Foram sete anos como dono da lateral esquerda estrelada. Em 394 jogos, marcou 23 gols e foi campeão 12 vezes. Este é Raimundo Nonato da Silva, ou, simplesmente, Nonato, um dos maiores jogadores da história centenária do Cruzeiro. O potiguar ocupa a quarta posição entre os maiores campeões do clube, sendo o defensor com mais troféus.
Nascido em Mossoró, Nonato foi revelado para o futebol no Baraúnas, do Rio Grande do Norte, em 1985. Ele passou por ABC-RN e Pouso Alegre-MG antes de chegar ao Cruzeiro, em 1990. A estreia foi na vitória por 1 a 0 sobre o Botafogo, no Mineirão, pelo Campeonato Brasileiro. O lateral-esquerdo destro se tornou ídolo da torcida celeste e foi capitão em importantes conquistas da Raposa. A mais especial foi o bicampeonato da Copa do Brasil, em 1996, sobre o badalado Palmeiras, que contava com jogadores renomados, como Rivaldo, Djalminha e Cafu.
“Levantar o troféu da Copa do Brasil foi, sem dúvidas, um grande momento da minha carreira. Talvez o maior como capitão. O Palmeiras tinha um ótimo time, que era considerado o melhor do Brasil. Diria que 90% daquela equipe tinha jogado ou ao menos era cotada na Seleção. E depois daquele título, o Cruzeiro passou a ser visto de maneira diferente”, declarou Nonato em entrevista ao Superesportes, em especial dos 20 anos do título da Copa do Brasil.
No papel de capitão, Nonato contou como motivou os companheiros antes da final. "Perguntei para todos os jogadores: ‘Dida, você é pior que o Velloso? Vitor, você é pior que o Cafu?’. E assim foi. Mesmo com o gol tomado, logo aos cinco minutos de jogo, mantivemos a calma. Empatamos ainda no primeiro tempo, com Roberto Gaúcho. No segundo, levamos um bombardeio, em que o Dida fez grandes defesas, o Fabinho tirou outra também. No fim, o Marcelo (Ramos) se aproveitou da bola soltada pelo Velloso e fez o gol”, relembrou.
Nonato conquistou cinco títulos internacionais pelo Cruzeiro: o bicampeonato da Supercopa, em 1991 e 1992, a Copa Ouro e a Copa Master, em 1995, e a Copa Libertadores da América, em 1997. Além das Copas do Brasil de 1993 e 1996, o lateral faturou quatro estaduais e uma Copa dos Campeões Mineiros.
Nonato deixou a Toca da Raposa ao final de 1997. Na sequência da carreira, ele atuou por Fluminense (1998/1999), Paulista (1999/2000); Villa Nova (2000); Ipatinga (2000); Guarani-MG (2001); América-RN (2002) e ABC-RN (2002). Pela Seleção Brasileira, teve convocações em 1993.