
O tiro com arco é um esporte de muita disciplina e exige concentração dos competidores. Uma buzina de carro, um assovio da torcida ou um cochicho dos jornalistas são suficientes para quebrar a concentração do competidor, que têm 240 segundos para disparar seis flechas.
O silêncio é cortado apenas pelas flechas que encontram o alvo depois de percorrer os 70 metros a uma velocidade de até 240 quilômetros por hora. O barulho é parecido com o de uma bola de capotão quicando no chão. Os atletas permanecem silenciosos até que o tempo se esgote e todos caminham até o alvo, para fazer a contagem de pontos, enquanto as caixas de som do Sambódromo disparam uma playlist que vai de Rolling Stones a The Police.
Todo esse ritual silencioso vai exigir, obviamente, certa disciplina da torcida brasileira, pouco habituada a esportes de concentração. No Pan’2007, parte da torcida chegou a perturbar alguns atletas durante as provas, o que gerou reclamações.
Mas quando se fala sobre silêncio no esporte, o caso mais pitoresco foi quando o Flamengo resolveu popularizar o xadrez convidando o campeão Henrique Mecking, o Mequinho, para uma partida com a camisa do clube no ginásio da Gávea, em 1985. Depois de alguns minutos contemplando a partida, conta uma matéria da revista Placar da época, um torcedor da Fla-Raça não se aguentou e soltou o berro: “Come o bispo dele, Mequinho.”