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SEGURANÇA

Segurança em torno das delegações está reforçada em BH com a proximidade dos jogos

Terrorismo do Estado Islâmico é o que mais preocupa os militares

postado em 02/08/2016 11:00 / atualizado em 02/08/2016 14:55

EM DA PRESS
Quando a bola rolar a partir das 19h de amanhã, para a estreia em Belo Horizonte do futebol feminino dos Jogos Olímpicos, os olhos do mundo estarão voltados para a capital mineira. Tido como a maior ameaça à segurança da Olimpíada no Brasil por especialistas e forças de segurança nacionais, o terrorismo islâmico colocou BH em evidência e em alerta, uma vez que a cidade recebe os maiores alvos ocidentais dos fanáticos, representados pelas delegações de futebol feminino dos Estados Unidos, da França e a maior parte dos 371 atletas britânicos de todas as modalidades. E, na abertura do Mineirão para o torneio de futebol olímpico, as meninas dos Estados Unidos e da França, dois países com histórico recente de atentados, estarão em campo, acompanhadas de Nova Zelândia e Colômbia, em uma rodada dupla. Faltando um dia para essas partidas, que começam antes mesmo da abertura oficial dos Jogos Olímpicos, que será na sexta-feira, a Polícia Militar reforçou desde ontem a segurança de todas as delegações em BH. Serão cerca de 9,2 mil militares – o dobro do policiamento normal. O Exército colocará 1,7 mil militares.

No caso das norte-americanas e francesas, o esquema já era rígido antes mesmo do reforço admitido pela PM, com as desportistas limitadas a saídas escoltadas ou em pequenos grupos, tentando não chamar a atenção. No domingo, algumas norte-americanas saíram para comer açaí e outras para experimentar churrasco e todas sem uniforme. Ontem, pelo menos 15 policiais militares vigiavam a porta do hotel Mercure, no Bairro de Lourdes, Centro-Sul de BH, onde estão as atletas de futebol. Grupos de três ou quatro policiais também se revezavam em rondas entre as duas esquinas do hotel. Guardas municipais, agentes da BHTrans e policiais de trânsito permaneciam no local para fazer valer a proibição do estacionamento no entorno.

A presença de seguranças na área interna do hotel também se destaca, segundo o administrador de empresas Danilo Dupin, de 33, que chegou no sábado e foi embora ontem. “Os seguranças ficam nos corredores e também nos elevadores. Imagino que as atletas estejam em uma área só delas, sem o trânsito de outros hóspedes. Mas elas transitam normalmente na área do café da manhã, por exemplo”, afirma Danilo. O funcionamento dos dois estacionamentos privados de que o hotel dispõe também permanece normal, assim como as entregas de fornecedores.

“Cheguei falando que era entrega e me pediram para entrar pelo estacionamento, sem nenhum problema. Lá dentro também não reparei nenhuma mudança”, afirma o contador Alessandro Rodrigues, 41, que ontem entregou caixas de papel higiênico. Na porta do hotel, pela manhã, nem sinal das atletas. Os deslocamentos das duas delegações só ocorre em grupo, usando ônibus ou vans escoltados e sempre optando por uma saída alternativa do hotel, protegida por portões eletrônicos.

Quando chegaram em Belo Horizonte, os atletas da Grã-Bretanha aparentavam não temer o terrorismo. Os 190 que treinam na unidade 1 do Minas Tênis Clube seguiam a pé e despreocupados, com suas mochilas vermelhas e camisetas brancas do uniforme, por um quilômetro até o hotel, passando pelas feiras e bares lotados da Savassi sem qualquer escolta. Na Pampulha, percorriam 1,7 quilômetro do hotel até o Centro de Treinamento Esportivo (CTE) da UFMG, da mesma forma, praticamente sem segurança. “A ausência de escolta foi por opção da própria delegação em algumas circunstâncias, mas temos policiamento velado acompanhando os atletas”, informou o capitão Flávio Santiago, chefe da Sala de Imprensa da PMMG.

Ontem, isso mudou. Todos os quarteirões em volta dos locais de treino e dos hotéis ocupados pela delegação britânica estão sendo policiados por grupos de três militares fixos nas esquinas, acessos e outros em ronda. No caminho usado pelos atletas pela Savassi e no trajeto ao longo da orla da Lagoa da Pampulha, viaturas policiais também ficam posicionadas. Os estacionamentos em frente aos hotéis foram bloqueados. Veículos da PM e militares a pé, agora, reforçam as aproximações e acessos. Segundo hóspedes ouvidos pela reportagem, há seguranças dentro dos estabelecimentos e nos corredores. Contudo, os britânicos continuam a deixar o hotel uniformizados e a pé. Os ônibus que utilizam em deslocamentos mais longos também não são escoltados.

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