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CRUZEIRO

Cruzeiro 100 anos: fundação, construção de estádio e mascote

Leia a primeira parte da história do clube contada pelo Superesportes

Rafael Arruda
Palestra Itália em jogo contra o América pelo Mineiro de 1941 - Foto: Arquivo/Estado de Minas
O Superesportes dividiu a primeira parte da história do Cruzeiro em seis tópicos: a fundação, a construção do estádio, os primeiros títulos, a família Fantoni, a mudança de nome e a Raposa como mascote.


Leia também:

- Cruzeiro 100 anos: Mineirão, conquista da América e clube copeiro (parte 2)
- Cruzeiro 100 anos: Tríplice Coroa, títulos nacionais e queda à Série B (parte 3)


A FUNDAÇÃO


A história do Cruzeiro começa bem antes de sua fundação. Com a abolição da escravatura no Brasil, em 1888, abriu-se espaço para a chegada de trabalhadores europeus. Como a Itália passava por grandes dificuldades sociais naquele período, com índices elevados de miséria e desemprego, milhares de pessoas se arriscaram a cruzar o oceano Atlântico em navios rumo à porta de entrada da América do Sul.

Projetada para ser a capital de Minas Gerais e inaugurada em 1897, Belo Horizonte recebeu cerca de 80 mil imigrantes italianos. “Desse número, 70% veio trabalhar nas fazendas e em torno de 17% na construção da nova capital”, relata Anísio Ciscotto Filho, historiador e conselheiro do Cruzeiro.

Naquela época, segundo Ciscotto, o número de italianos e descendentes era superior ao de belo-horizontinos natos. “No início, na época da fundação de Belo Horizonte, a cidade tinha mais italianos que brasileiros, já que, segundo a lei italiana, o filho do italiano é italiano também”.


Palácio da Liberdade foi inaugurado em 1897 - Foto: Arquivo Público de Belo Horizonte

Em BH, os italianos trabalhavam nos mais variados serviços, desde a construção de casas e edifícios até nas colônias agrícolas, como a atual região do Barreiro e os bairros Calafate, na capital, e General Carneiro, em Sabará.

No embalo da expansão de Belo Horizonte para além dos limites da Avenida do Contorno, o interesse pelo futebol se intensificou. Dos grandes da capital, o Atlético foi fundado em 25 de março de 1908, enquanto o América surgiu em 30 de abril de 1912. Já o Palestra recebeu atletas de outros times, como é relatado pelo jornalista Henrique Ribeiro no Almanaque do Cruzeiro.

“O Cruzeiro foi criado por futebolistas experientes. Um deles era Aurélio Noce, que foi eleito o primeiro presidente. Noce já havia participado das criações do Sport Club Mineiro, em março de 1908, e do Yale Athletic Clube, em julho de 1910. O primeiro foi um dos clubes de existência efêmera da capital e era formado por elementos da elite. Já o Yale foi o primeiro clube fundado pela classe operária”.



“Havia jogadores de origem italiana em todos os clubes da capital, mas o Yale, de Aurélio Noce, era o que concentrava em maior número. Curiosamente, seu uniforme era azul e branco e o seu campo ficava no bairro do Barro Preto, no quarteirão onde está erguido, atualmente, o fórum da capital. Do Yale saíram 16 jogadores que formariam os primeiros plantéis de titulares e reservas do Cruzeiro. Os outros jogadores vieram do Atlético, Guarany e Palmeiras, além de atletas sem clube”.
Time do Palestra Itália de 1926 - Foto: Acervo/Cruzeiro

Vale destacar que o Yale não deu origem ao Palestra Itália. O vice-campeão mineiro de 1915 disputou a competição até 1924, quando se desfiliou da Federação Mineira de Futebol. Em 1930, foi definitivamente extinto após passar seis anos enfrentando equipes de várzea em amistosos.

Já a Societá Sportiva Palestra Itália ganhou de um combinado de Villa Nova e Palmeiras por 2 a 0, no dia 3 de abril de 1921. Os dois gols foram marcados por Nani. A primeira escalação teve: Nullo; Polenta e Ciccio; Quiquino, Américo e Bassi; Lino, Spartaco, Nani, Henriqueto e Armandinho; Duas semanas depois, veio o primeiro triunfo no clássico (que ainda não tinha esse peso): 3 a 0 diante do Atlético, gols de Atilio (2) e Nani.


