A fraca movimentação no entorno do Mineirão no início da tarde desta terça-feira já dava indícios de que o jogo entre Canadá e Alemanha, válido pela semifinal do torneio olímpico de futebol feminino, contaria com um dos menores públicos desde a reinauguração do estádio, em fevereiro de 2013. Apesar do irrisório número de 5.641 pagantes, quem esteve no Gigante da Pampulha se divertiu bastante e pôde acompanhar o acirrado duelo que valeu a classificação das alemãs, que venceram por 2 a 0 e enfrentarão na decisão a Suécia, algoz do Brasil na outra semifinal (vitória por 4 a 3, nos pênaltis, após empate sem gols no tempo normal).
Por volta de 14h30 – uma hora e meia antes da partida –, integrantes da organização dos Jogos Olímpicos informaram que menos de 10 mil ingressos haviam sido comercializados. Visualmente, o número era bem inferior. A impressão é de que tinha mais gente a serviço da segurança (policiais militares, guardas municipais e agentes terceirizados) do que espectadores. Mesmo com o rigoroso processo de revista, não houve tumulto e nem tampouco filas longas no acesso ao Mineirão.
O estádio recebeu muitas famílias. Bebês de colo, crianças, adolescentes e adultos compartilharam a alegria de assistir futebol em plena terça-feira. Houve ainda espaço para diversas camisas: Cruzeiro, Atlético, América e, principalmente, Seleção Brasileira.
Nas cadeiras, a torcida ficou dividida. No princípio, o apoio ao Canadá parecia superior. Só que o canto “olê, olê, olê, olá, Canadá, Canadá” foi abafado quando a arbitragem marcou pênalti a favor da Alemanha. Na cobrança, aos 20min do primeiro tempo, Melanie Beringher soltou a bomba no meio do gol e fez muita gente soltar a voz no Mineirão.
A cada chute perigoso a gol, gritos de “uuuh”. A cada desarme, vários aplausos. A Alemanha voltou a levantar o pequeno público aos 15min do segundo tempo, quando Sara Däbritz bateu da entrada da grande área e ampliou a vantagem para 2 a 0. O placar permaneceu até o fim. Se no futebol masculino as goleadas de 7 a 1 sobre o Brasil, na Copa do Mundo de 2014, e 10 a 0 diante de Fiji, na Olimpíada de 2016, deixaram a Alemanha com fama de vilã em Belo Horizonte, dessa vez houve quem celebrasse no Gigante da Pampulha o merecido triunfo das campeãs mundiais de 2003 e 2007, que agora tentarão o ouro olímpico inédito.
O menor público do novo Mineirão continua sendo o da vitória do Cruzeiro sobre o Atlético Paranaense, em 9 de março deste ano, pela terceira rodada da Primeira Liga. Na ocasião, o Gigante recebeu recebeu 4.476 pagantes.