Uma das maiores reclamações da comunidade é sobre a limitação do tráfego de veículos

Emerson Tadeu da Silva, de 42, é outro morador que não tem nada contra a festa. O administrador reclama a falta de habilidade das autoridades com a comunidade e também faz coro por mais educação por parte da torcida. No peito, “Deus no céu, Galo na terra”. Mesmo feliz com o time na liderança isolada do Campeonato Brasileiro, Emerson lamenta a batalha vivida pela família desde a reabertura do Independência no ano passado. “Sou a favor dos esportes, dos eventos, sou atleticano, mas a polícia e a BHTrans precisam tomar mais cuidado com a comunidade. Não podem bloquear e alterar os sentidos das ruas como bem entendem”, ressalta. Na Rua Bicas, passante, Lúcio Borges, de 36, morador do Horto, desabafa: “Tá certo fazer a segurança, mas ninguém pode impedir o morador de entrar e sair da sua rua, da sua casa. Isso está acontecendo aqui em todos os jogos do Atlético e do Cruzeiro. Quem tem moto tá passando pela maior discriminação”.

Mais adiante, no Bar da Rampa, nada de motivos para reclamações. Na explosão do gol de Jô no 1 a 0 do Atlético diante do Vasco, são muitos os braços para cima e as gargantas cantantes. “Galo!” é o grito de guerra. Marco Túlio Azevedo de Andrade, de 23, ajuda o pai, Jesus, com o sucesso do novo empreendimento de garagem. Com investimento de R$ 1,5 mil, desde a final do Cmpeonato Mineiro, a família Azevedo de Andrade chega a vender 420 latões em dia de jogo. Abigail Maria Gangana, vizinha de Rua Pitangui, também é só sorrisos. A parceria com Maria Gorette Araújo, veterana dos tempos de Mineirão, vem dando resultado com a saída de mais de 400 pratos de tropeiro. Emerson de Castro, de 55, parceiro de Gorette e Abigail conta o segredo do sucesso: “O time tem que vencer. Quando ganha, a turma toda fica mais alegre”.