Cruzeiro 100 anos: todas as camisas da história

A fundação em 1921, ainda como Palestra Itália, remete à história da ligação com imigrantes italianos ao Brasil, especialmente a Belo Horizonte, capital de Minas Gerais. Por causa disso, o primeiro uniforme do hoje Cruzeiro tem camisa verde com detalhes vermelhos, calção branco e meiões verdes. O equipamento teve leves alterações, como o escudo bordado na camisa (que por vezes teve somente as iniciais do clube), o formato da gola e os diferentes tons de verde. - Acervo/Cruzeiro
Em 1940, a primeira grande mudança: grandes faixas horizontais vermelhas na camisa, com o modificado escudo centralizado. No novo escudo, havia a junção de tudo antes experimentado nas outras combinações, com letras e contornos em dourado. - Arquivo/EM/D. A. Press
A camisa, contudo, seguiu somente até 1942. Nesse ano, o Governo Federal exigiu a retirada de qualquer menção brasileira à Itália, considerada inimiga na Segunda Guerra Mundial. Com isso, o nome do clube foi alterado, assim como a camisa, que ganhou o tradicional azul acompanhado do branco. Em 1942, o clube foi rebatizado para Cruzeiro Esporte Clube e ganhou o escudo que, até hoje, é seu principal símbolo: as cinco estrelas da constelação cívica do Cruzeiro do Sul. Nos primeiros uniformes, com variações dos detalhes em branco e das golas, o escudo era 'fechado' com um contorno. - Jair Amaral/EM/D. A. Press
Ainda nesse padrão, em 1950, aconteceu um marco histórico para o Cruzeiro: o lançamento de um segundo uniforme, com a camisa branca. Ela seguia os padrões da camisa principal. Naquele ano, também, o clube começou a usar numeração nos uniformes, uma exigência da Fifa. Nas camisas do Cruzeiro, os números eram brancos ou azuis. - Arquivo/EM/D. A. Press
Em 1956, a camisa principal do Cruzeiro passou a ser, novamente, com listras verticais, alternadas entre azul e branco. Réplicas desse modelo foram vendidas pelo Cruzeiro em 2014 e nunca mais reproduzidas em camisas principais, somente de goleiros. - Divulgação/Cruzeiro
Em 1957, o clube passou a contar com a camisa toda na cor azul, somente com a gola e a ponta das mangas na cor branca. - O Cruzeiro/EM/D. A. Press
O ano de 1959 trouxe uma inovação muito aclamada por torcedores até os dias de hoje: as chamadas 'estrelas soltas' no uniforme, sem a borda e o restante do escudo na camisa. - O Cruzeiro/EM/D. A. Press
O padrão seguiu até os anos 1980, com mudanças básicas nas golas e com variações do restante do uniforme, com a utilização de calção branco e meiões brancos ou azuis. Com essas combinações, o Cruzeiro viveu sua primeira era de grandes conquistas, nos anos 1960 e 1970. - Arquivo/EM/D. A. Press
Time do Cruzeiro campeão da Taça Brasil de 1966 sobre o Santos, de Pelé. O clássico uniforme com camisa azul, estrelas soltas, calção branco e meias brancas. - Arquivo EM
Com a camisa totalmente azul e com estrelas brancas, além da Taça Brasil de 1966, o Cruzeiro conquistou a Copa Libertadores de 1976. - Divulgação/Cruzeiro
O ano de 1984 foi o primeiro que o Cruzeiro teve uma camisa com marcas de patrocinadores. O primeiro foi o próprio fornecedor de material esportivo, a brasileira Topper, que viria a patrocinar o clube nos anos 1990 e 2000. Na primeira aparição, a marca manteve a tradição das últimas décadas: camisa predominantemente azul com estrelas brancas soltas. Os primeiros patrocinadores másters também começaram a aparecer, mas ainda sem um padrão para suas manutenções como visto atualmente. A versão reserva, branca, manteve o mesmo padrão. - Arquivo/EM/D. A. Press
A Topper não durou muito e, no fim de 1985, o Cruzeiro já vestia uniformes de outro fornecedor de material esportivo: a alemã Adidas. Com a troca, as tradicionais três listras da Adidas apareceram nas mangas da camisa, sendo a única mudança aparente para os uniformes da Topper. Os patrocinadores másters seguiram sem um padrão, chegando até a ser um espaço vazio da camisa durante maior parte desse período. Mas, em 1988, a primeira empresa internacional ocupou espaço como patrocínio máster: a marca de bebidas Coca-Cola, que tinha a logo estampada na barriga e nas costas, acima do número. Com ela, uma padronização por tempo de exposição passou a ser mais clara, diferentemente dos anos anteriores, que teve vários patrocinadores pontuais por curtos períodos. - Jorge Gontijo/EM/D. A. Press
O ano de 1990 marcou a troca da Adidas pela fornecedora brasileira Finta. A nova camisa, ainda com a Coca-Cola como máster, mas sem o fundo vermelho que havia no ano anterior. Nas mangas, as três listras deram lugar a duas. Uma atualização do uniforme aconteceu em 1992. - Arquivo/EM/D. A. Press
Em 1992, um novo modelo da Finta foi lançado. As listras nas mangas foram retiradas, botões foram adicionados à gola e estrelas brilhantes também em azul estavam espalhadas por toda camisa. A camisa branca reproduziu o mesmo padrão. O uniforme seguiu até 1995. - Washington Alves/EM/D. A. Press
Em 1995, já sem a Coca-Cola, que deixou o clube naquele ano, mas com o suplemento vitamínico Energil C como patrocinador máster, a Finta lançou a nova linha de uniformes do Cruzeiro. A camisa azul seguiu a linha de desenhos geométricos brilhantes ao fundo, mas adicionou detalhes brancos na gola e estrelas azuis e brancas. A camisa branca seguiu o mesmo padrão. O uniforme também foi usado em 1996. Na foto, o time campeão da Copa do Brasil sobre o Palmeiras. - Paulo Pinto/Estadão Conteúdo
Em 1995, a Finta teve uma ideia que não agradou muito à torcida: lançou o primeiro terceiro uniforme do Cruzeiro, mas de uma forma inusitada. A fornecedora produziu uma camisa metade branca e metade azul, com os lados espelhados. Ela também foi usada em 1996. Na foto, o uniforma usado pelo atacante Paulinho McLaren. - Reprodução/Twitter Cruzeiro em Fotos
Em 1997, a fornecedora brasileira Rhumell, inspirada na alemã Hummel, assumiu a confecção dos uniformes do Cruzeiro. A primeira camisa lançada foi predominantemente azul, com detalhes brancos nas golas. Com ela, o Cruzeiro fez boa parte da vitoriosa campanha a Copa Libertadores daquele ano e bateu o recorde de público presente do Mineirão.: 132.834. - Washington Alves/EM/D. A. Press
A partir da semifinal da Libertadores de 1997, o Cruzeiro utilizou uma camisa considerada icônica para o torcedor: com grandes estrelas azuis ao fundo da camisa, que tinha detalhes brancos nas mangas e na gola. - Washington Alves/EM/D. A. Press
O uniforme reserva lançado e usado a partir da semifinal da Copa Libertadores de 1997, uma camisa branca com detalhes azuis nos ombros e na parte frontal, é outro item visado por colecionadores. Ela foi usada, por exemplo, no jogo de ida da final do campeonato, diante do Sporting Cristal, no Peru. - Paulo Filgueiras/EM/D. A. Press
O uniforme especial também foi usado em outros jogos naquele ano, como no Mundial de Clubes, diante do Borussia Dortmund-ALE, no Japão, com sutis adaptações exigidas pela Fifa. - Masahide Tomikoshi/Tomikoshi Photography
