Osasco, tanto que foi convocada por José Roberto Guimarães. Mais madura, a líbero se entendeu com o comandante e decidiu vestir novamente a camisa amarela. Mãe da pequena Alice, de 3 anos, a jogadora deu a volta por cima e consolidou vaga na Seleção com exibições consistentes na Liga das Nações, em junho passado, em Rimini, na Itália, quando o time 'canarinho' terminou como vice-campeão, derrotado pelos EUA na final.
Camila Brait assumiu a responsabilidade de ocupar o lugar da líbero Fabi, que ganhou o bicampeonato olímpico e é referência na posição no voleibol mundial. A mineira elogiou muito a ex-jogadora e agora comentarista, e disse que a maior recompensa é a conquista de mais um ouro olímpico, na terceira final seguida do Brasil diante das norte-americanas.
"Eu aprendi muito com a Fabi, é um dos ídolos que tenho, pessoa maravilhosa. Estou muito feliz, não poderia ser diferente, e tudo é no tempo de Deus. Minha hora chegou, e agora estamos na final. Poucos acreditariam que chegaríamos até a final, mas a energia do time está maravilhosa, estamos felizes. Esse grupo trabalhou demais, mereceu chegar à final. Vamos brigar muito pelo ouro, merecemos isso", afirmou a mineira.