
Mas essa história começa muito antes. Nós Jogos Olímpicos de Pequim'2008, ele chegou como favorito. Eu não cobriria a Ginástica Artística. Era um outro companheiro. Mas ele me ligou lá na China e disse que estava passando mal. Perguntou se eu tinha condições de ir para lá. A resposta foi sim, ainda mais porque eram duas possibilidades de medalha na modalidade, com Diego, que era bicampeão mundial, além de uma vez prata, em mundiais – depois ganharia mais dois bronzes – e com Daiane dos Santos. Nunca o Brasil chegara tão bem cotado na ginástica numa Olimpíada.
Estava retornando para o Centro de Imprensa, de um jogo de vôlei. Iria em seguida para o basquete, mas veio a missão de cobrir a ginástica. Desço do ônibus e saio em desabalada carreira, pois o ginásio da modalidade ficava no mesmo espaço. Consiso chegar. Está quase na hora da apresentação de Diego.
Movimento em movimento, ele vem fazendo uma apresentação perfeita. Aproxima-se o final de seus exercícios. Mas de repente, ele cai sentado – ontem, ele mesmo disse que caíra de bunda.
Era o fim do sonho. Estava terminada a chance de pódio, que parecia certo. Diego chorou. Pediu desculpas ao povo brasileiro.
Quatro anos mais tarde, em Londres, lá está ele de novo, como favorito. Vem a apresentação e num golpe do destino, ele erra. Cai de cara, literalmente, no chão. Mais uma vez, é o fim. Diego está envergonhado. Pede desculpas mais uma vez.
Mas ele é daquelas pessoas que não desistem nunca. E lá está ele novamente. Dessa vez no Rio. Faz uma apresentação perfeita. Tudo deu certo. Ele não caiu, ou melhor, como ele mesmo disse, caiu de pé. E de pé chegou ao pódio. Uma história de perseverança. Um exemplo a ser seguido.