Tanto Rhumell quanto Energil C seguiram com o Cruzeiro até metade do Campeonato Brasileiro de 1998. A nova roupagem trazia novamente o predominante azul com uma listra branca na gola. O logo da Conmebol também estava no peito da camisa, sendo considerado o primeiro patch de campeão usado no uniforme cruzeirense. - Arquivo/EM/D. A. Press
Ainda em 1998, outra versão da camisa principal da Rhumell foi utilizada. Ela tinha confecção semelhante, mas as logos da fornecedora e da Energil C mudaram, além da remoção do símbolo da Conmebol. Na foto, o grande time montado naquela temporada. - Arquivo/EM/D. A. Press
No fim de 1998, a Rhumell deu lugar novamente à Topper. A empresa foi a primeira fornecedora a ter a marca estampada em um uniforme do Cruzeiro ainda na década de 1980. A marca Energil C, do laboratório EMS Sigma Pharma, seguia como patrocinador máster. A camisa da Topper principal manteve até 2000 os padrões da linha anterior da Rhumell: azul, com detalhes brancos nas laterais e na gola. - Arquivo/EM/D. A. Press
Em 1999, um novo terceiro uniforme dava indícios do modelo principal do ano seguinte. A Topper lançou uma camisa azul, gola branca, mas com as estrelas 'fechadas', sendo a primeira do clube dessa forma desde os anos 1950, já com o escudo refeito. Além disso, o escudo ficava centralizado, assim como a marca da Topper e, abaixo, a logo da Energil C. - Arquivo/EM/D. A. Press
A Energil C deixou o Cruzeiro em 2000, dando fim a uma parceria muito lembrada pelos cruzeirenses devido aos sucessos da década de 1990. A nova linha da Topper nesse ano também abandonou a gola polo e a trocou por uma gola V lisa, ainda com o escudo fechado do Cruzeiro ao lado esquerdo do peito, mas bem maior que o convencional. Naquela temporada, a empresa automotiva italiana Fiat assumiu o posto de patrocinadora máster e estampava nomes de modelos de carros na camisa, a depender do lançamento deles. - Jorge Gontijo/EM/D. A. Press
Em 2001, o Cruzeiro seguiu com Topper e Fiat. A Topper lançou uma primeira camisa para a disputa da Copa Libertadores, com detalhes laterais brancos. O uniforme também foi usado em outros jogos, como na campanha do título da Copa Sul-Minas daquele ano. - Marcos Michelin/EM/D. A. Press
Uma outra camisa principal de 2001, usada principalmente no segundo semestre, manteve a linhagem padrão, com azul predominante, mas gola redonda e não mais em V. Essa linhagem da Topper se manteve até metade de 2002, também com a troca da Grand Prix pela indústria de condutores elétricos Lousano naquele ano. - Marcos Michelin/EM/D. A. Press
Em 2002, antes de uma nova troca, foi lançada uma nova terceira camisa do Cruzeiro, com linhas horizontais azul claro e gola branca. - Jorge Gontijo/EM/D. A. Press
De meados de 2002 até o meio de 2003, o Cruzeiro seguiu com a Topper e a Fiat. A nova linhagem tinha as estrelas 'soltas' novamente, com a camisa predominantemente azul. A camisa branca tinha faixa azul na lateral. A única mudança dessa camisa de 2002 para 2003, ano das conquistas de Campeonato Mineiro, Copa do Brasil e Campeonato Brasileiro, sendo considerada a Tríplice Coroa, foi a forma do número, que deixou de ser arredondada para quadrada. - Auremar de Castro/EM/D. A. Press
Da metade de 2003 até o fim daquele ano, marcado pela Tríplice Coroa, a Topper lançou uma nova roupagem. O escudo voltou a ser fechado, agora com as duas taças da Copa Libertadores logo acima dele, e detalhes brancos em gola, manga e laterais. - Juarez Rodrigues/EM/D. A. Press
Em 2004, o Cruzeiro finalmente adotou um lançamento cronológico de uniformes, acompanhando as temporadas que se iniciavam. Naquele ano, a Topper seguiu, mas a empresa alemã relacionada à telefonia Siemens assumiu a vaga da Fiat como patrocinadora máster. A camisa principal era azul, com o símbolo da CBF no peito em alusão ao título brasileiro de 2003 e duas estrelas logo acima, lembrando também a conquista da Taça Brasil em 1966. Foi também o primeiro ano do Cruzeiro com escudo alterado, tendo a tríplice coroa como parte do símbolo. A versão branca acompanhava o padrão da principal. - Marcos Michelin/EM/D. A. Press
Nesse mesmo ano, no segundo semestre, o Cruzeiro lançou um novo terceiro uniforme. Pela primeira vez, tratava-se de uma camisa com azul diferente do padrão adotado, agora mais claro e, de fato, celeste. - Auremar de Castro/EM/D. A. Press
Patrocínios foram mantidos para 2005, e o Cruzeiro apresentou novamente uma camisa com o azul predominante com detalhes brancos no fim das mangas e na gola. A versão branca manteve o mesmo padrão. - Mário Quadros/Cruzeiro
Na mesma dinâmica que 2004, um terceiro uniforme foi lançado para utilização do meio do ano em diante. Pela primeira vez, as estrelas soltas foram colocadas juntas da coroa, que ficou logo acima da constelação. Além disso, a camisa era no mesmo tom de azul que a principal, mas tinha faixas brancas na lateral e nas omoplatas. O número do uniforme, assim como o nome, eram amarelos, sem o tradicional branco. - Arquivo/EM/D. A. Press
Em 2006, a fornecedora alemã Puma chegou ao Cruzeiro. A camisa era azul, tinha o escudo fechado, a logo da Puma centralizada e detalhes em branco na parte superior das costas. No início daquele ano, a Siemens já não era mais parceira. A princípio, após curto período sem patrocínio máster, a empresa estadunidense de tecnologia da informação Xerox assumiu o posto. - Emmanuel Pinheiro/EM/D. A. Press
Também em 2006, assim como nos anos anteriores, o Cruzeiro lançou um uniforme alternativo. Novamente com estrelas soltas e a coroa, a camisa tinha um azul mais escuro, mas com faixa branca em uma manga e laranja em outra. - Rogério Soares/A Tribuna de Santos
Em 2007, a parceria Cruzeiro-Puma seguiu, com uma camisa em azul predominante, mas detalhes dourados, como número e a coroa, agora centralizada. As estrelas ficaram soltas na camisa, atendendo a uma recomendação da torcida, após votação pela internet. O uniforme branco manteve o padrão. No meio da temporada, a Xerox deu lugar à Tenda Construtora, empresa de construção civil. - Antônio Carneiro/Futura Press
Novamente, um terceiro uniforme foi lançado no segundo semestre daquele ano. A camisa tinha dois tons de azul, com cada metade de uma cor. O escudo usado foi o fechado, com demais detalhes em dourado. - FOTOCOM.NET
Em 2008, último ano de confecção da Puma para o Cruzeiro, uma camisa azul com faixas laterais em branco foi lançada. A camisa branca seguia o mesmo modelo, mas com gola polo azul. - Paulo Filgueiras/EM/D. A. Press
Ainda em 2008, o Cruzeiro teve uma camisa específica para a disputa da Copa Libertadores. Ela tinha o escudo fechado e centralizado, com detalhes em branco e azul claro. O número também era amarelo, assim como o nome. - Renato Weil/EM/D. A. Press
