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Torcedores e imprensa ficaram 'às escuras' com serviços de telefonia no Independência |
Dois anos e meio de espera. O Estádio Independência ficou fechado por 917 dias antes da reabertura oficial, no último 25 de abril, data do amistoso entre América e Argentinos Juniors. A nova arena, que trouxe o futebol de volta à capital, teve o prazo estipulado para a reinauguração alterado em 10 oportunidades, fato que aumentou a cobrança do torcedor, dos clubes e da imprensa sobre os responsáveis pela obra.
A solução encontrada pelo governo foi reabrir o estádio ainda com algumas pendências. A principal delas foi a questão da visibilidade por causa dos guarda-corpos de proteção. Seis mil assentos, cerca de 24% da capacidade, ficaram com a visão prejudicada pelas barras de ferro. O Ministério Público interveio e uma saída para o caso deve ser apontada no mês de junho, quando expira o prazo de 90 dias dado pelo órgão. O trânsito restrito no dia das partidas e as poucas opções de entrada no 'caldeirão' também foram alvos de crítica.
Leia também:Desorganização, filas e preços de produtos aborreceram torcedoresMas não foi apenas pelas grades de proteção e circulação dos veículos que o torcedor ficou prejudicado. Os serviços de telefonia dentro do Independência apresentaram problemas nas duas partidas realizadas. O sinal das operadoras falhou em alguns momentos, além de o acesso à tecnologia 3G, para navegar pela internet, apresentar lentidão. Grande parte da imprensa teve dificuldades para noticiar o conteúdo devido às complicações na arena. A torcida que costuma usar as redes sociais nos locais dos jogos também teve o 'entretenimento' atrapalhado pela limitação no acesso.
O estudante Felipe Alvarenga, de 21 anos, que mora no entorno do estádio, garante que nunca teve problemas para ligar do celular de dentro de sua casa, mas nessa quinta, no Independência, seu aparelho falhou várias vezes. “Minha ligação não completava. Não conseguia postar fotos e nem acessar a internet. Nunca tinha acontecido antes”, afirmou.
A artesã Cristina Abreu, de 45 anos, também não percebeu imprevistos com a linha de seu celular dentro de sua residência, mas criticou o mau cheiro após as partidas. "Até que não ligo para o barulho e nem tive problema com o meu telefone, mas o cheiro de urina pelas ruas é o que mais me incomoda", lamentou.
Quem pode resolver o problema?Procurada pela reportagem, a assessoria da Secretaria de Estado Extraordinária da Copa do Mundo (Secopa) admitiu a dificuldade, mas não quis revelar quais medidas serão tomadas. “Ontem (quinta) uma equipe da Secopa foi lá para ver a operação. Várias providências estão sendo tomadas. Vamos conversar com as operadoras de telefone”, disse Juliana Alvim, que não confirmou se a estrutura de concreto poderia ter criado o problema.
Responsável por administrar o estádio, a BWA reconhece a dificuldade com a comunicação na parte interna do Independência e promete solucionar o caso. A empresa respondeu por e-mail para falar do caos nas linhas de celular e banda larga nos jogos.
"A BWA está sim tratando disso. Aliás, contratos com a OI e Net Virtua já estão em andamento e os equipamentos já foram instalados para que não haja mais esse tipo de problema", frisou o assessor da empresa.
OperadorasAs operadoras Vivo e Tim atenderam o
Superesportes e estão verificando o que pode ter causado o bloqueio na rede telefônica. De acordo com a Vivo, o fato de o local ser novo exige uma verificação para diagnosticar qualquer problema. A empresa não recebeu muitas queixas, mas trabalhará para otimizar o serviço para os próximos duelos. O Portal apurou que o problema no estádio não tem relação com o bairro. O assunto tem sido denominado como 'sombra', para justificar as falhas e o processo está na sede da Vivo, em São Paulo.
Segundo a TIM, o excesso de pessoas causou congestionamento nas linhas e haverá um ajuste para suportar o contingente. Já as operadoras Claro e Oi também foram procuradas, só que nenhum responsável foi encontrado para falar a respeito.