O Comitê Olímpico dos Estados Unidos expressou apoio à atleta do arremesso de peso Raven Saunders, depois que ela fez o primeiro protesto durante a entrega de medalhas nos Jogos Olímpicos de Tóquio.
A atleta de 25 anos, que conquistou a medalha de prata no domingo, formou um X com os braços durante a cerimônia do pódio e disse que era uma mensagem de apoio às pessoas oprimidas.
De acordo com a imprensa americana, Saunders, atleta negra e ativista dos direitos da comunidade LGBTQIAP+, explicou que desejava representar "pessoas em todo o mundo que estão lutando e não têm a plataforma para falar por si mesmas".
O USOPC (Comitê Olímpico e Paralímpico dos Estados Unidos) informou que decidiu que o protesto não viola seus próprios regulamentos e que está em discussões com o COI (Comitê Olímpico Internacional) sobre o tema.
"O USOPC conduziu sua própria revisão e determinou que a manifestação pacífica de Raven Saunders em apoio à justiça racial e social que aconteceu no fim da cerimônia foi respeitosa com suas rivais e não violou nossas regras relacionadas à manifestações", afirma um comunicado.
O entidade americana flexibilizou sua abordagem a respeito dos atletas que protestam no pódio após uma revisão das regras, motivada pelas manifestações nos Estados Unidos no ano passado após a morte de George Floyd.
O protesto de Saunders, 25 anos, representa o primeiro teste às regras do COI, que proíbem manifestações de qualquer tipo no pódio de medalhas nas Olimpíadas.
"Minha mensagem é seguir lutando, pressionando e encontrando valor no que você é, em tudo que você faz", disse Raven Saunders após conquistar a medalha de prata.
"É importante levar esta medalha de prata, porque represento tantas pessoas diferentes, sei que há muitas pessoas olhando, enviando mensagens e orando por mim", explicou. "Estou feliz de levar esta medalha para casa, não apenas para mim", disse Saunders.
Reação do COI
O COI ajustou suas regras a respeito dos protestos dos atletas antes dos Jogos. A entidade afirmou que os atletas podem se expressar sobre questões políticas e sociais ao falar com a imprensa, antes e depois da competição, durante reuniões de equipe ou nas redes sociais.
A entidade, no entanto, mantém uma regra rígida contra protestos no pódio e durante cerimônia de entrega das medalhas, o que sugere que Saunders pode, ao menos em tese, ser punida. O COI não informou se a americana será objeto de uma punição.
"Estamos em contato com o Comitê Olímpico e Paralímpico dos Estados Unidos e com a World Athletics (federação internacional de atletismo)", afirmou o porta-voz do COI, Mark Adams. "Precisamos entender bem o que aconteceu", completou.