Em 2009, o Cruzeiro teve mudança total nos uniformes. A Puma deu lugar à norte-americana Reebok, enquanto a Tenda deixou um espaço vago no início do ano. A camisa principal lançada era simples, com azul predominante e as estrelas soltas e a coroa ao centro. Contudo, uma novidade chegou: número na parte frontal da camisa. A branca tinha o mesmo padrão. Até meados daquele ano, o Cruzeiro fazia propagandas pontuais e do próprio programa de sócios, até fechar com o Banco Bonsucesso até o fim daquele ano. - Renato Weil/EM/D. A. Press
Após 2008 não ter um uniforme alternativo, 2009 retomou com essa tradição recente. A nova camisa era novamente 'cortada' com dois tons azuis, agora na horizontal, e tinha o escudo fechado e o símbolo do Palestra Itália. - VIPCOMM
O ano de 2010 seguiu com a Reebok, mas o patrocínio máster mudou: o Bonsucesso deu lugar ao Banco BMG, que iniciara uma série de cinco anos seguidos como principal patrocinador do Cruzeiro. A camisa principal manteve a linha simplista da Reebok, com detalhes em branco na gola e número na parte frontal. - Pedro Vilela/Estadão Conteúdo
Por causa do ano de Copa do Mundo, o Cruzeiro lançou um terceiro uniforme em homenagem ao Brasil, que tentaria pela segunda vez conquistar o hexacampeonato mundial. A camisa, amarela, tinha detalhes em azul escuro e linhas horizontais no mesmo tom, também com o número na frente. - Paulo Filgueiras/EM/D. A. Press
Em 2011, a Reebok ousou, com o escudo fechado e um detalhe em forma de V na parte frontal da camisa principal. - Jorge Gontijo/EM/D. A. Press
A camisa reserva de 2011, marcada pela vitória de 6 a 1 sobre o Atlético, não tinha o V e era toda branca. O número frontal foi retirado tanto do uniforme principal quanto do reserva. - Jorge Gontijo/EM/D. A. Press
Naquele ano, em comemoração aos 90 anos do Cruzeiro, um terceiro uniforme foi lançado. A camisa tinha um dos símbolos do Palestra Itália e era verde escura, com detalhes em vermelho. - Alexandre Guzanshe/EM/D. A. Press
Em 2012, mais uma troca: a Reebok dava lugar à brasileira Olympikus. A camisa principal era simples, com as estrelas soltas, assim como o uniforme reserva. O número na parte frontal da camisa retornou. - Pedro Vilela/Agencia i7
Também nesse ano, o Cruzeiro teve como terceiro uniforme uma camisa com azul escuro e detalhes em branco, ainda com estrelas soltas. No local das estrelas, a cor era branca, com as estrelas azuis. - Rodrigo Clemente/EM/D. A. Press
Em 2013, a gola polo voltou à camisa principal do Cruzeiro. Ainda com o Banco BMG como patrocínio máster e com a Olympikus como fornecedora, a camisa do terceiro Campeonato Brasileiro era azul com detalhes brancos nos ombros. A gola também era branca, com detalhes na ponta das mangas. A versão branca manteve o padrão, mas com a gola lisa. - Rodrigo Clemente/EM/D. A. Press
Um uniforme exclusivo para a disputa da Copa Libertadores foi usado em 2014. A camisa, azul, tinha a coroa em alto relevo no peito e gola redonda lisa na cor branca. Também foi lançada uma versão reserva dessa camisa, branca. - Paulo Whitaker/AFP
Nesse ano, do tetracampeonato brasileiro, uma camisa mais simples foi usada, toda azul e com gola lisa em V. O padrão foi seguido pelo uniforme reserva. O patch de campeão brasileiro, referente a 2013, retornou ao uniforme. - Alex Araújo/AFP
2014 também teve um quarto uniforme. Novamente, uma camisa amarela do Cruzeiro foi lançada, em homenagem à Seleção Brasileira, que tentara conquistar o sexto título da Copa do Mundo pela terceira vez naquele ano. - Juarez Rodrigues/EM/D.A Press
Em 2015, nova reformulação: a brasileira Penalty chega, enquanto o espaço para patrocínio máster fica vazio por boa parte da temporada. A camisa principal era azul, com detalhes brancos na manga e na gola, que também tinha a coroa. A partir de meados da temporada, o Supermercados BH se tornou o patrocinador máster do clube. O uniforme tinha o patch de campeão brasileiro de 2014. - Douglas Magno/AFP
O terceiro uniforme dessa temporada foi uma camisa com azul mais claro que o convencional. A gola polo também passou a estar presente na blusa. - Alexandre Guzanshe/EM/D. A. Press
A Penalty seguiu até o meio da temporada 2016, quando a inglesa Umbro começou um ciclo de quatro anos como fornecedor de material esportivo do Cruzeiro. A camisa lançada era predominantemente azul com gola polo. O patrocínio máster também foi alterado naquele ano: o Supermercados BH foi para outro espaço da blusa, enquanto a Caixa Econômica Federal ocupou o espaço mais nobre. - Rodrigo Clemente/EM/D. A. Press
Em 2016, o terceiro uniforme lançado foi azul, também com com mais claro. A gola era lisa, mas todos os patrocínios tinham os logos adaptados dos anos 1960. Isso porque a camisa era uma homenagem aos 50 anos do título da Taça Brasil de 1966. - Juarez Rodrigues/EM/D. A. Press
Uma nova homenagem surgiu em 2017: para a camisa do título da Copa do Brasil de 1996 e do ano anterior, de 1995. Em 2017, o Cruzeiro conquistou justamente a Copa do Brasil, a quinta de sua história. O patch de campeão passou a ser utilizado logo após vencer o campeonato, em setembro. - Ramon Lisboa/EM/D. A. Press
O terceiro uniforme de 2017 era azul escuro com os detalhes em prateado. Ele foi lançado próximo ao fim daquele ano, sendo pouco utilizado pelo Cruzeiro. - Leandro Couri/EM/D. A. Press
Em 2018, a camisa principal tinha o azul predominante, com um pequeno detalhes em azul escuro na parte frontal. O patch de campeão da Copa do Brasil foi atualizado, já que, novamente, a equipe conquistou o torneio. - Juarez Rodrigues/EM/D. A. Press
Naquele ano, a camisa branca roubou a cena, por ter detalhes em azul e vermelho na parte frontal, como homenagem à Islândia, que disputou a Copa do Mundo daquele ano. - Martin Bernetti/AFP
Nesse mesmo ano, a camisa alternativa lançada no meio da temporada foi prata, com detalhes em azul escuro. - Eitan Abramovich/AFP
No ano do rebaixamento para a Série B do Campeonato Brasileiro, em 2019, a Caixa deu lugar ao Banco Digimais como patrocínio máster. A Umbro permaneceu em seu último ano e lançou uma camisa azul com detalhes brancos na gola e na ponta das mangas. O patch de campeão da Copa do Brasil deixou a camisa em setembro, depois que o Athletico Paranaense conquistou a edição do torneio daquele ano. - Ramon Lisboa/EM/D. A. Press
A última camisa fabricada pela Umbro para o Cruzeiro foi o terceiro uniforme de 2019, com um verde limão e detalhes em azul escuro, que não agradou boa parte da torcida. - Alexandre Guzanshe/EM/D. A. Press
Em 2020, a Adidas voltou ao Cruzeiro como fornecedor de material esportivo. As três listras na manga também retornaram, e o escudo seguiu com as estrelas soltas, algo que permanece na camisa principal desde 2007. O patrocínio máster voltou a ser o Supermercados BH. - Alexandre Guzanshe/EM/D. A. Press
O terceiro uniforme de 2020 e o mais recente lançado pelo Cruzeiro é azul com 'pinceladas' em outros tons de azul. Inicialmente, número e nome nas camisas também seria azul, tanto que o time atuou em uma partida com esse padrão, mas o Cruzeiro resolveu trocar para o mais coerente branco, para melhor identificação dos atletas. - Gustavo Aleixo/Cruzeiro

