Sete vitórias, um empate e seis derrotas. Quinze gols marcados e 12 sofridos. Aproveitamento de pouco mais de 52%. Números típicos de uma equipe da intermediária de uma competição por pontos corridos. Mas que no mata-mata pode levar a um título. Foi o caso do Cruzeiro campeão da Copa Libertadores de 1997. Mesmo sem ser soberano na fase de grupos e com duas classificações em disputa por pênaltis – oitavas de final e semifinal –, o clube celeste colocou em campo todo o seu prestígio de time copeiro dos anos de 1990. A conquista da América há 20 anos coroou o bicampeonato da Supercopa da Libertadores (1991 e 1992), o bi também da Copa do Brasil (1993 e 1996) e os troféus da Copa Ouro e da Copa Master (ambos em 1995).
Do elenco que ganhou a Libertadores, estavam no clube desde o começo da década de 1990 o lateral-esquerdo Nonato, o zagueiro Célio Lúcio e o meia-atacante Cleison. Juntaram-se a eles o goleiro Dida, o lateral-direito Vitor, o zagueiro Gelson Baresi, os volantes Fabinho e Ricardinho, o armador Palhinha e o atacante Marcelo Ramos – todos eles campeões da Copa do Brasil em 1996. E em 1997, o zagueiro Gottardo (campeão brasileiro pelo Botafogo em 1995) e o meia Elivélton (bicampeão da Copa Libertadores e campeão mundial pelo São Paulo) agregaram experiência e competitividade ao grupo estrelado.
Para os jogadores cruzeirenses, não restam dúvidas de que o currículo daquele time foi crucial na arrancada pelo título. “Os reforços que vieram ajudaram muito também. Vitor, bicampeão mundial e da Libertadores. Palhinha também, Ailton, Wilson Gottardo – que havia sido campeão brasileiro em 1995 com o Botafogo. Quer dizer, isso deu um suporte maior. Uma coisa é reforçar o elenco por reforçar. Quando você traz jogadores de peso é diferente. Isso foi importante”, opinou o lateral-esquerdo Nonato.
“Jogar ao lado de caras vencedores une muito o grupo. O fato de os caras que vieram de São Paulo já terem conquistado títulos expressivos – e os do Cruzeiro também: Supercopa, Copa do Brasil –, passou muita confiança para o elenco produzir o máximo. Quando você está com jogadores que gostam de ganhar a partida, que gostam de ser campeões, tinha que dar liga, tinha que dar certo. Entrávamos em cada jogo com vontade de crescer. Foi assim até o final”, acrescentou o volante Ricardinho, que detém o recorde de títulos pela Raposa, com 15 conquistas oficiais.
Do time titular que enfrentou o Sporting Cristal no segundo jogo da final da Libertadores (vitória por 1 a 0, gol de Elivélton), apenas o zagueiro Gottardo e o volante Donizete Oliveira não haviam ganhado copas na carreira. Todos os outros sentiram anteriormente o sabor de celebrar esse tipo de competição. Veja a lista abaixo:
Copas nacionais/internacionais antes da Libertadores de 1997 (apenas os titulares da decisão)
Dida (goleiro)
Copa Ouro (1995) – Cruzeiro
Copa Master (1995) – Cruzeiro
Copa do Brasil (1996) – Cruzeiro
Vitor (lateral-direito)
Copa Intercontinental (1992) – São Paulo
Copa Libertadores (1993) – São Paulo
Recopa Sul-Americana (1994) – São Paulo
Copa Conmebol (1994) – São Paulo
Copa do Brasil (1996) – Cruzeiro
Gelson Baresi (zagueiro)
Copa Ouro (1995) – Cruzeiro
Copa Master (1995) – Cruzeiro
Copa do Brasil (1996) – Cruzeiro
Nonato (lateral-esquerdo)
Supercopa da Libertadores (1991 e 1992) – Cruzeiro
Copa do Brasil (1993) – Cruzeiro
Copa Ouro (1995) – Cruzeiro
Copa Master (1995) – Cruzeiro
Copa do Brasil (1996) – Cruzeiro
Fabinho (volante)
Copa Ouro (1995) – Cruzeiro
Copa Master (1995) – Cruzeiro
Copa do Brasil (1996) – Cruzeiro
Ricardinho (volante)
Copa Ouro (1995) – Cruzeiro
Copa Master (1995) – Cruzeiro
Copa do Brasil (1996) – Cruzeiro
Palhinha (meia)
Copa Libertadores (1992 e 1993) – São Paulo
Copa Intercontinental (1992 e 1993) – São Paulo
Supercopa da Libertadores (1993) – São Paulo
Recopa Sul-Americana (1993 e 1994) – São Paulo
Copa Conmebol (1994) – São Paulo
Copa do Brasil (1996) – Cruzeiro
Elivélton (meia)
Copa Libertadores (1992 e 1993) – São Paulo
Copa Intercontinental (1992) – São Paulo
Copa do Brasil (1995) – Corinthians
Marcelo Ramos (atacante)
Copa Ouro (1995) – Cruzeiro
Copa Master (1995 – Cruzeiro
Copa do Brasil (1996) – Cruzeiro
* O zagueiro Célio Lúcio ganhou a Supercopa da Libertadores de 1992 e as Copas do Brasil de 1993 e 1996. O meia Cleison também fez parte dos elencos que levantaram duas Copas do Brasil. Embora não tenham sido titulares na final - o primeiro ficou na reserva e o segundo cumpriu suspensão -, eles disputaram vários jogos ao longo da Libertadores de 1997. Confira os detalhes no infográfico abaixo.