Pela quarta vez em sua história, a Seleção Brasileira terá a oportunidade de brigar pela medalha de ouro nos Jogos Olímpicos. A conquista, inédita, colocará fim a uma luta dourada que começou ainda na década de 1950. Pentacampeão mundial e dono de diversas conquistas sul-americanas e intercontinentais, o futebol do país tem tristes lembranças de sua jornada olímpica e espera aproveitar o fator casa para dar fim ao incômodo jejum neste sábado, às 17h30, no Maracanã, contra a Alemanha.
Para o torcedor, é difícil dissociar a partida desta tarde com a de dois anos atrás, no Mineirão, quando o Brasil foi goleado pelos alemães por 7 a 1, nas semifinais da Copa do Mundo. Os personagens da partida no Rio, no entanto, preferem não invocar o passado ao analisar o confronto pelo ouro. “Não estamos pensando no que ocorreu, pois são momentos completamente diferentes e cada jogo tem uma história”, comentou o zagueiro Marquinhos. O atacante Neymar (não enfrentou a Alemanha por causa da contusão nas costas) é o único do grupo brasileiro que esteve no Mundial – mesmo caso do zagueiro Matthias Ginter no lado germânico. “Tenho ótimas lembranças do Brasil, pois a Copa foi uma experiência fantástica para todos nós. Sei que são times diferentes, mas espero que a gente possa sair com a vitória mais uma vez. Estamos preparados para uma grande batalha, que vale ouro”, diz Ginter.
Caso a partida termine empatada no tempo regulamentar, haverá prorrogação de 30 minutos. Persistindo a igualdade, o campeão olímpico sairá nas cobranças de pênaltis. Más lembranças
A história brasileira nos Jogos não guarda boas recordações para o torcedor. Ela começa em 1952, em Helsique, na Finlândia. O principal destaque da Seleção era o atacante Vavá, e a equipe caiu na segunda fase, eliminada pela Alemanha. Com Gérson no meio-campo, o Brasil não passou da primeira etapa nos Jogos de Roma’1960. Sem estrelas, também sucumbiu na primeira fase em Tóquio’1964 e na Cidade do México’1968.
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Em Montreal’1976, o time chegou às semifinais. Com jogadores como o zagueiro Edinho e o lateral-esquerdo Júnior, terminou em quarto lugar, perdendo para a União Soviética (2 a 0) a disputa pelo bronze. Sem contar com o prestígio da CBF, em 1984 o Brasil enviou um time formado por representantes do futebol gaúcho e tendo Jair Picerni como técnico. E justamente quando ninguém esperava, veio a primeira medalha: prata. O ouro em Los Angeles foi impedido por um conhecido algoz, a França, que venceu na final por 2 a 0.
A prata voltou a se repetir em 1988, só que desta vez com um timaço comandado pelo mineiro Carlos Alberto Silva. Taffarel, Bebeto, Romário e companhia perderam a decisão para os soviéticos (2 a 1). De fora de Barcelona’1992, o Brasil retornou aos Jogos em 1996, com os tetracampeões mundiais Ronaldo e Bebeto comandando o ataque e Zagallo como treinador. Eliminada nas semifinais pela Nigéria, com um gol de ouro de Kanu, a Seleção goleou Portugal por 5 a 0 na disputa do bronze.
Já em Sidney’2000, a eliminação nas quartas de final para Camarões, de novo com gol de ouro, custou o cargo ao técnico Vanderlei Luxemburgo, naquele que é considerado o maior vexame da história olímpica do futebol brasileiro. O trauma foi tanto que o país nem sequer se classificou para Atenas’2004. Na edição de Pequim’2008, com Ronaldinho Gaúcho em campo e Dunga como técnico, o Brasil levou o bronze ao golear a Bélgica por 3 a 0 – o carrasco na semifinal foi a arquirrival Argentina, que acabou bicampeã (2004 e 2008). Há quatro anos, em Londres, a Seleção era dirigida por Mano Menezes e chegou sem maiores sustos à decisão, mas acabou derrotada pelo México por 2 a 1.
Brasil x Alemanha
Brasil Weverton; Zeca, Marquinhos, Rodrigo Caio e Douglas Santos; Walace, Renato Augusto, Luan e Gabriel Jesus; Neymar e Gabriel Técnico: Rogério Micale
Alemanha Timo Horn; Klostermann, Ginter e Suele; Sven Bender, Toljan, Meyer, Brandt, Gnabry e Lars Bender; Selke Técnico: Horst Hrubesch
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