RSS Twitter Contato

Minha Conta:

Esqueceu a senha?
Heleno de Freitas
  • (0) Comentários
  • Votação:

ESPECIAL

O filho que ainda monta um quebra cabeça sobre a vida do pai

Luiz Eduardo, filho de Heleno, mora no Leblon e torce pelo Fluminense

Publicação:

12/02/2012 06:02

 

Atualização:

10/02/2012 22:26

Alexandre Guzanshe/EM/D. A Press
Eduardo de Freitas, 62 anos, filho de Heleno e seu neto, Matheus Amado Pimenta Daguiar

 

Renan Damasceno - Estado de Minas

Luiz Eduardo de Freitas, de 62 anos, nunca soube o que é amor paterno. A mãe, Ilma, depois de se separar de Heleno com pouco mais de três anos de união, casou-se com João Emídio Resende da Costa, sobrinho do ex-governador mineiro Israel Pinheiro. O padrasto não permitia qualquer menção ao nome do ex-jogador e sempre matriculava Luiz Eduardo em escolas onde não se praticava o futebol. Quando tomou ciência de quem era filho, o garoto passou a perguntar aos outros se conheciam o centroavante do Botafogo. Teve um choque quando um taxista lhe respondeu: “Qual? Aquele que morreu maluco”?

“Esse negócio de filho do Heleno sempre me machucou muito, pelo que eu passei, ser afastado do pai... Eu deixei de ser Luiz Eduardo para ser filho do Heleno. Os garotos na escola podiam falar ‘papai’ e eu nunca tive isso. Você sente saudade de uma coisa que nunca teve. É um sofrimento muito grande, não é legal, não”, comentou.

Pai de cinco filhas – Camila, Bianca, Joanna, Danuza e Mariah –, Luiz Eduardo mora no Leblon e torce pelo Fluminense. Separado da única mulher, trabalha como corretor de imóveis e gosta de passar o tempo com o neto mais novo, Matheus Amado Pimenta D’Aguiar, de 3 anos, o único homem depois de cinco filhas e três netas.

Alexandre Guzanshe/EM/D. A Press
"Esse negócio de filho do Heleno sempre me machucou muito, pelo que eu passei, ser afastado do pai"


O filho de Heleno se lembra pouco do pai. Nascido em 1949, ano em que Heleno voltava ao futebol brasileiro, teve o último contato com ele em Barranquilla, em 1951. “Minha mãe estava em Chicago, junto com meus avós maternos, e passamos pela Colômbia. Tinha pouco mais de 2 anos, e ainda estão na minha cabeça os gritos de ‘arriba, arriba’, talvez em algum jogo em que estava. Talvez seja minha única memória bem distante da glória do meu pai.”

Luiz Eduardo conheceu São João Nepomuceno aos 14 anos e ficou impressionado com o quanto Heleno era querido ali. “Fui recebido na cidade e levado para jogar uma pelada. No primeiro passe que recebi, eu me enrolei todo e perdi a bola. Alguns gritavam: ‘É mentira! Esse perna de pau aí não é filho do Heleno’.”

Se não era bom das pernas como o pai, tem certeza de que o bisneto Matheus será. “Vai ser o camisa 9 da Copa de 2026, pode anotar”, brinca ao abraçar o menino em frente ao Posto 4 de Copacabana, onde Heleno começou. “Ele me dá um abraço tão gostoso! É como se fosse eu e eu fosse o Heleno.”

Matheus ainda não sabe que o bisavô foi um dos maiores ídolos do futebol do país. Ao ser indagado sobre quem Heleno era, responde: “Campeão”.

Comentar notícia

Verificando informações

Esta matéria tem:

(0) comentário(s)

Não existem comentários ainda


Blogs e Colunas