A PRIMEIRA CASA


O estádio do Barro Preto começou a ser idealizado em 1922. Na ocasião, segundo o Almanaque do Cruzeiro, o clube recebeu da prefeitura de Belo Horizonte um quarteirão entre as ruas Guajajaras, Araguari, Juiz de Fora e a Avenida Augusto de Lima (à época denominada Avenida Paraopeba). A construção das arquibancadas contou com a participação de jogadores, associados e torcedores, que compunham a classe operária da cidade.

A inauguração oficial do estádio foi em 23 de setembro de 1923, quando o Cruzeiro enfrentou o Flamengo. As arquibancadas do Barro Preto receberam naquele domingo 4 mil espectadores. Eles assistiram ao então garoto João Fantoni, o Ninão, de apenas 18 anos, marcar dois gols no empate por 3 a 3.

Imagens do antigo estádio do Cruzeiro, no Barro Preto

Inauguração do estádio JK depois da reconstrução em 1945, no jogo entre Cruzeiro e Botafogo - Arquivo/EM/D.APress
Estádio do Barro Preto pouco antes da reinauguração, em 1945 - Arquivo/EM/D.APress
Estádio pronto depois da reforma de 1945 - Arquivo/EM/D.APress
Entrada do antigo estádio do Cruzeiro, no Barro Preto - Arquivo/EM/D.APress
Vista aérea do estádio do Cruzeiro, em 1973. Nessa época, o clube celeste já jogava no Mineirão. - Arquivo/EM/D.APress
Vista aérea do estádio em 1974. Somente as categorias de base jogavam no Barro Preto nessa época. - Arquivo/EM/D.APress
Imagens da demolição do estádio, em 1985 - Arquivo/EM/D.APress
Imagens da demolição do estádio, em 1985 - Arquivo/EM/D.APress
Imagens da demolição do estádio, em 1985 - Arquivo/EM/D.APress

Mais de 20 anos depois da inauguração, em 1945, o estádio do Barro Preto passou por reforma e foi rebatizado Estádio Juscelino Kubitschek de Oliveira, em homenagem ao então prefeito de Belo Horizonte. Além de ter a capacidade de público ampliada para 15 mil, o campo recebeu iluminação para poder realizar jogos noturnos.



