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À vontade em Belo Horizonte, delegação britânica adota tapioca como prato preferido

Iguaria indígena com toque mineiro cai no gosto de atletas e técnicos britânicos

postado em 31/07/2016 11:55 / atualizado em 31/07/2016 11:49

Leandro Couri/EM/D.A Press

Foi pedindo uma tapioca de frango com tomates secos que os membros da comissão técnica descobriram a padaria mais frequentada pela delegação olímpica da Grã-Bretanha em Belo Horizonte, no Bairro São Luiz, na Pampulha. “Vieram aqui há mais de um mês para conhecer a estrutura da UFMG e resolveram comer na minha padaria. Gostaram tanto que ensinaram aos atletas e demais membros da delegação a pedir pelo prato: 'uma tapioca com tomate seco, por favor'”, repete o proprietário do estabelecimento, Leandro Oliveira, a frase que parece ser uma das únicas que os ingleses, escoceses, galeses e irlandeses do norte gravaram do idioma português para se virar no Brasil. “Não sei se a tapioca se parece com algum prato típico deles, mas sei que adoraram”, afirma. Nos 1.700 metros que separam o hotel onde os britânicos estão, em frente ao Iate Tênis Clube, na Orla da Lagoa da Pampulha, e o Centro de Treinamento Esportivo (CTE) da UFMG, o centro comercial onde está a padaria se tornou um oásis onde não é preciso nem sequer levar os voluntários tradutores, já que falam inglês a maioria dos gerentes e alguns funcionários da farmácia, da padaria e da academia.

Não é raro ver grupos de até 10 britânicos, com suas camisas brancas e mochilas vermelhas, descendo a pé mesmo pelo passeio do CTE até o centro comercial. “Gostaram muito da tapioca, mas já teve gente da comissão técnica se arriscando e experimentando um misto quente e um pastel de carne. Os atletas não. Parece que gostam mais de ir na drogaria que tem aqui para comprar coisas de higiene, protetor solar etc.”, disse a funcionária da padaria Thais Xisto Albuquerque, de 24 anos.

Atração turística

No caminho entre o hotel e o centro de treinamento, um casal de atletas da natação passou com Scott, da comissão técnica, oferecendo fotografias para os turistas. “Fiquei impressionado. Eles perguntaram se a gente estava fazendo turismo e se queriam tirar uma foto com eles, pois eram atletas da natação”, conta o turista carioca Victor Moraes, de 30 anos, que passeava pela orla com os amigos Paulo Hatake, de 20, e Alberson Gonçalves, de 27. “A cidade é muito bela. Não estamos acostumados a ter um dia de sol brilhando tanto assim. As pessoas também são muito gentis e alegres. Nos sentimos muito à vontade aqui”, disse Scott, já que os atletas informaram não ter autorização para conceder entrevistas.

O proprietário da academia Foxfit, que funciona no mesmo centro comercial, conta que fez uma parceria com 22 britânicos para que possam usar os equipamentos e fazer aulas enquanto estiverem em Belo Horizonte. “Aqui eles ficam livres para fazer o que quiserem. Geralmente, fazem musculação e aeróbica. Neste sábado (ontem), alguns demonstraram interesse em fazer uma aula de aeróbica com trajes típicos de quadrilha, mas acabaram por não vir. Quem sabe num outro dia”, disse o proprietário, Nelson Dumont. Segundo ele, “eles se mostraram muito surpresos com Belo Horizonte e com a Pampulha. Comentaram que a cidade é muito arborizada e tem casas muito bonitas.” O que mais chamou a atenção dos britânicos que frequentam a academia, por enquanto, foi a Igreja de São Francisco de Assis e o Mineirão. “Eles não acreditam que seja da década de 1940, porque a igreja tem linhas tão modernas e atuais. Por serem do ramo do esporte, todos admiram muito o complexo do Mineirão”, afirma Dumont.

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