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Surfe, skate, karatê e escalada: tudo sobre as novas modalidades em Tóquio

Surfe, skate, karatê e escalada esportiva são novidades na Olimpíada; beisebol retorna ao quadro de esportes

22/07/2021 04:00 / atualizado em 22/07/2021 11:33
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Os Jogos Olímpicos de Tóquio marcam a estreia de quatro modalidades. Surfe, skate, karatê e escalada esportiva são os novos esportes no quadro de competições. A seguir, saiba tudo sobre as novas categorias da Olimpíada.

Além dessas modalidades, o beisebol e o softbol, que já estiveram no cronograma de Olimpíadas anteriores, voltarão a fazer parte do quadro de esportes em Tóquio.

Surfe


foto: AFP


Como Tóquio não tem muitas zonas litorâneas adequadas para a prática da modalidade, o surfe terá suas competições sediadas em Chiba, cidade situada a 64 km da capital japonesa.

O esporte depende de condições climáticas adequadas e maré favorável para sua prática. Por isso, não é possível estimar o tempo que as disputas demandarão durante os Jogos Olímpicos. Há a possibilidade, inclusive, de que o surfe necessite de mais tempo para sua realização do que o próprio calendário previsto para a Olimpíada.

A competição ocorrerá com três rodadas iniciais, seguidas de quartas de finais, semis, luta pelo bronze e final pela medalha de ouro. O quadro de juízes pontuará cada onda surfada por um competidor de um a dez pontos. 

Apenas as duas melhores corridas de cada atleta em uma rodada são levadas em consideração. As principais manobras são: reentrada, cut back, tubo, aéreo e lay back. O tamanho e a forma da onda surfada também são critérios de avaliação.

O Brasil tem grandes chances de medalha na modalidade. Os surfistas Ítalo Ferreira e Gabriel Medina foram, respectivamente, campeão e vice-campeão do Mundial de 2019. No surfe feminino, Tatiana Weston-Webb e Silvana Lima aparecem como candidatas e podem surpreender.

Skate


foto: AFP


A modalidade será dividida em duas vertentes: street e park. Na primeira delas, os competidores realizam manobras e percursos na rua. Na segunda, competem em ambientes mais propícios com rampas construídas e superfícies cavadas no chão.

No street skate, os atletas terão limite de tempo definido, mas poderão escolher seus trajetos através de corrimãos, escadas, bancos, paredes, pistas e meios-fios. No park skate, nas tradicionais pistas mais conhecidas para a prática de esporte, os competidores também terão trajeto livre com limite de tempo pré-estabelecido.

De modo geral, um atleta participará de cada vez, e todos os skatistas terão três oportunidades cronometradas para registrarem sua melhor pontuação mediante os critérios de avaliação estabelecidos.

Critérios de avaliação

  • Dificuldade das manobras
  • Altura
  • Velocidade
  • Originalidade
  • Execução
  • Composição

O Brasil carrega grande tradição na modalidade e tem boas possibilidades de medalhas. Com 12 atletas na delegação (seis homens e seis mulheres), as principais apostas são no park masculino, com Luizinho, e no street feminino, com Letícia Bufoni.

Karatê


foto: AFP


A essência do karatê consiste em golpes a partir de chutes e socos. As competições são organizadas em duas modalidades: kata e kumite. O Brasil não conquistou vagas para a disputa em Tóquio.

Na categoria kata, o lutador pratica os movimentos sozinho, numa espécie de coreografia. As situações simulam os embates de verdade, com adversários 'imaginários'. Aqui, os jurados avaliam a execução das técnicas básicas, força, ritmo, equilíbrio, condicionamento físico e mental. A performance e a qualidade da apresentação são determinantes para um bom resultado.

Já na kumite, os competidores se enfrentam em uma área de oito metros quadrados e brigam para acertar uma área alvo do corpo do oponente. Sagra-se vencedor quem acumula oito pontos a mais que o adversário durante a luta, ou quem consegue mais pontos durante o tempo designado (oito minutos).

Principais golpes

  • Ippon (3 pontos): chute direcionado à cabeça, rosto ou pescoço do oponente
  • Wazari (2 pontos): chute no estômago, peito, costas ou lado do corpo
  • Yuko (1 ponto): soco ou golpe controlado

Escalada esportiva


foto: AFP


O esporte propõe o desafio de escalar paredes íngremes até o topo. É uma prática que requer força, flexibilidade, habilidade e velocidade. Em Tóquio, a escalada esportiva será dividida em três diferentes modalidades. São elas: speed, boulder e lead.

Na modalidade speed, dois escaladores competem entre si numa rota idêntica, em uma parede de 95 graus de angulação. O objetivo é concluir o trajeto antes do oponente.

Na boulder, atletas escalam todas as rotas possíveis em uma parede de 4,5m de altura. Os percursos variam em dificuldade, e os participantes não podem realizar os trajetos com antecedência. Nesta modalidade, os escaladores sobem sem cordas de segurança e têm nova chance se caírem ao chão. Os apoios para pés e mãos podem ser muito curtos, dificultando o trajeto. Quando um competidor agarra o topo final com as duas mãos, considera-se que encerrou sua participação.

Por fim, na lead, os atletas tentam escalar uma parede de 15 metros de altura em seis minutos. Se cair, não há nova possibilidade e a altura máxima é registrada. Se dois competidores completarem a escalada ou atingirem exatamente a mesma altura, considera-se como vencedor aquele que precisou de menor tempo.

Para evitar possíveis favorecimentos mediante a observação dos trajetos de outros oponentes, os participantes são impossibilitados de acompanhar as provas dos concorrentes e têm apenas alguns minutos para observar as paredes antes de iniciarem suas provas.

O Brasil não terá representantes na escalada esportiva. A última oportunidade de classificação para os Jogos Olímpicos ocorreu no Pan-Americano de Escalada de Los Angeles, e César Grosso - principal nome do país na modalidade - não se classificou.

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