O estádio JK começou a ser deixado de lado quando o Cruzeiro construiu a Toca da Raposa I, em 1973. Em 1986, o campo e as arquibancadas foram desmanchados, dando lugar ao clube de lazer do Barro Preto. 

OS PRIMEIROS TÍTULOS


Palestra Itália na década de 1930 - Foto: Acervo/Cruzeiro

Com apenas um ano de existência, o Palestra esteve perto de quebrar a hegemonia do América no Campeonato da Cidade (antigo nome do Campeonato Mineiro). Com 16 pontos, as equipes fizeram jogo extra para definir o título de 1922, pois não havia critério de desempate no regulamento do torneio. O América ganhou de virada, por 2 a 1, e ficou com a taça.

O primeiro título palestrino veio em 1928, com um ponto de vantagem sobre o vice-campeão, Atlético (28 a 27). Ninão marcou 43 dos 93 gols da equipe naquela edição.

Em 1929, novamente com o artilheiro Ninão (33 gols), o Palestra Itália voltou a desbancar o Atlético, desta vez com folga na pontuação: 28 a 22. Em 1930, o mais velho dos irmãos Fantoni balançou a rede 18 vezes, e o time levantou o troféu tendo o América como vice.

A FAMÍLIA FANTONI


“Quem se habilitar a escrever a história do Cruzeiro, tem que reservar um capítulo aos Fantoni”. A frase é do jornalista e escritor Plínio Barreto, em entrevista à TV Cultura no início dos anos de 1990.



Ex-cronista do Estado de Minas, Barreto morreu aos 93 anos, em 2015, vítima de um tumor ósseo maligno. Em vida, narrou os pormenores da história do clube do coração, do qual se tornou conselheiro nato, e escreveu em parceria com o filho, Luiz Otávio Trópia Barreto, o livro “De Palestra a Cruzeiro - Uma trajetória de glórias”.

Luiz Otávio, de 67 anos, não viu os Fantoni em ação. Tudo que sabe é graças às narrações do pai e também por publicações do jornalista e escritor italiano Mario Pennacchia, que relatou a passagem dos irmãos Nininho e Niginho e o primo Nininho pela Lazio, na década de 1930.

“O Nininho era um jogador muito admirado, voluntarioso e com toque de bola refinado. Um lateral-esquerdo do melhor estilo, que talvez tenha sido considerado o melhor da Itália no tempo em que jogou. Era agressivo, de chute forte, canhoto. Diziam que não era desleal, mas era duro (...). O Ninão era um meia-atacante que também jogava como centroavante. Era goleador. O Plínio dizia que era estilo tanque, com domínio de bola, que levava na força. Mas também sabia jogar, com bom passe (...). Já o Niginho batia muito forte na bola, era goleador”.


Fotos exclusivas de grandes momentos de Niginho no Cruzeiro

17/03/1941 - Jogadores do Palestra Itália posam para fotografia no jogo contra o Vasco da Gama: Geraldo II, Caieira, Carazzo, Bibi, Souza, Juca, Caieirinha, Nogueirinha, Orlando, Niginho e Alcides. - Arquivo / Estado de Minas
15/03/41 - Atacante Niginho com a camisa do Palestra Itália em 1941. - Arquivo / Estado de Minas
19/03/1941 - Atacante Niginho com a camisa do Palestra Itália em 1941. - Arquivo / Estado de Minas
Atacante Niginho com a camisa do Palestra Itália, que viria a ser Cruzeiro. - Arquivo / Estado de Minas
Década de 1940 - O atacante Niginho, do Cruzeiro, após marcar um gol em lance do jogo contra o Siderúrgica, realizado no estádio do Siderúrgica, em Sabará. Na foto, a tradicional camisa azul, com cinco estrelas, e detalhes em branco na gola e no ombro. - Arquivo / Estado de Minas
Atacante Niginho (Leonízio Fantoni), do Cruzeiro, em disputa de bola aérea com o goleiro Aldo, do América - Arquivo / Estado de Minas
15/11/1963 - O técnico Niginho, ao centro, sem camisa, sendo apresentado aos jogadores do Cruzeiro em 1963. - Arquivo Estado de Minas/D.A.Press
Niginho, técnico do Cruzeiro, no ano de 1963. - Estado de Minas/D.A.Press

Filho de Fulvio Fantoni e Rosa Marana, italianos que se estabeleceram em Belo Horizonte, João Fantoni, o Ninão, nasceu em 24 de julho de 1905. Leonízio, o Niginho, veio ao mundo em 12 de fevereiro de 1912. Orlando, o caçula dos irmãos boleiros, é do dia 4 de maio de 1917. Já Otávio Fantoni, o Nininho, é um pouco mais novo que Ninão: 4 de abril de 1907.

Em cem anos de Cruzeiro, Ninão é até hoje o dono da melhor média de gols - 1,26 - 168 em 133 partidas. Niginho, por sua vez, foi aclamado maior ídolo antes da geração de Tostão e Dirceu Lopes. Ele balançou a rede 210 vezes em 280 jogos. Por fim, Orlando anotou 90 tentos em 206 apresentações.

Os três irmãos também foram técnicos do Cruzeiro, sendo Niginho o terceiro com mais partidas pelo clube (256), e Orlando Fantoni o nono, com 173. Ninão não teve tanto sucesso à beira de campo, porém colaborou como dirigente e integrou uma espécie de conselho gestor que administrou a instituição em 1942.



Nininho não teve muito tempo para se firmar no Cruzeiro, pois foi para a Lazio aos 22 anos, em 1930, e nunca mais voltou. Ele morreu aos 27 anos em consequência de um quadro de septicemia, dias depois de fraturar o nariz em uma partida contra o Torino, pelo Campeonato Italiano de 1934/1935. O médio-lateral chegou a ser cotado para representar a Azzurra na Copa do Mundo de 1934.

