Fundado há quase cem anos por descendentes de imigrantes italianos, o Cruzeiro fez justiça às suas origens e abriu as portas para que jogadores estrangeiros se tornassem ídolos dos torcedores. Atletas oriundos de Uruguai, Argentina, Bolívia, Colômbia e outras nações se adaptaram ao Brasil e ajudaram o clube a levantar troféus importantes.
O status de maior artilheiro estrangeiro pertence ao uruguaio Arrascaeta, camisa 10 da Raposa de 2015 a 2018. Em 188 jogos, ele marcou 50 gols, além de colaborar com 37 assistências. Os dribles desconcertantes e as arrancadas do ágil meia-atacante eram sinônimo de apuros para os defensores adversários.
Os estrangeiros artilheiros da história do Cruzeiro
Pelo Cruzeiro, Arrascaeta foi bi da Copa do Brasil, em 2017 e 2018, e campeão mineiro, em 2018. Individualmente, encerrou as temporadas de 2016 e 2018 como artilheiro, com 14 e 15 gols, respectivamente. Em janeiro de 2019, o Flamengo investiu mais de R$ 75 milhões em sua contratação - a equipe celeste, em parceria com o Supermercados BH, teve direito a R$ 55,2 milhões.
O segundo da lista é Marcelo Moreno, que retornou à Toca II em fevereiro de 2020 com a pretensão de recuperar o primeiro posto, porém só anotou três gols em 29 partidas. Ao todo, o boliviano contabiliza 48 tentos em 122 apresentações, fruto das boas passagens anteriores, quando foi duas vezes campeão mineiro (2008 e 2014) e uma do Brasileiro (2014).
Terceiro do ranking, o espanhol Fernando Carazo, que desembarcou no Brasil aos 3 anos, em 1907, era titular no time tricampeão mineiro em 1928, 1929 e 1930, ao lado de Ninão, Piorra e Bengala. Com 44 gols em 113 jogos, consolidou-se por quase sete décadas como recordista entre os jogadores nascidos fora do Brasil, até ser superado por Moreno em 2014.
O quarto estrangeiro com mais gols é o argentino Walter Montillo, que somou 36 em 122 jogos. Ainda que tenha ganhado apenas o Campeonato Mineiro de 2011, o ex-camisa 10 caiu nas graças dos cruzeirenses em razão do estilo de jogo aguerrido e de muita determinação.
Em quinto aparece o colombiano Aristizábal, integrante do time campeão da Tríplice Coroa, em 2003. Dos 28 gols marcados em 54 jogos, o mais emblemático foi na vitória por 3 a 1 sobre o Flamengo, em 11 de junho, no Mineirão, pela final da Copa do Brasil. Ao receber cruzamento de Alex, o camisa 11 deu um salto para trás e, mesmo em posição desfavorável, conseguiu cabecear forte.
No Campeonato Brasileiro, no qual o Cruzeiro levantou o troféu ao atingir 100 pontos em 46 jogos, Aristizábal marcou 21 gols, dois a menos que Alex, grande nome do elenco celeste naquela temporada.
Embora não tenha sido tão prestigiado pelo técnico Mano Menezes, Ramón Ábila aparece em sexto lugar, com 26 gols em 61 jogos. Considerando as partidas em que começou como titular, a média é ainda melhor: 22 gols em 34 partidas. O argentino de 32 anos, que defende o Boca Juniors, ficou na Toca de junho de 2016 a agosto de 2017.
O uruguaio Revétria, notabilizado por ter feito quatro gols contra o Atlético nas finais do Campeonato Mineiro de 1977, é o sétimo maior artilheiro estrangeiro do Cruzeiro, com 22 em 63 jogos. O ‘top 8’ é fechado pelo lateral-esquerdo argentino Sorín, muito forte no apoio ao ataque: 18 gols em 127 apresentações.
Maiores artilheiros estrangeiros
Arrascaeta - meia (Uruguai) - 50 gols em 188 jogos
Marcelo Moreno - atacante (Bolívia) - 48 gols em 122 jogos
Fernando Carazo - atacante (Espanha) - 44 gols em 113 jogos
Montillo - meia (Argentina) - 36 gols em 122 jogos
Aristizábal - atacante (Colômbia) - 28 gols em 54 jogos
Ábila - atacante (Argentina) - 26 gols em 61 jogos
Revétria - atacante (Uruguai) - 22 gols em 63 jogos
Sorín - lateral-esquerdo (Argentina) - 18 gols em 127 jogos
Farías - atacante (Argentina) - 8 gols em 35 jogos
Viveros - meia (Colômbia) - 6 gols em 63 jogos
Perfumo - zagueiro (Argentina) - 6 gols em 141 jogos
Martinuccio - atacante (Argentina) - 5 gols em 22 jogos
Guerrón - atacante (Equador) - 5 gols em 29 jogos
Joel - atacante (Camarões) - 5 gols em 31 jogos
Ortigoza - atacante (Paraguai) - 5 gols em 34 jogos
Buchelli - atacante (Uruguai) - 4 gols em 13 jogos
Tapia - atacante (Chile) - 4 gols em 22 jogos
Maldonado - volante (Chile) - 4 gols em 137 jogos
Ariel Cabral - volante (Argentina) - 4 gols em 188 jogos
Barcos - atacante (Argentina) - 3 gols em 24 jogos
Mancuello - meia (Argentina) - 3 gols em 39 jogos
Espinoza - zagueiro (Equador) - 3 gols em 40 jogos
Lucas Romero - volante (Argentina) - 3 gols em 152 jogos
Palacios - meia (Peru) - 2 gols em 7 jogos
Raúl Cáceres - lateral-direito (Paraguai) - 2 gols em 25 jogos
Samudio - lateral-esquerdo (Paraguai) - 2 gols em 29 jogos
Orejuela - lateral-direito (Colômbia) - 2 gols em 35 jogos
Victorino - zagueiro (Uruguai) - 2 gols em 56 jogos
De La Cruz - lateral-direito (Equador) - 1 gol em 13 jogos
Matías Pisano - atacante (Argentina) - 1 gol em 15 jogos
Riascos - atacante (Colômbia) - 1 gol em 16 jogos
Sotelo - meia (Paraguai) - 1 gol em 16 jogos
Repetto - atacante (Uruguai) - 1 gol em 19 jogos
Sánchez Miño - lateral-esquerdo/meia (Argentina) - 1 gol em 19 jogos
Rincón - volante (Colômbia) - 1 gol em 22 jogos
Espínola - zagueiro (Paraguai) - 1 gol em 35 jogos
Benito Fantoni - zagueiro (Itália) - 1 gol em 65 jogos