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Estátua foi encomendada pela prefeitura do município ao artista plástico Edgar Duvivier |
Renan Damasceno - Estado de MinasO ex-jogador Heleno de Freitas (1920-1959) vai ser homenageado neste domingo (12/02) em sua cidade natal, São João Nepomuceno, Zona da Mata mineira, com a inauguração da estátua de bronze de 2,30m na praça Barão do Rio Branco, no centro. O monumento lembra os momentos de glória do filho ilustre – que completaria hoje 92 anos –, com a camisa do Botafogo, clube que defendeu de 1940 a 1947. Ao custo de R$ 60 mil, foi encomendada pela prefeitura local ao artista plástico Edgar Duvivier, responsável pela criação das estátuas de Nilton Santos, Garrincha e Jairzinho, no Engenhão.
Um dos maiores centroavantes do futebol brasileiro, Heleno foi personagem do caderno “Estrela trágica: a bola, a glória e o drama”, publicado pelo Estado de Minas no último domingo. Neste domingo, em homenagem ao aniversário do jogador, o
Superesportes lança uma seção especial, com fotos, vídeos e matérias inéditas sobre o craque-galã, que em apenas 39 anos foi do céu ao inferno, da glória nos gramados ao hospício em Barbacena, onde foi encontrado morto em 8 de novembro de 1959, vítima de paralisia geral progressiva, a terceira e devastadora fase da sífilis, após quatro anos, 10 meses e 25 dias de internação.
Heleno é o quarto maior artilheiro da história do Botafogo, com 209 gols em 235 jogos, atrás de Quarentinha (307), Carvalho Leite (261) e Garrincha (243), e formou ao lado de Tesourinha, Zizinho, Jair Rosa Pinto e Ademir Menezes o considerado maior quinteto ofensivo da história da Seleção Brasileira. Depois de sete anos com a camisa do alvinegro, Heleno foi vendido ao Boca, em 1948, na maior transação do futebol sul-americano até então; retornou para conquistar seu único título carioca pelo Vasco (1949), e, fora da Seleção na Copa de 1950 por desavenças com o técnico Flávio Costa, foi jogar no Atlético de Barranquilla, da Colômbia. Jogou a derradeira partida como profissional pelo América-RJ, na única vez que pisou no Maracanã.
Fora dos gramados, a vida de Heleno foi marcada pelos excessos. Era bon-vivant e frequentador das melhores casas da noite carioca, ao lado dos amigos do Clube dos Cafajestes. Era genioso, irritava-se ao receber um passe errado, maltratava os companheiros e era expulso com freqüência. Viciado em éter e com os nervos minando, abandonou a carreira cedo e, ao ser diagnosticado com sífilis terciária, internou-se em 1954 na Casa de Saúde São Sebastião, onde passou os últimos momentos da vida.
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