Dois dos herdeiros de Ninão seguiram os passos do pai, mas como zagueiros. Benito Fantoni, que nasceu na Itália, em 1931, vestiu as camisas de Cruzeiro e Atlético. Já Fernando, um ano mais velho, defendeu o América entre as décadas de 1940 e 1950.

A MUDANÇA DE NOME


Além do nome alusivo ao país de origem dos familiares dos fundadores, o Palestra tinha os uniformes das cores da bandeira italiana: calção branco e camisa verde e vermelha. Tudo começou a mudar a partir de 1938, quando foi formada a ala renovadora do clube. Uma das propostas era adequar a identidade em consonância com os símbolos nacionais.



Em 1939, estourou a Segunda Guerra Mundial, que durou até 1945. Em posição contrária à Aliança do Eixo, formada por Alemanha, Itália e Japão, o governo de Getúlio Vargas decretou em 31 de agosto de 1942 uma lei que proibia referências às nações inimigas no Brasil.

Em São Paulo, o Palestra Itália virou Palmeiras. Em Minas, a ideia inicial era adotar o nome Ypiranga, o preferido do presidente Ennes Ciro Poni. Houve quem citasse Yale e Palestra Mineiro. Ganhou, porém, a sugestão do ex-presidente Oswaldo Pinto Coelho: Cruzeiro Esporte Clube.

Cruzeiro 100 anos: todos os presidentes da história

Sérgio Santos Rodrigues (2020) - atual presidente, foi eleito para mandato tampão (junho a dezembro de 2020) e reeleito para o próximo triênio (2021-2023). - Cruzeiro/Divulgação
José Dalai Rocha (2020) - responsável por assumir o Cruzeiro em meio ao caos gerado por Wagner Pires de Sá, ficou no cargo por cerca de seis meses. Montou um Conselho Gestor para auxiliá-lo, tentou buscar punições aos responsáveis pela maior crise da história do clube, mas encontrou resistências de várias de seus pares. Teve como principal falha permitir que o clube perdesse seis pontos na Série B do Campeonato Brasileiro em função de uma dívida de cerca de R$ 5 milhões. - Cruzeiro/Divulgação
Wagner Pires de Sá (2018-19) - pior presidente da história do Cruzeiro, é apontado pela Polícia Civil e pelo Ministério Público como integrante de uma organização criminosa suspeita de cometer crimes como lavagem de dinheiro, apropriação indébita e falsidade ideológica. Venceu a Copa do Brasil de 2018, com time montado quase integralmente por seu antecessor, mas aumentou a dívida do clube para cerca de R$ 1 bilhão. Além disso, deixou a equipe ser rebaixada à Série B do Campeonato Brasileiro pela primeira vez em 98 anos. Após muita pressão da torcida e do Conselho Deliberativo, renunciou ao cargo em dezembro de 2020. - Arquivo EM
Gilvan de Pinho Tavares (2012-17) - presidente do Cruzeiro por seis anos, foi responsável por colocar o clube novamente no caminho dos títulos. Sob seu comando, a Raposa venceu o Brasileiro duas vezes seguidas (2013 e 2014), além da Copa do Brasil (2017). De perfil turrão, no entanto, centralizou poderes, impediu modernizações importantes e deixou dívidas milionárias ao encerrar o segundo mandato. Além disso, foi responsável por indicar Wagner Pires de Sá, o pior presidente da história do clube e responsável pelo rebaixamento à Série B do Campeonato Brasileiro. - Cruzeiro/Divulgação
Gilvan de Pinho Tavares (2012-17) - presidente do Cruzeiro por seis anos, foi responsável por colocar o clube novamente no caminho dos títulos. Sob seu comando, a Raposa venceu o Brasileiro duas vezes seguidas (2013 e 2014), além da Copa do Brasil (2017). De perfil turrão, no entanto, centralizou poderes, impediu modernizações importantes e deixou dívidas milionárias ao encerrar o segundo mandato. Além disso, foi responsável por indicar Wagner Pires de Sá, o pior presidente da história do clube e responsável pelo rebaixamento à Série B do Campeonato Brasileiro. - Cruzeiro/Divulgação
Alvimar de Oliveira Costa (2003-08) - irmão de Zezé Perrella, foi presidente do Cruzeiro no período da conquista da Tríplice Coroa, em 2003 - Campeonato Mineiro, Copa do Brasil e Campeonato Brasileiro. É o ex-presidente com maior força política no clube. - Cruzeiro/Divulgação
Alvimar de Oliveira Costa (2003-08) - irmão de Zezé Perrella, foi presidente do Cruzeiro no período da conquista da Tríplice Coroa, em 2003 - Campeonato Mineiro, Copa do Brasil e Campeonato Brasileiro. É o ex-presidente com maior força política no clube. - Cruzeiro/Divulgação
Zezé Perrella (1995-2002) - presidente do Cruzeiro por três mandatos seguidos, ganhou títulos importantes, como Libertadores de 1997 e Copa do Brasil de 2000, mas também a fama de 'mercantilista', por sempre negociar os principais jogadores do clube. De trajetória controversa, ficou marcado por criar uma dinastia, elegendo seu irmão Alvimar de Oliveira Costa após a saída do cargo e retornando ao clube em 2009, quando fez gestão questionável até 2011. Ainda é lembrado por ter utilizado o clube como trampolim político - Zezé foi deputado federal (1999 a 2003); deputado estadual (2007 a 2011) e senador (2011 a 2019). - Cruzeiro/Divulgação
Zezé Perrella (1995-2002) - presidente do Cruzeiro por três mandatos seguidos, ganhou títulos importantes, como Libertadores de 1997 e Copa do Brasil de 2000, mas também a fama de 'mercantilista', por sempre negociar os principais jogadores do clube. De trajetória controversa, ficou marcado por criar uma dinastia, elegendo seu irmão Alvimar de Oliveira Costa após a saída do cargo e retornando ao clube em 2009, quando fez gestão questionável até 2011. Ainda é lembrado por ter utilizado o clube como trampolim político - Zezé foi deputado federal (1999 a 2003); deputado estadual (2007 a 2011) e senador (2011 a 2019). - Cruzeiro/Divulgação
César Masci (1991-94) - presidente do Cruzeiro no período das conquistas das Supercopas, em 1991 e 92, e da primeira Copa do Brasil, em 1993. Voltou aos bastidores da política celeste em 2017 e virou base de apoio do ex-presidente Wagner Pires de Sá, que acabou renunciando ao cargo após o rebaixamento do clube à Série B do Campeonato Brasileiro, em dezembro de 2019. - Cruzeiro/Divulgação
Salvador Masci (1990) - Cruzeiro/Divulgação
Benito Masci (1984-90) - Cruzeiro/Divulgação
Carmine Furletti (1983 a 1984) - Cruzeiro/Divulgação
Felício Brandi (1961-81) - dono do poder por maior tempo de forma ininterrupta, é também lembrado como o melhor presidente da história do Cruzeiro. Esteve à frente do clube nas primeiras grandes conquistas, a Taça Brasil de 1966 e a Copa Libertadores de 1976. Na foto, ele aparece ao lado de Tostão. - Cruzeiro/Divulgação
Felício Brandi (1961-81) - dono do poder por maior tempo de forma ininterrupta, é também lembrado como o melhor presidente da história do Cruzeiro. Esteve à frente do clube nas primeiras grandes conquistas, a Taça Brasil de 1966 e a Copa Libertadores de 1976. - Arquivo EM
Antônio Pontes (1959-1960) - Cruzeiro/Divulgação
Manoel Antônio de Carvalho (1956-58) - Cruzeiro/Divulgação
Eduardo da Silva Bambirra (1955-56) - Cruzeiro/Divulgação
José Francisco Lemos, o segundo, da esquerda para direita, na primeira fila (1954) - influente na política do Cruzeiro até 2020, ano de sua morte, também foi vice-presidente de Gilvan de Pinho Tavares, entre 2015 e 2017. - Marcos Vieira/EM/D.A Press
José Francisco Lemos (1954) - influente na política do Cruzeiro até 2020, ano de sua morte, também foi vice-presidente de Gilvan de Pinho Tavares, entre 2015 e 2017. - Cruzeiro/Divulgação
Wellington Armanelli (1954) - Cruzeiro/Divulgação
José Greco (1952-53) - Cruzeiro/Divulgação
Divino Ramos (1951) - Cruzeiro/Divulgação
Manoel França Campos (1950) - Cruzeiro/Divulgação
Antônio Alves Limões (1949) - Cruzeiro/Divulgação
Antônio da Cunha Lobo (1947-48) - Cruzeiro/Divulgação
Fernando Tamietti (1947-50) - Cruzeiro/Divulgação
Mário Grosso, ao centro (1942-47) - Arquivo EM
Ennes Ciro Poni (1941-42) - Cruzeiro/Divulgação
Oswaldo Pinto Coelho (1936-40) - Cruzeiro/Divulgação
Romeu de Paoli (1936) - Cruzeiro/Divulgação
Miguel Perrella (1933-36) - Cruzeiro/Divulgação
José Vianna de Souza (1933) - Cruzeiro/Divulgação
Lídio Lunardi (1931-32) - Cruzeiro/Divulgação
Braz Pellegrino (1927-28) - Cruzeiro/Divulgação
Antônio Falci (1927 e 1929-30) - Cruzeiro/Divulgação
Américo Gasparini (1925-26 e 1928) - Cruzeiro/Divulgação
Hamleto Magnavaca (1925) - Cruzeiro/Divulgação
Alberto Noce (1923-24) - Cruzeiro/Divulgação
Aurélio Noce (1921-22) - Cruzeiro/Divulgação

