A Seleção Norte-Americana Feminina de Futebol é a grande favorita à medalha de ouro no Rio 2016. Campeã das últimas três edições dos jogos e da última Copa do Mundo, ela conta com Carly Lloyd, eleita a melhor jogadora do planeta no último ano. Por esses motivos, o time arrasta torcedores por onde passa. Não foi diferente em Belo Horizonte. Na capital mineira, três fãs incondicionais das jogadoras dos Estados Unidos seguem todos os passos de suas inspirações.
As estudantes Alice de Castro, de 21 anos, Camila Esteves e Isabela Cunha, ambas com 20 anos, estão na cola das jogadoras dos Estados Unidos. Seja no hotel, situado no bairro de Lourdes, ou no CT Lanna Drumond, do América, na região da Pampulha, as garotas só pensam em ficar perto de seus ídolos.
Mas qual o motivo de tanta admiração pelas norte-americanas, sendo que o Brasil conta com Marta, eleita cinco vezes a melhor jogadora do mundo? A resposta é simples para elas. De acordo com Alice, o esporte no Brasil ainda é muito machista. Ela cita ainda o investimento no futebol das norte-americanas.
“A gente não vê essa representação tão forte aqui no Brasil. Nos Estados Unidos, elas começam a jogar aos quatro anos de idade. Lá existe Liga Nacional, Liga Universitária, incentivo ao esporte. Infelizmente, o Brasil tem uma cultura machista no futebol. Não dão o mesmo valor para as mulheres. Um jogo no Brasil tem três pessoas na arquibancada. Nos Estados Unidos, os estádios sempre ficam lotados, com torcidas organizadas e tudo. Elas jogam muito e merecem todo o sucesso. Não falo que as brasileiras não merecem, mas no contexto, as meninas dos Estados Unidos merecem mais”, disse.
Fã da meia Tobin Heath, de 28 anos, Isabela Cunha também cita o tamanho da representatividade do futebol feminino nos Estados Unidos para explicar a torcida pelas norte-americanas. Ela ainda ressalta que é um sonho vivenciar a experiência de conhecer as atletas pessoalmente.
“Sempre foi um sonho acompanha-las aqui no Brasil. É a primeira vez e acho que a última que elas estarão aqui. A representatividade do futebol feminino no Brasil é muito pouca, quase não existe. E nos Estados Unidos é gigante. Para a gente é um sonho ter isso no Brasil. Como não temos aqui, a gente idolatra as americanas. É um sonho se realizando”.
Já Camila Esteves afirma que, as qualidades apresentadas pelas norte-americanas são exemplo para todas as mulheres. “Está sendo um sonho acompanhar as meninas aqui, principalmente a Alex Morgan, que é minha jogadora preferida. É uma grande jogadora e espero que ela venha ser a melhor jogadora do mundo. É muito bom vê-las jogando, elas merecem todos os títulos, merecem ser campeãs no Rio. Eu acredito que elas vão ganhar mesmo. É bom acompanhar porque a gente vê a força da mulher no esporte. Elas são exemplo de perseverança, força, ambição. Elas dão sangue pelo que elas fazem e merecem sucesso”.
Torcida apenas no futebol
O futebol dos Estados Unidos inspira as estudantes. O esporte, no entanto, será o único em que elas não torcerão pelo Brasil.
“Em outros esportes a gente torce para o Brasil, como no judô, no vôlei. Apenas no futebol que a gente vê o merecimento dos Estados Unidos por tudo que elas fazem. Vamos torcer para as brasileiras até elas enfrentarem as norte-americanas”, completou Camila Esteves.