Competir em casa é mais difícil? Ter a torcida ao lado atrapalha? Essa é a pergunta que se faz depois de dois dias de judô, quando quatro lutadores tarimbados do Brasil estiveram no tatame e não conquistaram medalha. Sarah Menezes, campeã olímpica e Felipe Kitadai, bronze – ambos em Londres; Érika Miranda, duas pratas e dois bronzes em Mundiais e um ouro e duas pratas em Jogos Pan-Americanos; e Charles Chibana.
Nenhum deles soube responder à pergunta. Dizem que é ótimo ouvir a torcida gritando “Brasil, Brasil”, ou seu nome. Sentir o incentivo de perto. Realmente, o que tem sido visto na Arena Carioca 2, onde é disputado o judô, é de arrepiar.
Eu estive ao lado de outro judoca, o campeão mundial Luciano Corrêa, nos dois dias e ele me dizia que muitos sentem a responsabilidade aumentar. “Lutar com a torcida a favor é mais complicado, pois o judoca sente mais a cobrança”, comentou.
Mas tenho um outro pensamento. O brasileiro é, como a maioria dos latinos, muito emocional. Então, concordo com o Luciano, de que o lutador, o nosso lutador, sente. Mas aí, lembro da cubana Dayaris Mestre, que derrotou Sarah e chegou ao bronze. Isso mesmo.
Sabem por quê? Pois bem, o cubano é diferente. Ele parece não ter qualquer sentimento quando está competindo. Luta, joga e corre com sangue nos olhos. Tem orgulho de bater no peito e dizer que é o melhor.
Eu me arrisco a dizer que é mais coração e garra que o argentino no futebol. Ainda temos muito a aprender para sermos maiores no esporte. E a maior lição nos é passada por Cuba. Esperem até começar o boxe. Depois me digam.