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HISTÓRIAS OLÍMPICAS

Olimpíada às avessas

postado em 21/08/2016 12:00

AFP / Yuri CORTEZ

Os Jogos Olímpicos Rio’2016 terminam neste domingo, mas já é a melhor participação do Brasil em todos os tempos. Ainda longe do objetivo delineado pelo Comitê Olímpico Brasileiro (COB), que havia colocado como meta ficar entre os 10 primeiros no quadro de medalhas. São 19, duas a mais que Londres’2012.

O que fica demonstrado é que o país está num crescente desde Atlanta’96. Afinal de contas, de lá pra cá o país passou a ter dois dígitos em conquistas. Isso significa dizer que a partir de Atlanta’1996 passamos a ser candidatos a potência esportiva. E os números provam que isso é viável, mas é necessário que seja criada uma lei esportiva nacional. O Brasil não tem nenhum projeto. O que existe é o encantamento de algum empresário por algum esporte. Mas, por parte do governo, é preciso muito mais.

Bom, essa é uma confirmação. Mas um outro detalhe me chama a atenção: o de que essa Olimpíada foi também a do lado do avesso. Isso mesmo. De onde se esperava medalha não veio nada. E de onde menos se esperava, excelentes surpresas.

Antes do início dos Jogos havia uma grande expectativa de que o futebol feminino confirmasse a sua fama de vencedor. A conquista do ouro seria o passo fundamental para que o esporte recebesse, finalmente, apoio no Brasil. Deixasse de vez a clandestinidade, o submundo. Mas a Seleção Brasileira, inexplicavelmente, não conseguiu. Nem o ouro e nem sequer o bronze. Abateu-se, nitidamente. Contra o Canadá, na disputa pelo terceiro lugar, era um time abatido dentro de campo.

Já o futebol masculino, que chegou desacreditado por causa da derrota na semifinal da Copa’2014 de goleada, 7 a 1 para a Alemanha, e da campanha pífia nas Eliminatórias da Copa’2018, acabou ganhando o ouro inédito para o Brasil. Mesmo depois de um início ruim, com empates sem gols com África do Sul e Iraque, que rendeu muitas críticas à Seleção. A realidade do futebol na Olimpíada se inverteu.

Outro esporte coletivo que viveu situação semelhante foi o vôlei. O time feminino, que é cantado em prosa e verso, seria ouro certo, ou, na pior das hipóteses, estaria no pódio. Mas aconteceu justamente o inverso. Acabou eliminado pela China, uma seleção que vinha mal, mas que chegou à final. Nossas meninas, que tinham a chance do tri olímpico consecutivo, repetindo Cuba, deixaram a quadra chorando e, pelo que sei, algumas jogadoras nem sequer saem de casa e estão em lágrimas ainda hoje.

Já o time masculino, desacreditado, uma equipe que não passava confiança, em que faltam peças como as de antigamente, em especial os ponteiros passadores, e que esteve na bica de ser eliminada, está na final, em busca do tri. Mudou. Mudou tanto que enfiou, isso mesmo, o verbo é esse mesmo, 3 a 0 na Rússia. Incontestáveis 3 a 0.

Pois é, em parte a Olimpíada está às avessas. Mas, o que importa é ganhar. Que assim seja.

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O anunciante aqui presente não possui relação com os Jogos Rio 2016 e é patrocinador exclusivo da cobertura editorial dos Diários Associados MG para o evento.