Para convencer tanto os nacionalistas quanto os italianos, Oswaldo disse que o nome Cruzeiro seria uma forma de homenagear o Cruzeiro do Sul, uma das constelações representadas na bandeira brasileira, e o uniforme com camisa azul e calção branco faria referência à seleção de futebol da Itália. Deu certo.



Devido a atrasos na aprovação do novo estatuto por parte da Federação Mineira de Futebol, o Cruzeiro estreou a nova denominação somente em 14 de fevereiro de 1943, em amistoso contra o São Cristóvão, no estádio do Barro Preto. O time chegou a abrir 3 a 1, com dois gols de Nogueirinha e um de Alcides, porém os cariocas viraram para 5 a 3.

Já no primeiro duelo com a camisa azul e o calção branco, o Cruzeiro voltou a perder para o São Cristóvão, por placar ainda mais elástico: 4 a 1, em 23 de fevereiro.

A RAPOSA COMO MASCOTE


Em 1945, o cartunista Fernando Pieruccetti, o Mangabeira, criou mascotes para os clubes de Minas Gerais. O Cruzeiro ficou com a Raposa, pois, segundo o ilustrador, tinha as características de astúcia e esperteza do animal para contratar bons jogadores. O presidente da época era Mário Grosso.

No ano em que passou a ter a Raposa como parte de sua identidade, o Cruzeiro foi tricampeão consecutivo do Mineiro. A confirmação do título de 1945 veio com vitória por 3 a 2 sobre o Siderúrgica, no dia 4 de novembro, em Sabará: gols de Hemetério e Ismael (2).


Raposa desenhada pelo cartunista Mangabeira - Foto: Acervo/Cruzeiro

LEIA A PRÓXIMA REPORTAGEM DA SÉRIE: A ERA MINEIRÃO, A CONQUISTA DA AMÉRICA E A CONSOLIDAÇÃO COMO CLUBE COPEIRO